Em suas Mãos (Barak 2) romance Capítulo 7

No dia seguinte fico em frente ao espelho e dou uma última olhada na minha figura. Meu vestido tubinho preto vai até o joelho. Meus cabelos negros estão soltos, mas devidamente bem penteados, a maquiagem é leve. Não sou eu naquela imagem refletida no espelho, mas sei que de agora em diante eu vou ter que me vestir dessa maneira.

Saio do quarto e caminho em direção aos elevadores. Os saltos altos nos meus pés me lembram do quanto eu me sinto desconfortável com eles.

A secretária simpática de Rashid me recebe com um sorriso. E como da outra vez, eu entro no escritório do Rashid sem bater.

Meu coração acelera como sempre acontece quando eu estou prestes a vê-lo. Não entendo muito o porquê dessa minha reação, mas respirar fica sempre mais difícil quando dou de cara com esses olhos negros.

Rashid sorri para mim, um sorriso torto. Imediatamente isso envia ondas de calor pelo meu corpo. Eu sorrio com frieza para ele, pois o que eu menos quero é demonstrar que babo por ele.

Posso sentir o rubor se espalhando pelas minhas orelhas e descendo pelo meu pescoço quando ele se levanta e vem na minha direção. Dessa vez eu dou um sorriso mais natural.

—Oi. —Digo e recebo seu abraço e um beijo na bochecha.

Ele, para o meu alívio, se afasta. O que me deixa abalada é essa discrepância de agir com intimidade sem ser algo pessoal e emocional.

—Sente-se. —Ele indica a cadeira. —Quer beber alguma coisa?

—Não.

—Está gostando da sua estadia?

—Muito.

—Você engordou, no bom sentido. Estava muito magra.

Eu respiro fundo e lhe dou um sorriso.

—Ufa, ainda bem! Porque não se diz isso para uma mulher.

Ele sorri.

—E eu não sei? Mas você está bem assim.

Eu coro.

—Obrigada.

—Bem, vamos ao que interessa. —Ele diz novamente como se tratasse de negócios. —Vamos falar de tudo um pouco. Está certo?

—Sim.

—Comida favorita? —Ele pergunta muito à vontade na sua cadeira.

—Macarrão à bolonhesa. —Eu digo me sentindo mais leve com ele.

—Sério? Eu gosto também da comida italiana. Gosto de uma lasanha bem-feita, embora eu não tenha nenhuma ascendência italiana. Sobremesas. Gosta de alguma em especial?

—Sorvete.

—É fácil te deixar feliz. Suas preferências são muito comuns. —Ele diz sorrindo. — Eu gosto de tudo que tem massa folhada. Adoro sentir ela quebrar na minha boca, liberando aquele creme.

Eu lhe dou um sorriso aberto.

—Hum, me deu até vontade de provar.

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