ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 62

Alex fica imóvel por alguns segundos, completamente atônito com a reação inesperada dela. Apesar de já ter compartilhado beijos com ela em outras ocasiões, ele simplesmente não conseguia compreender o motivo por trás dessa nova atitude. A frustração começa a tomar conta, mas a determinação de buscar respostas o impulsiona a segui-la.

— Srta. Jenkins? — Ele a chama, e no topo da escada, Rebecca para, encarando-o de frente.

— O que você quer?

— Será que você poderia descer até aqui, por favor?

— Não. Cogito ir para o meu quarto.

— Peço, por gentileza, Srta. Jenkins. — Ele suplica de maneira cortês, e Rebecca o observa por um momento antes de finalmente ceder. Ela desce os degraus, parando diante dele.

— O que você precisa agora? — Ele permanece em silêncio por alguns minutos, refletindo sobre o que dizer. — Então, Sr. Baker, o que você realmente quer?

— Peço desculpas, Srta. Jenkins. Garanto que não acontecerá novamente. — Ele diz, fixando o olhar nela. Seu olhar intenso intimida Rebecca por um instante. Em seguida, ele contorna-a e sobe a escada com determinação. — Por favor, vá até a garagem.

Alex segue diretamente para o escritório no segundo andar, a frustração que o consome é evidente. Ele se sente perplexo diante da reação dela e do que parece estar acontecendo entre eles. Seu desejo genuíno é compartilhar mais momentos com Rebecca, mas tudo parece envolto em confusão. Enquanto isso, Rebecca direciona-se à garagem e se depara com o Maybach Exelero branco, os detalhes todos em rosa, exatamente como ela havia mencionado a Henrique. Um sorriso animado se forma em seu rosto, mas logo ela reprime seus sentimentos.

“Não, Rebecca, você não pode aceitar esse carro.” — Ela pensa consigo mesma, firmemente decidida a não aceitar presentes caros de Alex. Ela retorna à casa e vai até o quarto de Alex, batendo insistentemente, porém não obtém resposta.

— Você está sendo um idiota, sabia? — Ela resmunga, sentindo-se ignorada, e segue em direção ao seu quarto, consumida pela frustração. Antes de entrar, avista Alex saindo do escritório. Ela para e espera por ele, ficando parada diante da porta do seu quarto. — Sr. Baker, agradeço a gentileza. Entretanto, não posso aceitar. Já fui presenteada por você hoje. Peço que não gaste mais dinheiro em presentes caros para mim. — Ela ergue a chave do carro diante dele, transmitindo sua resolução com firmeza.

— Srta. Jenkins, aceite o carro, é uma ordem. — Ele diz, virando-se e indo em direção ao seu quarto.

— Você está sendo um babaca, Alex Baker. — Ela murmura, observando-o se afastar.

Alex para, olha para trás e a encara, mas decide seguir para o seu quarto sem proferir mais palavras. Ao chegar em seu quarto, Alex se joga na cama e, utilizando o perfil que havia criado para pesquisá-la, verifica suas redes sociais. Ele sorri ao ver as fotos que ela postou e experimenta uma estranha sensação de felicidade ao notar que ela atualizou sua situação de relacionamento.

“O que está acontecendo com essa mulher?” — Ele pensa, ainda sem compreender a atitude dela, quando ele a beijou.

Na manhã seguinte, após uma noite de sono terrível, Rebecca desce para tomar café.

— Bom dia, senhora.

— Bom dia. — Ela responde sem protestar por ser chamada de “senhora”. — Alex já tomou café?

— Sim, ele saiu há alguns minutos. Acredito que está retornando a Nova York, por mencionar que tem muito trabalho. — Henrique responde.

— Entendi. — Rebecca responde de maneira sucinta.

Rebecca permanece em silêncio durante o café, questionando a si mesma por que está tão afetada por um simples beijo. No entanto, as palavras de Alex, “precisamos manter as aparências”, continuam ecoando em sua mente, relembrando-a do contrato que a deixa moralmente desconfortável. Ela sente como se estivesse se vendendo, especialmente quando ele a toca, como se o único interesse dele fosse sexual. Rebecca termina o café da manhã e segue para suas responsabilidades. No início da tarde, começa seu turno de trabalho no Grupo Shaw.

— Srta. Jenkins, hoje você pode se concentrar apenas nas papeladas; vou cuidar de tudo o que os Shaw precisarem. — Diz Morello. — O neto da família está no escritório, eles estão discutindo desde a manhã, e agora a família da Srta. Spencer se juntou a eles. O dia não será agradável, principalmente devido aos rumores que circulam pela empresa.

— Quais são esses rumores? — Pergunta curiosa.

— Parece que a Srta. Spencer está grávida, e o neto do Sr. Shaw está se recusando a assumir a responsabilidade. — Diz Morello em voz baixa. — Ele e a Sra. Shaw têm brigado nas últimas semanas por causa disso. Todos esperavam o anúncio de casamento deles, e foi por isso que ele perdeu o cargo de CEO do grupo como punição por seu mau comportamento.

— Que sujeito desprezível. Como alguém pode agir assim? — Diz Rebecca, chocada.

A tarde transcorre de forma surpreendentemente tranquila para Rebecca, o que a ajuda a se manter distraída. No entanto, ela não pode deixar de pensar no beijo que Alex lhe deu. Na sala de reuniões, Alex é atualizado por seu avô sobre todos os novos negócios da família Shaw, incluindo a inclusão de Peter O'Donnell em uma das posições de gerência do grupo, como o novo gerente do departamento de compras, após a assinatura dos contratos de parceria entre os grupos.

— Eu não quero que você cause problemas com eles, entendeu, Alex? — Adverte Nicolas.

— Eu não pretendo, mas esteja avisado, Sr. Shaw, se eles me desafiarem, não importa que sejam seus parceiros de negócios, eu não hesitarei em destruí-los. — Afirma Alex com determinação.

— Não vamos discutir por isso, Alex. Estou cansado dos problemas que você me causa. — Responde Nicolas, exasperado.

— Já gastei tempo demais com vocês! Há mais alguma coisa que desejam discutir? — Pergunta Alex, impaciente.

— O que você acha, Alex? — Questiona Olga com desdém. — Acha que eles estão aqui para quê? É óbvio que discutiremos essa situação entre a Sophia e você.

— Não temos nada para falar sobre isso. Acabou! É difícil entender? Se tenho ignorado vocês, é porque não quero perder tempo com isso. Eu não vou me casar com a Sophia de maneira…

— Alex, eu estou grávida. — Interrompe Sophia, fazendo-o parar e absorver aquelas palavras.

— Nesse caso, meus parabéns. — Diz Alex com sarcasmo quando volta a si.

— Alex, pare com isso agora. — Ordena Olga com firmeza.

— Pelo amor de Deus, Sophia, você só pode estar brincando, não é? Que palhaçada é essa? Vai dizer que sou o pai? Minha nossa, a loucura de vocês não tem limites. — Alex exclama incrédulo.

— Alex, qual é o seu problema? — Questiona Ana. — Eu não te criei dessa maneira.

— Claro que não, porque você mal participou da minha criação. — Diz Alex, encarando Ana.

— Tudo bem, sogra. Cuido disso. — Diz Sophia, enfrentando o deboche de Alex. — Alex, estou com 15 semanas de gravidez, você é inteligente, faça as contas. Engravidei em maio.

— Alex Shaw, você irá acompanhar Sophia em todas as consultas e exames e assumirá sua responsabilidade. Criamos você para ser um homem, não um moleque irresponsável. — Diz Olga com determinação.

— Não farei porra nenhuma, não acredito nela. Faremos um teste de DNA nos próximos dias, e só assumirei minha responsabilidade se essa criança for minha, isso se existir uma. — Conclui Alex, determinado.

— Alex, eu não farei nada. Posso te provar que esse filho é teu. — Sophia abre a bolsa e retira o exame de gravidez, estendendo-o para ele. Alex encara o exame e presta atenção na assinatura do ginecologista.

— Faremos um teste de DNA. Escolham o laboratório e me avisem, acompanharei a Srta. Spencer.

— Você está agindo de forma tão cruel, Alex. Por que está fazendo isso comigo? O que eu te fiz?

— Dá um tempo, Sophia. Conte você mesma para eles, você me cansa. Pare com essa estupidez, eu não suporto mais você. Como consegui te aguentar por tantos anos? Eu realmente devo ter algum problema. — Alex diz com frustração antes de sair da sala. Nicolas o segue, pois além de Alex, desrespeitar Sophia e a família dela, acaba de ser notificado de que o grupo Wealth comprou duas empresas que faziam negócios com o grupo Shaw.

— Como você ousa comprar duas empresas que fazem negócios conosco e desrespeitar a mãe de seu filho? — Questiona Nicolas, segurando-o pelo braço. — Que audácia é essa? Você está tentando me irritar, é isso, Alex Shaw? Quer que eu te ensine uma lição?

— Por favor, não me chame assim. Lembre-se de que não tenho mais permissão para usar esse nome. — Debocha Alex, deixando Nicolas ainda mais irritado.

— Como ousa? Que tipo de pessoa você é? Quer destruir sua própria família? Seu plano é sair comprando tudo o que é nosso, você é um invejoso, querendo tomar tudo o que construímos. E o pior é que você é assim porque eu permiti. Eu devia ter te detido desde o início, quando era apenas um garoto fazendo trapalhadas. Eu te moldei, e posso te destruir. — Diz Nicolas, elevando a voz e confrontando Alex. Todos os outros familiares ficam em silêncio, surpresos por Nicolas falar daquela forma com Alex.

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