ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 133

Na pista de dança, os casais estão alinhados, aguardando o início da música. Embora Alex não tenha participado dos ensaios, ele demonstra saber exatamente o que fazer, pois já dançou em casamentos anteriores com Rebecca. Ela, por sua vez, desvia constantemente o olhar, incapaz de encará-lo por muito tempo, enquanto seu coração bate aceleradamente. Quando Alex envolve seu braço na cintura dela, um suspiro escapa de seus lábios, e suas bochechas coram, revelando seu constrangimento. Como sempre, um sorriso se forma nos lábios dele.

— Luiza, agora que estou te vendo de perto, é ainda mais evidente o quanto você é linda. Acho que teremos filhos lindos, não acha? — Comenta Richard.

— Por acaso você está bêbado? Nem ouse pensar nisso, Richard. — Responde ela.

— Somos os únicos solteiros do grupo, acho que em breve nosso amor despertará. — Provoca.

— Alex, pelo amor de Deus, dê um jeito no seu amigo. — Diz Luiza, arrancando risadas de todos.

— Richard, por favor, deixe minha irmã em paz. Consigo arranjar a mulher que você quiser hoje à noite, é só escolher.

— Acabei de fazer minha escolha, Alex. — Responde com um sorriso sugestivo, dirigindo-se a Luiza, que lhe dá um leve tapa no braço.

A suave melodia enche o ambiente, e os casais começam a dançar. Alex mantém seu olhar fixo em Rebecca o tempo todo, enquanto ela se esforça para disfarçar suas emoções sob os acordes da música.

— Mesmo agora, após tanto tempo, você ainda fica corada. — Suas palavras a deixam ainda mais nervosa, fazendo-a acidentalmente pisar em seu pé.

— Ai, meu Deus, me perdoa, foi sem querer. — Sussurra constrangida, suas bochechas ainda mais vermelhas.

— Está tudo bem, não foi nada.

Alex observa-a atentamente o tempo todo. Quando finalmente ela o encara, ele leva gentilmente a mão ao rosto dela, afastando os cabelos de seus olhos. Ela fica nervosa e fecha os olhos. Alex ri em resposta. Eduardo, que está dançando com Melissa, observa a cena com raiva, não conseguindo acreditar que, mesmo depois de tudo, Rebecca ainda nutre sentimentos por Alex.

— Srta. Jenkins, por que está tão envergonhada diante de mim? Afinal, compartilhamos tantos anos juntos. Por que se sente intimidada? — Pergunta, observando-a enquanto ela apoia a cabeça em seu peito.

— Posso ouvir seu coração. — Ela murmura.

— Eu também estou ouvindo. — Responde, referindo-se a ela.

— Alex, será que você pode me desculpar? Foi minha culpa você se afastar. Eu me sinto como a intrusa aqui. Amo todos, mas tenho medo de que eu tenha tomado o seu lugar.

— Tudo bem, Rebecca. — Foi a primeira vez naquela noite que ele a chamou pelo nome. — Eles gostam mais de você. Quer dizer, olha só, você é muito mais encantadora do que eu. Fica difícil competir. — Ele ri, fazendo-a sorrir. Ela o encara.

— Alex, você pode me perdoar por mentir? Sobre aquela noite no pub? Eu estava magoada e, sinceramente, achei que você estava com outras mulheres. Eu estava carente e quis te magoar. Fui boba. Por favor, me perdoe. — Alex sorri com ternura para ela e deposita um beijo suave em sua testa. Ela fecha os olhos e relembra os momentos felizes, enquanto o sente apoiando o queixo em sua cabeça.

— Não acredito que este seja o momento certo para falarmos disso. Aquele ano foi difícil, e relembrar os eventos que me moldaram é uma experiência dolorosa. Não quero que peça desculpas, porque sinceramente acredito que não as mereço. Fui eu quem te levou a cometer aqueles erros, e essa é uma verdade que não posso ignorar. Tua observação naquele dia no escritório estava correta, eu estava enfatizando a importância da honestidade, ao mesmo tempo, em que eu mesmo era desonesto.

Rebecca olha surpresa para ele, e antes que ela possa formular uma resposta, a música cessa. Um beijo suave é depositado em sua cabeça, e a ausência dos braços de Alex a tocando cria um vazio momentâneo. Alex sorri e se afasta, caminhando em direção ao bar. Enquanto os noivos tomam o centro da pista para a primeira dança como marido e mulher, Alex retorna à mesa, seus olhos permanecem fixos em Rebecca. Ela sorri com entusiasmo ao ver sua amiga emocionada durante a dança. Ao término da apresentação, o casal recém-casado é calorosamente aplaudido por todos os presentes, e eles retornam à mesa dos amigos.

— Vocês estavam incríveis. Parabéns. — Grace comenta com um sorriso afetuoso.

— Primo, parabéns a festa está incrível. Susan, você está deslumbrante, seja bem-vinda à nossa família. — Marina Murphy expressa ao se aproximar com um sorriso afetuoso.

— Muito obrigada, prima. Por favor, junte-se a nós. — Leandro faz um gesto acolhedor em direção à mesa, onde Marina se acomoda ao lado de Alex. — Pessoal, esta é minha prima, Marina Murphy.

— Será que eu já tive o prazer de vê-la em algum lugar, senhorita? — Richard pergunta, demonstrando interesse.

— É possível que me tenha reconhecido de algum outdoor ou comercial, uma vez que atuo como modelo. — Marina responde com um sorriso cativante.

— Alex, que tal trocarmos de lugar? — Richard sugere com sua usual falta de discrição.

— Richard, contenha-se, está constrangendo a senhorita. Você realmente é incorrigível, não é mesmo? — Bruna comenta com um toque de humor.

— Gente, lembrem-se de que estamos celebrando um casamento, e as pessoas costumam flertar em ocasiões assim. Vamos deixar os solteiros aproveitarem, sem atrapalhar, certo? — Richard assume um tom sério ao fazer sua observação.

— Você realmente quer isso, Richard? Se preferir, pode ocupar o meu lugar. — Diz Alex com uma pitada de humor.

— Não, por favor. — Resmunga Marina, segurando delicadamente o braço de Alex, que encara Leandro e arqueia a sobrancelha, evidenciando seu desconforto por estar sendo tocado por ela.

— Prima, não se preocupe. Eu não permitirei que Richard se aproxime de você. — Leandro fala com gentileza, segurando as mãos dela para evitar qualquer mal-entendido.

— Leandro, ela tem um namorado ou algo do tipo? Vocês estão exagerando, estamos em um casamento, relaxem um pouco com as regras. — Richard reclama, levanta-se e sai.