Entre quatro paredes(Completo) romance Capítulo 12

Meu peito descia e subia com rapidez, tentava não olhar para ele, meus sentidos não funcionavam perfeitamente por conta do álcool. Um minuto naquele banheiro parecia uma hora. Ele aproveitou a situação para me apertar mais contra seu peitoral.

Depois que a pessoa sai do banheiro, somos finalmente livres, apoio uma das minhas mãos na pia e suspiro.

— Essa foi por muito pouco. O que você estava fazendo aqui? — Pergunto limpando o batom borrado em minha boca.

— Estava em reunião com uns chineses, quando uma mulher muito bonita, de cabelos castanhos, chamou minha atenção. — Disse limpando sua boca borrada de batom.

Ele me achava bonita? Foco, Alice.

— Entendi. — Me belisco para saber se aquilo tinha mesmo acontecido. —Apenas vamos esquecer tudo o que aconteceu, está bem? Amanhã você continuará sendo meu chefe e eu sua funcionária.

— Mas você irá? — Seu olhar percorre o meu corpo. — Eu não pude evitar, não consigo mais.

— Você é louco. — Digo revirando os olhos. — M-me deixe em paz.

Ele arfou e arrumou sua camisa olhando para o seu reflexo. Em seguida me fitou e chegou mais perto.

— Está bem, Alice. Aproveite sua noite.

Ele saiu do banheiro me deixando a sozinha. Eu apoio minhas mãos na pia e respiro fundo. Fiz uma concha com as mãos e enchi de água, joguei em meu pescoço e em meu colo. Estava em chamas.

Sai da boate cambaleante, não queria ter a má sorte de encontrar aquele homem novamente, ou a excitante sorte de ver ele outra vez ainda nesta noite. Chamei um táxi e fui para casa, cheguei por volta dás 2:30 da madrugada, tirei aqueles malditos saltos, abrir a porta e me encostei na mesma fechando-a com as minhas costas. Passei a mão nos meus lábios e lembrei do beijo, por que eu tinha que sentir isso por alguém justo agora? Eu estava bem no meu novo emprego.

Só queria enterrar minha cabeça em meu travesseiro.

[...]

No dia seguinte me sentia pesada e tonta. Levanto com dificuldade e vou direto para o banheiro, tomo um banho demorado e saio após, me visto e passo maquiagem para disfarça as olheiras monstruosas.

Anne estava feliz, cantarolando enquanto fazia algo no fogão.

— Por que toda essa felicidade? — Encosto na porta da cozinha.

Ela olha para mim e sorrir.

— Eu e Jeff estamos namorando.

— Sério? Nossa, uau! Bem rápido.

— Sim, mas estou tão feliz, irmãzona.

— Que ótimo, só toma cuidado com coisas mais sérias tipo: sexo. — Ela me lança um olhar cético.

— Óbvio que eu não vou.… fazer isso com ele, é meu primeiro namorado.

— Mas você já sabe sobre tudo, não é?

— Alice, não fazem nem vinte e quatro horas que eu comecei a namorar e você já está falando essas asneiras. — Anne revira os olhos.

— Me desculpe, mas estou tentando ser sensata.

— Você está com cheiro de bebida, Alice. — Disse.

Passo os dedos nas têmporas.

— Nem me fale, eu estou com uma baita ressaca.

Preparo um café bem forte, bebo e saio para trabalhar. Pior que meu rosto era lembrar do que aconteceu, conseguia sentir ainda aquelas mãos na minha cintura, mãos firmes e quentes.

Cheguei na empresa, Beatriz estava furiosa.

— O que aconteceu? — Pergunto enquanto coloco minhas meias.

— Você me deixou sozinha ontem! — Ela faz bico.

— Anh, me perdoe, eu estava... muito cansada. — Minto.

— Custava ter me avisado? Eu pensei que tivesse morrido! — Ela fala seriamente. — Mas tudo bem, só te perdoo porque ontem eu conheci um gato, transamos a noite inteira. — Ela junta as mãos e fica dançando valsa.

— É o barman?

— Não, ele era gay.

— O. — começamos a rir.

— Mas provavelmente era um cara importante porque ele me levou para um motel caríssimo. — Ela coloca mão sobre o peito.

— Você só pensa nisso. Vamos começar a trabalhar, dinheiro não cai do céu.

A manhã inteira não vi nem sinal do Dante, pensei até que ele não vinhesse hoje, mas acabei me enganando quando vi a Vanessa cercando ele. Por sorte o mesmo nem olhou para mim, achei meio estranho. Fiquei me perguntando se ele estava bêbado ou apenas não quer comentar a vergonha que foi beijar uma pobretona feito eu.

Meu dia foi cheio, queria poder criar asas e voar.

Em casa, Anne estava agarrada ao Jeff.

— Anne? — Chamo pela minha irmã, os interrompendo. — Podem parar com isso, pelo menos agora?

— Me desculpe, senhora Alice. — Jeff diz soltando a coxa de Annie. — Não vai mais acontecer.

— Você não me falou que traria gente para cá. — Falo cochichando.

Anne limpa a boca e pede para o garoto ir embora.

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