ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 79

Alex retorna para casa, cansado e buscando relaxar. Dirige-se ao chuveiro, deixando a água cair sobre si por um longo período. Ao sair, ele volta ao quarto e se deita na cama, que parece estranhamente ampla, intensificando a sensação de vazio que o assola. Com o celular em mãos, ele toma a decisão de ligar para Rebecca.

— Você não perde por esperar. — Diz, rindo ao ver a chamada. Ela se levanta e coloca uma música alta. — Alô. — Atende, quase gritando.

— Onde você está? — Pergunta, enquanto se acomoda na cama.

— Você pode repetir? Não consigo ouvir, a música está muito alta. — Diz, com um riso contido.

— Rebecca, onde você está? — Insiste, irritado.

— Sr. Baker, é você? Não estou ouvindo direito! — Provoca, na tentativa de irritá-lo ainda mais. — Eu já vou, só me deixa terminar aqui. — Sussurra, como se estivesse conversando com alguém, aumentando o tom de diversão em sua voz.

— Rebecca, não me faça ir para Nova York a essa hora, porra! Onde você está?

— Desculpa, não consigo te escutar. Te ligo mais tarde. — Ela desliga e se joga na cama, rindo.

— Porra! Vou matá-la, com certeza vou. — Exclama, verificando as horas e percebendo que falta pouco para o horário do seu voo. — Por que eu não posso ter um dia de paz? — Resmunga, estressado, enquanto digita uma mensagem para ela.

“Rebecca, onde você está?” — Ele levanta-se e começa a andar de um lado para o outro no quarto.

Rebecca sorri ao ver aquela mensagem e está determinada a provocá-lo, ainda irritada por ele tê-la deixado sozinha em Nova York.

“Você está me tirando do sério, responda à droga da mensagem.”

— Parece que você está estressado, Sr. Baker. — Resmunga, ao ler a mensagem, deixando passar alguns minutos antes de responder.

“Estou bem, Sr. Baker, não se preocupe. Como você não pode me acompanhar no jantar, eu jantei no restaurante do hotel. Conheci uns homens muito divertidos e agora estamos em uma balada nos divertindo.”

— O quê? Ela só pode estar brincando. — Reclama, ao ler aquela mensagem.

“Você só pode estar brincando? Acho bom você não estar bebendo com desconhecidos, Rebecca.”

Um sorriso debochado brinca nos lábios de Rebecca enquanto ela lê a mensagem, satisfeita por conseguir tirá-lo do sério. Ela opta por continuar ignorando-o, apenas para observar a reação do seu surto.

“Você tem dez minutos para voltar ao hotel, vou ligar para verificar.”

“Ficarei bem, não se preocupe, Sr. Baker. Aproveite a noite em Boston.” — Responde antes de desligar o celular, enquanto ri incontrolavelmente por perturbar Alex dessa maneira.

Alex envia várias mensagens seguidas para ela, mas não recebe resposta de nenhuma delas. Ele tenta ligar novamente e fica estressado ao perceber que o telefone dela está desligado.

— Porra! Ela vai me enlouquecer! — Exclama, verificando o horário novamente. A preocupação misturada com a irritação o consome. Mesmo que ele frete um voo, acabará viajando praticamente no mesmo horário de sua viagem original.

Em Nova York, Rebecca deita-se com um sorriso. Ela tenta descansar, por agendar seu voo para Boston às 8h da manhã. Quando a recepção do hotel a acorda pela manhã, conforme ela havia solicitado na noite anterior, Rebecca liga o celular e ri ao ler todas as mensagens dele.

— Parece que você ficou preocupado e irritado, Sr. Baker. — Diverte-se ela. — Assim você aprende a não brincar mais comigo. — Ela levanta-se, vai para o banho e, ao terminar de se preparar, verifica se não esqueceu nada. Sorri animada por retornar a Boston antes do tempo previsto por Alex e abre a porta, pronta para ir ao aeroporto. — Alex? — Diz, visivelmente assustada.

— Quem mais! Você parece surpresa, está esperando alguém?

— Não estou, só não esperava te ver aqui.

— Por que não? Você disse querer conversar, eu estou aqui.

— Você estava em Boston, Alex, veio apenas para conversar?

— Vim porque tenho trabalho daqui a pouco. — Diz, ocultando sua preocupação. — Se divertiu durante a noite?

— Tenha um bom dia, Srta. Jenkins. — Ele diz, saindo do quarto e batendo a porta. Ela sorri ao perceber que conseguiu fazê-lo se irritar.

— Alex, você está pronto? Podemos ir se quiser. — Diz Saulo, avistando-o no corredor.

— Senhores, bom dia. — Diz Rebecca, ao abrir a porta. — Que prazer ver vocês. — Ela se aproxima deles e os abraça. — Como vocês estão?

— Sra. Baker, prazer em vê-la, eu estou bem e você? — Diz Ryan.

— Estou ótima, tive uma noite maravilhosa. Eu estava entediada, pois fiquei vários dias trancada nesse quarto, tentando ficar atualizada com as aulas que estou perdendo. Hoje quero me divertir novamente, vocês têm indicações de lugares? — Pergunta com um sorriso malicioso, Alex a encara e entra no seu quarto, batendo a porta.

— Você sabe que ele vai matar você uma hora dessas, não é? — Pergunta Saulo, rindo.

— Tudo bem, eu posso lidar com isso. Me acompanham no café?

— Adoraríamos, Sra. Baker, mas vamos trabalhar com seu adorável marido. — Diz Ryan. — E você acabou de deixá-lo de mau-humor.

— É uma pena. Me desculpem por isso. Boa sorte para vocês e, a propósito, me chamem de Rebecca. — Diz, indo em direção aos elevadores, enquanto Ryan e Saulo a acompanham com o olhar.

— Vamos lidar com o Sr. estressado. — Diz Saulo, batendo na porta, sendo ignorados. Eles batem novamente e mais uma vez são ignorados, então eles entram sem autorização.

— Vamos lá, Alex. — Diz Ryan observando-o parado em frente à janela.

— A matarei antes que ela consiga me enlouquecer, não deem corda a ela, a menos que pretendam me visitar no hospício ou na prisão. — Diz, ele sério, mas seus amigos dão risadas. — Vamos logo. — Diz, saindo do quarto.

Eles se dirigem à sede do grupo Wealth e, ao chegarem, dirigem-se imediatamente à sala de reunião. Após várias horas de apresentações, Ryan e Saulo percebem o semblante preocupado de Alex, com a certeza de que ele não está satisfeito naquele momento.

— Senhores, por que eu pago vocês? — Questiona Alex, visivelmente estressado.