ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 106

Mesmo com todas as objeções de Alex, Rebecca segue sua rotina de trabalho e estudos. Ela sai da faculdade e passa na Wealth Technologies para visitá-lo. Ao percorrer os corredores da empresa, sente os olhares das funcionárias e percebe sussurros baixos, como se estivessem comentando sobre ela. Quando volta o olhar na direção delas, o silêncio se torna evidente, aumentando sua insegurança em relação à própria aparência.

— Boa tarde, senhorita. — Diz, ao se aproximar da recepção. — Meu marido está em sua sala?

— Sra. Baker, boa tarde. Sim, ele está. Vou avisá-lo de que a senhora chegou.

— Não é necessário. — Diz, caminhando em direção à sala dele. Quando ela abre a porta, depara-se com Nicole inclinada sobre a mesa, apontando para um papel. Os olhos de Alex estão fixos no documento, mas isso não impede que Rebecca se sinta incomodada com aquela cena. — O que é isso, Alex? Agora é permitido que as funcionárias se exponham assim na tua frente?

— Sra. Baker, por favor, me respeite. — Exige Nicole, visivelmente ofendida. — Estou fa…

— Saia, Senhorita Curtis. — Ordena Alex, interrompendo-a. Nicole permanece imóvel, encarando-o. — Mandei você sair, saia agora. — Diz, num tom elevado.

— Claro, Sr. Baker. Com licença. — Responde, caminhando em direção à porta.

— Eu nunca me enganei a seu respeito, nunca. — Diz Rebecca, batendo a porta quando Nicole sai.

— Que você desapareça logo da minha vida, sua infeliz. — Resmunga Nicole, encostando-se na porta para escutar a conversa deles.

— Querida, acalme-se, está bem? — Diz Alex, levantando-se. Rebecca pega o primeiro objeto que vê e joga em sua direção, mas ele consegue se esquivar.

— Você é um filho da mãe, Alex. Enquanto estou aqui, carregando o teu filho, você está flertando com a maldita secretária. Vou te matar, Alex, eu juro que vou.

— Rebecca, por favor, seja sensata. Não está acontecendo nada, eu jamais olharia para aquela mulher. Olhe para ela e depois para você. Tenho tudo o que preciso. Como eu disse no passado, livre-se dela para que isso não volte a me incomodar.

— Você está me chamando de louca, Alex? Está dizendo que estou imaginando coisas?

— Claro que não, meu amor. Só tenho olhos para você. Você é a mulher da minha vida, eu nunca olharia para outra pessoa. Não crie problemas onde não existem. Eu jamais teria interesse por aquela mulher.

— Você está mentindo, Alex, mentindo. — Diz, entre lágrimas que começam a escorrer sem parar. — Eu não queria este filho, eu o odeio. Odeio o que ele está fazendo comigo, eu te odeio. Eu me odeio por não o ter abortado assim que soube da existência dele. — Rebecca chora desesperadamente ao proferir essas palavras em voz alta. — Estou enorme, meus pés doem, não durmo direito, meu marido não me toca e está olhando para os seios da maldita secretária. Eu te odeio, Alex, e eu me odeio, quero morrer. — Alex fica impactado com as palavras dela. — Quero morrer, Alex, e desejo que você também morra! — Diz, abrindo a porta. Nicole se afasta rapidamente para evitar ser vista. — Nunca vou te perdoar pelo que fez comigo. — Conclui, saindo da sala, e Alex a segue.

— Rebecca, espera. — Diz, segurando delicadamente o braço dela e virando-a para si. — Querida, respire fundo! Tudo ficará bem, está bem? Não há nada acontecendo. Você continua sendo a mulher mais linda do mundo, está maravilhosa carregando o nosso pequeno bebê. Como eu poderia não te amar? Você sempre será a pessoa mais importante para mim, só você consegue me fazer feliz. Estamos quase lá, nós conseguiremos, está bem? Eu te amo, não duvide disso. Você é o amor da minha vida.

Ele a envolve em seus braços, acariciando seus cabelos, enquanto os soluços do choro incessante gradualmente diminuem.

— Me desculpe, meu amor. — Diz, entre lágrimas. — Eu não queria dizer aquilo… — Ela interrompe sua fala ao avistar Nicole, empurra Alex e caminha na direção dela. — Eu te avisei, vou fazer você pagar por me provocar. — Diz, desferindo um tapa no rosto de Nicole. Alex fica imóvel, observando a cena.

— Sra. Baker, o que está fazendo? — Questiona, com a mão no rosto.

— Dando o que você merece. — Responde, esbofeteando-a novamente, seguido de mais dois tapas.

— Pare com isso. — Grita Nicole, deixando Rebecca ainda mais irritada. Ela agarra Nicole pelos longos cabelos e puxa com força.

— Rebecca, pare com isso. — Diz Alex, envolvendo seus braços ao redor dela. Rebecca continua com as mãos agarradas aos cabelos de Nicole. — Solte-a, meu amor, você vai se machucar.

— Solte-me, Alex, eu te odeio. — Diz, puxando com força os cabelos de Nicole. — Vou matar essa mulher, me solta.

— Becca, solte os cabelos dessa mulher, você vai machucar a sua mão, solte! — Ordena Alex, segurando-a.

— Eu a odeio, odeio. — Grita Rebecca, empurrando Nicole com força, fazendo-a cair e bater as costas no chão.

— Você está doida? O que eu te fiz? — Questiona Nicole, levantando-se com lágrimas nos olhos.

— Porra! Srta. Curtis, eu não lhe disse para sair? O que diabos está fazendo aqui? Você está demitida.

— Mas, Alex, por favor, não faça isso. Ela está louca, fora de si.

— O que você disse? Se não quiser que eu te mate, saia daqui agora. Você é uma mulher ridícula, não ouse falar assim da minha esposa. Eu não lhe dei essa intimidade para falar assim comigo. Saia, antes que eu chame os seguranças. — Alex abraça Rebecca e a conduz para o seu escritório. — Meu amor, está tudo bem! Fique tranquila. — Diz, abraçando-a. Ele pega o celular e faz uma ligação para Richard. — Richard, levarei Rebecca até aí. — Diz, ao ser atendido. — Libere sua agenda. — Ele desliga, sem esperar por uma resposta. — Querida, respire, está tudo bem. Eu jamais olharia para ela, só tenho olhos para você, Rebecca. Você é a mulher da minha vida, só você, eu te amo.

Alex levanta-se e serve água para ela, que segura o copo com as mãos tremendo. Rebecca não consegue conter o choro, seus sentimentos conflitantes invadem seus pensamentos e ferem sua alma, toda vez que ela considera que desejava que aquele bebê não existisse. Seu choro angustiante preenche o escritório, enquanto Alex a abraça e acaricia seu cabelo, buscando confortá-la.

— Sim, Alex, ela irá. Rebecca só precisa de repouso. Convença-a a parar com suas atividades diárias.

— Tudo bem, eu vou cuidar dela. Obrigado, Richard.

Após ser liberada pela psicóloga, Rebecca é encaminhada para o quarto. Alex faz companhia para ela o tempo todo, e naquele momento, ela está relativamente feliz. Na manhã seguinte, Alex acorda com seu celular tocando, observa Rebecca dormindo tranquilamente e sai do quarto para atender.

— Diga, Ryan. — Diz, ao atender.

— Alex, o que aconteceu? Nicole me ligou chorando, dizendo que foi demitida.

— Você está me ligando a esta hora por causa disso? Sim, eu a demiti!

— Por que, Alex?

— Eu não te devo satisfação das minhas decisões, Ryan, a empresa é minha! Se a valoriza tanto, peça ao seu pai para contratá-la. — Responde irritado.

— Onde você está, Alex?

— No hospital, com Rebecca. Ela não se sentiu muito bem ontem.

— Droga, por que não nos avisou?

— Não foi necessário, ela está bem! Estarei fora o dia todo, não me ligue em relação ao trabalho. — Concluiu, desligando.

Ryan fica pensativo sobre os acontecimentos. Ele tem grande estima por Nicole devido à sua eficiência e dedicação, o que reduziu significativamente sua carga de trabalho. Começa a pensar em como convencer Alex a dar uma nova chance a ela.

Durante a tarde, Rebecca recebe alta do hospital, e Alex a leva para casa. Ele permanece ao lado dela no quarto, buscando transmitir o quanto a ama e reforçando que ela nunca estará sozinha. No entanto, à medida que os dias passam, mesmo com a terapia, o estado de ânimo e os sentimentos de Rebecca não apresentam melhoras, e suas crises se agravam sempre que afloram pensamentos negativos sobre seu bebê.