ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 44

No restaurante, a atmosfera é carregada com uma tensão quase palpável. Rebecca se esforça para ignorar a presença deles, mas é uma batalha árdua, já que eles persistem em atrair os olhares para si.

— Olá, pessoal. Que surpresa encontrar todos vocês aqui. — Diz Samantha, se aproximando. — Vejam só isso. — Ela estende a mão para exibir seu deslumbrante anel de noivado. — O que você acha, prima?

— É realmente deslumbrante, exatamente o que você merece. Meus sinceros parabéns pelo noivado. — Responde Rebecca com um sorriso que parece um pouco forçado.

— Cheguei a pensar em convidá-los para se juntarem a nós nesta celebração, mas estou preocupada com o quanto a Becca ficaria desconfortável.

— Prima, não se preocupe. Só teria que lidar com a sensação de incômodo que sinto toda vez que ponho os olhos em vocês. E há mais uma coisa: não tenho o menor interesse em compartilhar uma mesa com nenhum de vocês. Agora, aproveitem ao máximo a comemoração do noivado. Espero que seu noivo a ame profundamente, porque a imagem que se forma em minha mente é a dele de joelhos, implorando perdão e derramando lágrimas em seu próprio apartamento.

— Como você ousa falar essas tolices? — Ela agarra o braço de Rebecca. — Vem comigo agora.

— Ah, por favor, me solta. Se você quer que eu vá até lá, tudo bem. Eu vou. Mas não reclame se o Peter ficar me admirando. — Ela zomba, provocando Samantha de propósito.

— Papai, aqui está a sua sobrinha, como solicitado. — Diz, aproximando-se da mesa.

— Senta-te conosco. — Diz Antônio, sem olhar para Rebecca.

— Não, obrigada. Estou com os meus amigos.

— Rebecca, não seja ridícula. O que você acha que acontecerá agora? Você não está mais no mesmo nível que eles. Quando o seu dinheiro acabar, o que fará? Nem mesmo conseguirá pagar pela roupa que está vestindo. Você foi reduzida a nada, querida. Quando você não puder pagar por uma bebida, os seus amigos vão se afastar gradualmente. As pessoas cultivam amizades dentro do mesmo círculo social. Não há espaço para outros.

— Tudo bem, tio. Posso lidar com isso. Mais alguma coisa? — Questiona, escondendo o seu desconforto diante da humilhação imposta.

— Querida, talvez eu possa até considerar te perdoar pelos problemas que você me causou no passado. Afinal, eu te disse para se afastar dele, não foi? Mas agora, onde está o seu suposto super-herói? Se você puder me garantir que vai se comportar, posso te convidar para jantar. No entanto, antes disso, peça desculpas à sua família. Afinal, é a única coisa que lhe restou, já que seus pais a abandonaram.

Ao ouvir essas palavras, uma lágrima escapa dos olhos de Rebecca, apesar de todos os esforços que fez para não demonstrar fraqueza diante deles.

— Tudo bem, tio. Eu agradeço. Aproveitem o jantar e parabéns pelo noivado. Com licença.

Rebecca se afasta, ouvindo os comentários maldosos e risadas debochadas vindos daquela mesa. Eram as mesmas pessoas que ela costumava amar.

— Está tudo bem, Becca? — Pergunta Susan, preocupada.

— Sim, está tudo ótimo. — Responde com um sorriso forçado. — Me desculpem, mas vou para casa. Amanhã conversamos, ok? Preciso descansar.

— Mas, Becca, planejamos aproveitar o final de semana juntas.

— Compreendo, Melissa, mas que tal começarmos amanhã? Está tudo bem para vocês? Passem na minha casa amanhã à noite. — André levanta-se para acompanhá-la. — Não se preocupe, André, vou sozinha. Preciso de um tempo para pensar. Até mais, pessoal. Amo todos vocês. — Ela deixa o restaurante, imersa em seus pensamentos.

— Se essa família não parar de incomodá-la, juro que vou perder a paciência. — Resmunga, irritado.

— Fica tranquilo, André. Ela está bem. Precisa de espaço. Toda essa situação é muito complicada para ela. Respeitaremos isso. — Diz Luan.

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