ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 172

Após aquele encontro, Rebecca mal conseguia acreditar em tudo o que aconteceu. Era difícil para ela aceitar que estava na hora de libertar seu coração de Alex, pois a relação deles estava se tornando um ciclo constante de dor. A cada vez que ela tentava se aproximar, ele parecia determinado a despedaçá-la. Com o passar dos dias, as coisas no círculo de amigos pioravam consideravelmente e os negócios que compartilhavam estavam em queda livre, já que não conseguiam mais negociar com seus principais fornecedores, graças às ações de Alex, que os havia comprado. Rebecca estava imersa em pensamentos, tentando encontrar uma solução para toda aquela situação, quando Leandro irrompe em sua sala.

— Rebecca, se eu tomar medidas drásticas, você me odiaria? — Questiona Leandro, captando o olhar perplexo dela.

— O que aconteceu? — Indaga Rebecca, em busca de compreender a situação.

— Meus pais não atendem, fui até o Grupo Murphy e acredite, não consegui entrar. — Desabafa, batendo com força na mesa. — O que você acha que está acontecendo? — Pergunta, a fúria consumindo-o.

— Que droga! — Exclama, frustrada. — Leandro, me desculpa por isso.

— A culpa não é sua, Rebecca, é dele, aquele louco. — Afirma, com o sangue fervendo na veia. — Como meu pai pode fazer algo assim? Íamos encontrar uma maneira de controlar a situação. Juro que vou… — Suas palavras são abruptamente interrompidas pelo toque insistente de seu celular, ele olha para a tela, vendo um número privado e atende a ligação. — Alô.

— Sr. Murphy, bom dia. — Alex cumprimenta, sua voz ostentando um tom suave. — Acredito que você já esteja ciente das novidades, não é? — Pergunta, acrescentando um toque de deboche à sua entonação.

— Você é um verdadeiro canalha. O que você ganha com tudo isso?

— Um canalha que comanda seus próprios negócios, se você tivesse feito o mesmo, isso não teria ocorrido. É o preço a se pagar quando se permanece sob a proteção dos pais. — Retruca, com determinação. — Eu prospero, Leandro, é isso que conquisto com todas essas ações. E, como um extra, estou ensinando a vocês como se joga o meu jogo, um jogo no qual vocês optaram por entrar.

— Você é patético, Alex.

— Sem ofensas, Leandro, mantenha a compostura. Veja bem, sou um homem que valoriza a justiça e sempre busco as melhores opções. Mesmo que vocês possam ser ingênuos e cometam erros em muitos aspectos, infelizmente, ainda são os melhores em suas profissões, embora no teu caso, acredito que Rebecca já esteja no mesmo nível que você, mas ela não quererá trabalhar comigo. Portanto, o que acha de trabalhar para mim? Posso mantê-lo como CEO do Grupo Murphy.

— Esse é o teu plano? Arrancar tudo de nós?

— Não estou arrancando nada, Leandro, estou propondo uma negociação. Você pode continuar no controle do grupo de sua família, basta dizer sim, o que acha?

— Vá se foder, Alex. — Esbraveja e desliga a ligação abruptamente. — Como eu o odeio. Ele só quer zombar de nós.

— Estou sem ideias, Leandro, os números estão em queda livre. Conversei com Natan ontem, ele ofereceu ajuda.

— Não quero a ajuda desse homem e para ser sincero, já não adianta mais, o grupo agora pertence a Alex. — Conclui, saindo da sala, sua frustração visível.

Enquanto isso, no escritório do Grupo Wealth, Nicole entra na sala e ao observar o sorriso de Alex, sua mente vagueia, imaginando-se entregue aos encantos dele. Seus pensamentos estão completamente fora de controle e sempre que ela está na presença dele, sua imaginação a leva para lugares inesperados.

— Eu estive pensando e talvez não tenha sido justo com vocês. As coisas ficaram bem complicadas após a aquisição de algumas empresas, não é? — Pergunta, mantendo a voz firme durante a ligação.

— Você está me ligando para falar sobre isso? Qual é o seu problema, Sr. Baker? — Questiona Rebecca, fazendo Alex fechar os olhos pela formalidade dela.

— Estou lhe oferecendo uma oportunidade de ajudar seus amigos. Você quer negociar, certo? Estou disposto a fazer isso com você. Amanhã, às 10h da manhã, apareça na sede do Grupo Wealth. Tenho uma proposta que gostaria de discutir contigo.

— Eu não tenho interesse, vou resolver isso por conta própria. — Responde, com uma intensa raiva em sua voz. — Não preciso da tua ajuda.

— Você não vai e sabe muito bem disso. Nem ao menos considerou utilizar a tua porcentagem no grupo Shaw a teu favor. Deixe-me ajudar a salvar os negócios de teus amigos. Essa é uma oportunidade única, apareça. — Conclui e encerra a ligação.

— Idiota, como odeio você. — Rebecca murmura, seu coração batendo descompassado pela raiva. — Você não entende, não faz ideia do que fez conosco. — Ela fecha os olhos, as lágrimas escapando, enquanto soca o travesseiro com força, tentando conter o turbilhão de emoções que a invade.

No seu escritório, Alex perambula de um lado para o outro, lágrimas silenciosas escorrendo pelo seu rosto. A dura realidade se impõe com força e ele compreende que o próximo encontro apenas selará o destino da mulher que ama. Cada passo que ele dá o convence cada vez mais de que jamais poderá ficar ao lado dela, o peso da culpa por toda a dor que causou e ainda causará tornou-se insuportável.

São dois longos anos imerso nessa situação, mantendo Nicole por perto, investigando cada detalhe da vida dela. No entanto, apesar de todos os esforços, ele não encontra evidências concretas que confirmem a maldade que ela carrega. A simples imaginação do terror que Rebecca sofreu naquela noite atormenta sua alma. Alex está disposto a aceitar as insanidades de Nicole, convicto de que, se não conseguir reunir provas antes de ser preso, tomará a terrível decisão de tirar a vida dela, em um ato desesperado para proteger sua família. Seus passos inquietos ecoam no silêncio do escritório, onde o peso do dilema o consome por completo.