ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 69

Os amigos de Alex decidiram não se envolver naquela situação, deixando-o sozinho, como ele havia solicitado.

— Com licença, Sr. O'Donnell. Importa-se se eu me sentar por alguns minutos? Estou um tanto cansado hoje, tive uma noite difícil, como ambos puderam notar.

— Sinta-se à vontade, jovem — Respondeu Magno.

— Eu só queria um dia tranquilo, mas já que você não consegue esperar, Sr. O'Donnel, vamos começar. Que tal darmos nosso primeiro passo neste jogo? — Ele diz de forma irônica, fazendo uma ligação para o escritório de finanças do grupo Wealth. — Boa tarde, Sra. Denver — Mantém seu olhar fixo em Magno, observando sua reação. — Preciso que faça algo por mim. Tenho interesse em colaborar com um grupo bastante especial. Por favor, identifique as principais empresas com as quais o grupo Post O'Donnell mantém relações comerciais e providencie a aquisição das mais importantes.

— Para quando deseja isso, Sr. Baker? — Indaga Charlotte.

— Imediatamente.

— Vou acionar a equipe de aquisições e o departamento financeiro do grupo.

— Não será necessário. Você tem a minha aprovação. Não relacione essas compras ao grupo, faça em meu nome, e amanhã devolverei o dinheiro para as contas. Entre em contato com o Sr. Foster, ele irá ajudá-lo com os contratos. Avise-me quando terminar. — Ele desliga, sem esperar por respostas.

— O que você pensa que está fazendo?

— Negócios, Sr. O'Donnell. Então, o que vocês têm de novo para me contar? As senhoras gostaram de Boston? Encontraram alguma casa interessante? Estão pensando em se mudar, não é? — As mulheres o encaram, mas não respondem.

— Por que continua protegendo-a, Alex? Ela se casou com outro na primeira oportunidade, quando perdeu tudo. Ela ao menos ligou para você? — Questiona Peter.

— Claro que não, a Srta. Jenkins nunca me procurou. Receio que ela não tenha apreciado nosso tempo juntos. Mas, tudo bem, não é possível agradar a todos, não é mesmo? No entanto, não é por causa dela. Como já mencionei antes, vocês me fazem soar repetitivo, isso me frustra. Parece que não me levam a sério. Insistem em desafiar minhas instruções, e eu não suporto quando não obedecem.

— É desafiador quando não temos influência, não é, Alex? — Diz Peter, rindo.

— Eu não posso responder a isso, nunca passei por uma situação semelhante. Deve ser complicado. Mas, diga-me, Peter, afinal, você sempre foi mediano, é difícil? — Debocha Alex. — Vocês vão se casar, não é? Quando será? Se quiser, Peter, posso ajudá-lo a escolher um belo anel de noivado de uma das coleções de Walsh. As mulheres adoram as joias dele, não é? É uma pena que a coleção exclusiva já tenha sido vendida. Mas podemos fazer sua bela noiva feliz com algumas das joias dele, eu posso proporcionar tudo o que você desejar, Peter. Como você bem sabe, minha família tem muita influência.

— Não que seja da tua conta, mas estamos planejando nos casar na primavera. Peter pode comprar o que eu quiser, não precisamos da tua ajuda. Sabe quem ganhou o anel do Sr. Walsh? A minha prima. O marido mais velho dela a mima com presentes caros. Rebecca é uma mulher fácil, que se vendeu para o primeiro que quis pagar. Viste-a ontem no Pub, Sr. Baker? — Samantha questiona com um toque de sarcasmo.

— Ela estava lá? Não tive a sorte de encontrá-la, e vocês não colaboraram, não é? Poderiam ter me conduzido até ela. Eu, se fosse o marido dela, faria o mesmo, Rebecca é uma mulher linda, ela merece o melhor. — Diz ele com um leve sorriso. Alex adora provocá-los, ele os considera tão burros. Seu celular toca. — Então, já comprou? — Pergunta ao atender.

— Não, senhor, mas já entrei em contato com eles. São três empresas que geram 60% dos lucros do grupo. Eles estão pedindo uma quantia considerável para venderem imediatamente.

— Não importa, pague os valores solicitados. Aguardo a confirmação das compras. — Ele desliga, recebendo um olhar de descrença de Magno.

— Tenho muita pena de você, jovem, tão desprovido de inteligência. — Provoca, sem acreditar que Alex possa prejudicá-lo.

— Magno, ele é um palhaço, vai usar o dinheiro da família para fazer essas transações, isso se conseguir. E, além disso, não adiantará de nada, já que somos parceiros do grupo Shaw. — Acrescenta Antônio, provocando.

— Seu avô achará interessante essa tua compra. Receio que ele terá que bloquear todos os seus acessos às contas da família Shaw. — Comenta Magno. — Você é um idiota, um homem, quer dizer, um jovem frustrado e incompetente.

— Eu disse em Seattle que minha briga era com ele. — Diz, apontando para Antônio. — Mas vejo que você também quer ser meu inimigo, e por ser estúpido, vou destruir você primeiro.

— Jovem Baker, não há nada que você possa fazer para me prejudicar, pois não tem poder nenhum. Aprenda a lidar com suas frustrações, porque está parecendo um adolescente mimado. Nem minha filha, Marcelly, é assim. — Magno sorri para a filha.

— Atribua isso aos meus avós. Receio que minha família tenha me mimado demais. Sou de total responsabilidade deles. Aprendi desde a infância a lidar com a frustração do meu jeito. Quando algo me irritava ou eu deixava de gostar, eu destruía ou descartava, exatamente como farei com vocês.

— Você é tão ridículo, Alex. Rebecca nem sequer te procurou. Está por aí se relacionando com um homem mais velho por dinheiro, e você está se indispondo por ela. — Provoca Peter.

— Você é cansativo. A incapacidade de vocês em entender o óbvio me espanta. — O telefone dele toca novamente. — E então? — Pergunta ao atender.

— Realizei as compras das três empresas. O valor médio pago por empresa ficou em torno de 70 milhões de dólares.

— Foi um investimento significativo, não é mesmo? Sem problemas, recuperaremos o valor em breve. Agora, desfaça as parcerias que essas empresas têm com o grupo Post O'donnel. — Magno dá uma gargalhada ao observar Alex, pois não acredita que ele tenha realmente adquirido empresas que tenham negócios com ele. Além disso, mesmo se isso fosse verdade, as multas por quebra de contrato seriam altíssimas.

— Sr. Baker, as multas provavelmente serão substanciais.

— Não tem problema, pagaremos. Estou ocupado no momento, mas vou atualizá-la sobre como procederemos com essas três empresas em breve, obrigado. — Alex desliga novamente. — Neste exato momento, somos parceiros, Sr. O'donnel. Gostaria de discutir alguma negociação?

— Jovem, você é tão irritante. Não tenho nada a tratar com você. Seja o que for que você tenha feito, eu resolverei. Você não tem talento.

— Boa sorte com isso. Bom, vocês terão que me dar licença. Eu gostaria realmente de ficar mais um pouco na agradável companhia de vocês, especialmente em uma mesa com adoráveis damas. — Diz levantando-se. — Mas preciso concluir nossa breve parceria.

— Alex, você é tão engraçado. Perguntarei à sua família como aguentam você. Espero que o bebê Shaw que está a caminho não herde a sua personalidade. Ninguém gosta de meninos brigões. — Diz Antônio rindo.

Alex o encara, sentindo-se frustrado naquele momento, pois seu avô, além de cooperar com aqueles dois, estava compartilhando tudo com eles. Magno e Antônio se divertem com a expressão de desgosto de Alex. Ele pega o celular e faz uma ligação.

— Alex se arrependeu tão cedo? Eu sabia que você retrocederia. — Diz Nicolas ao atender. — Você nunca conseguirá nada sozinho, filho. Apenas aceite, venha me pedir perdão, e eu convencerei sua avó a deixar você assumir o controle do grupo novamente.

— Sr. Shaw, apenas me diga, porque estou começando a duvidar da minha sanidade. Eu não disse que você me terá como inimigo se mantiver essas alianças? Por que está tão focado em me irritar com esses dois grupos irrelevantes? Por que quer iniciar um jogo que você não pode ganhar?

— Alex, você está me ameaçando novamente? Está ficando cada vez mais insolente. Lembro-lhe que faço negócios com quem eu bem entender.

— Vovô, acho que o senhor precisa se atualizar. É tão evidente que a idade está afetando seu discernimento. Custa acreditar que o senhor seja tão cego a ponto de não perceber a corrupção evidente nessas empresas. — Alex diz, encarando-os.

— Alex, por favor, volte para casa, peça desculpas, case-se com a Sophia, cuide de seu filho e faça sua avó feliz. Assim, permitirei que você retome o controle do grupo Shaw.

— Receio lhe desapontar, vovô, mas nenhum desses itens tem possibilidade de acontecer num futuro próximo. Não vou me casar com ela, não tenho interesse em voltar ao grupo Shaw, e não se preocupe, cumprirei minhas responsabilidades como pai quando vocês atenderem às minhas demandas. Afinal, sou um homem de palavra. Que tal negociarmos ainda esta noite? Acabei de fazer algumas travessuras. — Provoca, com sarcasmo.

— Do que você está falando?

— Estou aqui tomando um café com os novos amigos do senhor e fiquei tão empolgado que decidi comprar algumas empresas para ser sócio deles também. Mas para simplificar, se o senhor deseja uma guerra, terá uma. Não cogito ter meu nome associado a esses homens corruptos por muito tempo, além de desfazer os negócios com as empresas deles. Jogarei um pouco com o senhor, anunciarei a venda dessas empresas, porque elas não me interessam. Mas se o grupo Shaw as comprar, negociarei com três empresas suas, começando pelo grupo Murphy! Porque desejo muito que Leandro trabalhe para mim! Esteja avisado, Sr. Shaw. — Alex desliga, sem esperar por respostas.

— Vou sugerir ao seu avô que o leve para terapia. — Zomba Antônio.

— Você ainda terá que esperar sua vez chegar, lembra que eu disse que só faria isso na presença dela, para que você implorasse pelo perdão, não é mesmo? Por que não a traz até mim? Podemos resolver isso rapidamente, se é isso que tanto deseja. — Provoca, achando-os surpreendentemente ineptos. — Senhores, foi um prazer estar na agradável companhia de vocês, a falta de perspicácia de vocês me diverte. — Diz ele, levantando-se enquanto faz outra ligação e, em seguida, volta seu olhar para Magno. — Srta. Denver, quero que você anuncie amanhã, logo cedo, a venda dessas três empresas. Inclua os valores das multas no preço da venda, acrescidos de 30%. Me avise quando o grupo Shaw concluir a compra.

— Com certeza, Sr. Baker.

— Agradeço a cooperação. — Ele desliga. — Boa tarde, senhores. — Diz, retirando-se.

— Qual é o problema com esse rapaz? — Indaga Amelia.

— Ele está claramente frustrado, tiraram o poder dele e parece não saber como lidar com isso. — Responde Magno.

— Você acredita que ele realmente fez isso, papai?

— Claro que não, meu anjo. Ele está apenas com ciúmes do seu irmão, um jovem bem-sucedido, com uma noiva encantadora e uma posição no Grupo Shaw. — Responde Magno, os olhos brilhando de orgulho. — Ele não vale o nosso tempo. — Conclui com firmeza.

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