ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 121

Na manhã seguinte, ao abrir os olhos, Rebecca se depara com a solidão que se tornou presença constante em sua cama. Um sentimento de desânimo a envolve enquanto se prepara para enfrentar mais um dia que parece se repetir incessantemente. Embora divida o mesmo espaço com Alex durante as noites, a distância emocional entre eles parece insuperável, como se habitassem universos paralelos.

Um ano já se passou desde a devastadora perda que ambos compartilharam. Rebecca decidiu dedicar um dia em Seattle, visitando a reserva natural que sempre foi um refúgio para ela, um lugar onde sente uma conexão com a filha. Enquanto isso, Alex permaneceu em Boston, próximo ao grupo Wealth, enfrentando suas próprias batalhas solitárias. Ao retornar à cidade, as interações entre eles se tornaram escassas e superficiais. Alex partia para o trabalho antes mesmo de Rebecca acordar e retornava quando ela já estava imersa nos sonhos. A cada dia que passava, a sensação de que Alex se tornou um estranho se intensifica, enchendo seus dias com uma solidão cada vez mais profunda.

Após um cansativo dia de rotina, Rebecca finalmente cede ao convite das amigas para uma noite entre mulheres e as encontra no animado pub Sullivan's.

— E como estão as coisas entre vocês?

— Camila, não há mais vínculo algum entre nós. Somos dois estranhos compartilhando o mesmo espaço.

— E o que você planeja fazer?

— Acredito que já suportei sofrimento suficiente. Estou pronta para dar o próximo passo e buscar o divórcio. Quase 9 meses se passaram desde que retomamos a convivência sob o mesmo teto, está na hora de seguirmos adiante com nossas vidas.

— Estou realmente feliz em ouvir isso, Becca.

— Nunca vou superar completamente, Susan, mas não posso permitir que o sofrimento perdure indefinidamente. A vida precisa continuar. — Conclui com firmeza, demonstrando determinação em relação ao futuro que a aguarda.

Embora Rebecca ainda não tenha lembranças do que aconteceu, a terapia finalmente lhe concedeu a tão buscada aceitação para seguir adiante, e ela agora se sente livre para progredir. Enquanto ela e suas amigas continuam a aproveitar a noite com grande entusiasmo, a conversa flui naturalmente.

— Becca, seu marido está aqui. — Grace diz, enquanto se acomoda à mesa. — E ele está acompanhado de uma mulher deslumbrante.

— Nada de novo, isso tem sido rotina em todas as minhas noites nos últimos meses. — Responde, virando sua bebida e pedindo outra ao garçom. — Onde ele está?

— Próximo ao bar, em uma mesa de canto.

— Obrigada, Grace. — Agradece, levantando-se. — Sou uma tola, não é? Horas atrás, fiz todo um discurso sobre como a vida deve continuar. E agora estou indo atrás do meu marido que está com outra. Mas é possivelmente o que falta, ver para me convencer de que é real e aceitar que o fim chegou para nós. — Conclui, começando a caminhar pelo pub na direção indicada.

Ao avistar a mesa em que Alex está, seus sentimentos conflitantes a dominam. Ela se aproxima da mesa, observando a bela loira sentada em frente a ele.

— Oi! Marido. — Diz, sentando-se ao lado dele. — Me apresenta sua amiga.

— Rebecca, o que faz aqui? — Questiona surpreso ao vê-la. — Me desculpe, Srta. Amber, me dê um minuto, vou cuidar disso. — Diz, levantando-se e segurando gentilmente o braço de Rebecca, levando-a para longe da mesa. — Você está doida, Rebecca? O que está fazendo aqui? — Ela aponta para a mesa onde estão suas amigas. — Vou te levar até lá, venha.

— Você vai transar com essa também, Alex? — Indaga, detendo-o. — Você gosta das loiras, não é? Por que casou comigo?

— Sim, Rebecca, eu vou transar com ela se você não me deixar em paz. Venha logo. — Responde, conduzindo-a até a mesa. Sua expressão demonstra irritação ao perceber que todas estão embriagadas. Em seguida, pega o celular e liga para Ryan. — Ryan, apareça no Pub Sullivan's, sua esposa e suas amigas estão completamente embriagadas. — Diz ao ser atendido. — Não posso lidar com isso agora. E venha o mais rápido possível. — Desliga sem aguardar resposta e envia uma mensagem para sua acompanhante.

"Srta. Amber, me desculpe, mas vou demorar um pouco para retornar, por favor me aguarde."

"O tempo que você precisar, Sr. Baker." — Alex lê a mensagem e guarda seu celular.

— Você está chateado, marido? — Rebecca pergunta, notando a irritação nele. — Quer ficar com ela? Pode ir, ficaremos bem.

— Rebecca, não me provoque. O que diabos você está fazendo?

— Estou me divertindo, Alex. Não é o que você faz todos os dias? Quer se divertir comigo? — Indaga, beijando-o. — Ou a prefere? — Questiona, voltando a beijá-lo. — Você ainda me ama, Alex?

— O que você está planejando, Rebecca? Quer me provocar, é isso? Você está sob efeito do álcool e parece ter perdido todas as inibições. Por que está fazendo isso agora? Durante todo esse tempo, você não permitiu que eu me aproximasse de você. O que mudou? — Alex responde, claramente perturbado com a situação.

— Estou excitada, Alex. Você é meu marido, resolva o meu problema. Leve-me até o banheiro ou para o seu carro e faça sexo comigo.

— Não enquanto você estiver bêbada. Tente amanhã, sóbria!

— Essas mulheres enlouqueceram? — Questiona Ryan ao se aproximar, observando as mulheres embriagadas.

— Ryan, por favor, cuide delas. Volto daqui a pouco, assim que terminar com a Srta. Amber. — Diz Alex, levantando-se.

— Alex, eu te avisei, não reclame depois, entendeu? — Adverte Rebecca. Alex a observa, passa a mão no cabelo com uma expressão frustrada e sai.

— Deixa-o para lá, Becca. Meu irmão é um idiota. É isso que ele é. — Diz Luiza, rindo.

— Vamos dançar, talvez achemos um homem muito gostoso para você. — Diz Susan animada.

— Nem pensar, vocês vão ficar aqui. — Diz Ryan.

— Amorzinho. — Diz Cristine, passando a mão entre as pernas dele. — Elas só vão dançar, por favor, deixe-as irem. Vamos nos divertir, elas ficarão bem. — Ele suspira com o toque dela.

— Droga, vou mandar uma mensagem para os maridos e namorados delas. — Resmunga Ryan. Ele pega o celular e envia uma mensagem no grupo de amigos.

"Estamos no Pub Sullivan's, suas senhoras estão aqui."