Eu estava sem saída, meu chefe estava me colocando contra a parede, literalmente. Senti um calor subindo pela minha espinha, eu já estava ficando ofegante com aqueles olhos verdes me encarando enquanto ele estava apenas de toalha.
─ D-dante, pare com isso... ─ digo tentando afastar ele de perto de mim.
─ Posso me divertir um pouco com você, Alice? ─ Ele diz.
Recordei de quando tinha apenas 14 anos. As mãos ásperas dele passando pelas minhas pernas, a voz, "seja uma boa menina, Alice", ele dizia. Eu estava em choque e não conseguia gritar muito menos pedir socorro. Não pisquei e as lágrimas correram quentes pelo meu rosto.Eu era apenas uma criança.
Dante se afastou de mim com a sobrancelha franzida.
─ Eu fiz algo de errado? ─ Ele perguntou se afastando.
Ele me trouxe de volta a realidade e eu enxuguei meu rosto.
─ Não... você não fez nada. ─ Indago com dificuldade. Ele continuava me olhando assustado.
─ Me desculpe, Alice. Foi uma brincadeira de mau gosto.
Ele desvia o olhar e vai para algum lugar. Recupero o fôlego, aquele era Dante, não aquele homem asqueroso. Dante não faria isso comigo, ninguém mais faria, eu não iria deixar, eu não era aquela garotinha assustada.
Ele volta para a sala com um copo de égua nas mãos e entrega para mim fazendo sinal para que eu sentasse no sofá.
─ Se sente melhor? ─ Ele pergunta sentando na mesa de centro de frente para mim.
Assenti com dificuldade.
─ Sim.
─ Quer conversar sobre isso?
─ Você só me assustou.
─ Novamente, eu peço desculpas.
─ Tudo bem. ─ Agarro as mãos no copo de água tentando não voltar ao passado.
─ O que você está fazendo aqui, afinal de contas? ─ Ele cruza os braços.
De volta a realidade lembrei que eu tinha invadido o apartamento dele e que Dante estava apenas de tolha na minha frente.
─ Vim devolver sua corrente.
Entrego para ele que apenas olha como se não fosse nada.
─ Isso é uma desculpa para me ver ou é apenas sua inocência?
─ Convencido! ─ Reviro os olhos.
─ De qualquer forma, fez muito bem em ter devolvido. É da minha mãe. ─ Ele olha para baixo ─ vou trocar de roupa.
Enquanto ele saiu da sala, eu observei sua casa, na sala tinha uma janela imensa onde dava para ver quase toda cidade, era toda de vidro, e tinha também uma sacada grande, de lá eu poderia ver até minha pequena casa.
─ Pronto. ─ Ele voltou do andar de cima vestindo uma camisa cinza. - Você me assustou.
─ Me desculpe.
─ Não precisava devolver a camisa. ─ Ele sorri de canto.
─ Eu não gosto de ficar com o que não é meu.
─ Já eu prefiro pegar o que eu quero, independentemente de qualquer coisa ─ ele olha para meus lábios ligeiramente ─, fica mais divertido.
─ Você não pode ser tão mimado.
─ O que eu posso fazer? Sou insaciável.
O silêncio constrangedor indicou que era meu momento de ir embora, se eu ficasse mais cinco minutos ali, era provável que eu o agarrasse.
─ Eu acho que é melhor ir agora ─ pego minha bolsa do chão -, obrigada por me receber.
─ Está bem. Tenha um bom final de semana, Alice.
Entrei no elevador e apertei o último botão para a recepção, encontro Amon mexendo em seu celular, pigarreio e ele olha para mim.
─ Podemos ir? ─ Pergunto
Cheguei em casa às nove, minha irmã estava assistindo TV com o tal amigo dela. Fiquei pensativa em relação ao que Ayla falou.
─ A mamãe já está dormindo? ─ Tiro minha jaqueta.
─ Sim, e ela está bem. ─ Anne falou.
─ Eu vou dormir, e você não demore muito para dormir também. ─ Dou um beijo em sua testa e subo para meu quarto.
Me arrasto até minha cama, não pude evitar de pensar nele, como uma pessoa consegue ser tão sexy e sútil ao mesmo tempo? der repente sai um sorriso bobo dos meus lábios. Ó, não. E se ele não gosta de mim? Eu estou sendo muito idiota de pensar essas besteiras. Eu estou me iludindo atoa. Para que me torturar? Eu já tinha problemas o suficiente para perder os cabelos.
Mandei uma mensagem a Beatriz dizendo que iria com ela na festa.
No domingo teria que levar minha mãe para fazer a quimioterapia, nesses dias, as coisas ficavam mais difíceis já que ela odiava todos aqueles equipamentos e já estava exausta dos médicos.
Me arrumei, saí de meu quarto e fui para o quarto dela, ela já estava arrumada, provavelmente Anne a ajudou.
─ Bom dia. ─ Falo seguido de um beijo em sua testa.
Ela ficava mau humorada nos dias da quimio, reclamava dos enjoos de não ter tv. no quarto do hospital. Entretanto, hoje ela parecia feliz.
─ Bom dia, filha.
─ Vamos descer, mamãe. ─ Seguro ela pelo braço para descemos as escadas, Anne me ajuda.
Tomamos café e fomos de taxi ao hospital. Entramos no mesmo e logo o doutor que atende minha mãe, vem ao nosso encontro.
─ Bom dia. ─ diz ele simpático. ─ Está pronta?
─ Sim. ─ Ela diz com um olhar distante.
─ Eu vou deixar ela aqui e mais tarde a Anne vem busca-la.
Ele assentiu, as enfermeiras levaram ela. Eu e Anne ficamos lá por algum tempo, mas no fim, ela adormeceu.
Dou um beijo em sua cabeça.
─ Vou fazer o que eu puder para te ver bem, mamãe. ─ Sussurro.
Voltamos para casa, e Sean nos observava do outro lado da rua. Peguei as chaves, abrir a porta rapidamente mas antes que eu entrasse ele chamou minha atenção.
Anne olhou para mim assustada.
─ Vai para dentro. - Ordenei. Ela fez o que eu pedi e eu virei para encarar ele. ─ O que foi, Sean?
─ Eu só queria conversar com você. ─ Ele chega mais perto, desta vez eu não recuei ─ eu vi o carrão que veio deixar você aqui outro dia.
Droga.
─ Não parecia ser um taxi.
─ Aonde você quer chegar? ─ Eu estava farta.
─ Eu já vi você fazendo de tudo para pagar as dívidas ─ ele dá uma pausa e sorrir ─, mas se prostituir é novo.
Meu sangue ferveu.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Entre quatro paredes(Completo)
Muito linda a história, valeu a pena!...
Amei, amei, amei! História objetiva, linda, detalhes que prendem! Parabéns a autora!...
Amei o livro! História que vale a pena ler até o final...
A hitótia é linda, vale a pena ler, é melhor ainda q ñ é longa....