ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 63

O silêncio permanece pesado entre eles naquele momento. Alex encara seu avô, lutando para conter suas emoções.

— Quando o senhor me forçou a começar a trabalhar nesta maldita empresa aos 12 anos? Eu nunca desejei fazer parte disso, nunca mesmo. O senhor me obrigou, e se hoje sou assim, a culpa é sua e de todos que concordaram com essa ideia insensata de colocar uma criança para trabalhar. Pois, naquela época, era exatamente o que eu era: uma criança. Sua única oportunidade de me destruir foi naquele momento, quando comecei. Deveria tê-lo feito. Desde então, o senhor nunca mais teve a chance de me alcançar. Foram longos anos tendo que suportar o senhor, mas consegui criar meu próprio negócio bem debaixo do seu nariz. Porque naquela época eu o odiei tanto que decidi tirá-lo do poder. Eu jamais serei como vocês, com meus filhos, porque vocês foram péssimos.

— Alex, por favor, não nos ofenda e respeite seu avô — diz Ana, com lágrimas escorrendo.

— Por favor, explique como você o criou, já que foi com o dinheiro que nós lhe fornecemos, Alex. E agora, o que está acontecendo? Você nos roubando.

— Meu dinheiro, Sra. Shaw, vocês nunca me deram nada. Tive que trabalhar duro para conquistá-lo, fui um funcionário como qualquer outro aqui dentro. Já no primeiro ano no Grupo Wealth, estava ganhando muito dinheiro. Desde então, nunca mais toquei em um único centavo que fosse do Grupo Shaw. Devolvi todos os valores que utilizei para estabelecer meu próprio negócio, acrescidos de juros, para a conta que vocês me proporcionaram. Está tudo lá, rendendo para vocês. E quero deixar claro que, quando vocês enfrentarem dificuldades financeiras, me certificarei de devolvê-lo. Portanto, não insinuem que sou devedor a vocês. Desde muito cedo, sempre me vi como alguém superior, como se fosse adotado, porque vocês são todos limitados. — Alex ironiza sua família. — As duas empresas anunciaram as vendas, caso não estejam cientes. Continuam administrando seu grupo inadequadamente. Agora, apenas observem enquanto eu as incorporo ao Grupo Wealth. Não preciso roubar nada. Vocês não representam ameaça alguma para mim. Vou apenas aguardar que cada uma das empresas do seu grupo me procure e, uma a uma, eu as comprarei. Até que reste somente esta empresa patética, a qual terei o prazer de adquirir somente para fechá-la, a menos que decidam implorar por misericórdia após todos os insultos. Afinal, somos uma família, não somos? Talvez eu tenha um pouco de compaixão por vocês. — Ele mantém seu tom sarcástico.

— Você é uma pessoa horrível, Alex. — Diz Olga, com decepção nos olhos.

— Menos do que vocês. — Responde Alex, e um tenso silêncio paira no ar após suas palavras, quebrado apenas pelo tapa que Olga desfere em seu rosto. Alex a encara com um misto de raiva e decepção, antes de se dirigir ao elevador.

— Aguardarei a marcação da data do exame; só então me envolverei. Preparem tudo para minha saída deste maldito grupo. Minha próxima visita será apenas para isso. Sra. Shaw, detesto esse sobrenome com todas as minhas forças. Ele nunca me trouxe nada de bom. — Alex entra no elevador e fita sua família com intensidade enquanto as portas se fecham.

— Como ele ousa, hein? Nos roubar bem diante de nossos olhos. Ele está morto para a família Shaw a partir deste momento. Eu jamais o perdoarei. Qualquer um de vocês que ousar colaborar com ele terá o mesmo destino: a ruína. Vou ensiná-lo como os negócios realmente funcionam. E quando ele vier rastejando, pedindo misericórdia, rirei na cara dele, vendo todas as peças do império que ele acredita possuir desmoronarem. Esse jovem ousou me ameaçar novamente, e ele pagará pela sua insolência. Não terei compaixão. Sophia, vá para casa. Garantirei que ele cuide de seu filho. Carlos, leve-a. Conversaremos em outro momento.

— Papai, por favor, perdoe-o. Ele não mede as palavras, mas vai se arrepender. Ele se desculpará com o senhor. Por favor, não vá contra ele. Eu te imploro, não o destrua tão jovem.

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