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Entre quatro paredes(Completo) romance Capítulo 18

Acordei mais tarde no sofá, ele não estava mais sentado ao meu lado.

Após nosso momento íntimo na jacuzzi, ele terminou de me mostrar a casa e me ensinou a jogar jogos de tabuleiros e cartas, depois de sua primeira vitória eu passei a ganhar em todas as partidas, enquanto ele tentava não demonstrar o mal perdedor que era. Entretanto, tínhamos que voltar a realidade onde ele era meu chefe e eu tinha uma irmã mais nova me esperando em casa sozinha. Peguei minhas sacolas de roupas e ele me levou até minha casa.

— Obrigada por tudo, Dante. Eu estava precisando me distrair um pouco.

Ele deposita um beijo em minha mão.

— Esse é apenas o começo. Nos vemos amanhã.

Saí do carro.Entrei em casa, deixei minhas sacolas no chão, Anne percebeu minha presença e desceu as escadas correndo.

— Você não respondeu minhas mensagens, fiquei preocupada!

— Desculpe — penso —, eu fiquei meio ocupada.

— Que sacolas são estas? — Perguntou xeretando minhas roupas. — Aonde conseguiu isso? Alice!

— Anne, precisamos conversar, mas não agora.

Ela revirou os olhos azuis.

— Está bom, mas trouxe algo para mim?

— Claro, boba.

Dei alguns pares de roupas para ela, Anne ficou feliz. Passamos o domingo vendo filme juntas.

Comecei a segunda-feira com uma sensação estranha. Retorna para a empresa e ver Dante sabendo o que fizemos no fim de semana me causou borboletas no estomago. Não sabia porque aquela sensação se tornava mais intensa a medida que o metro chegava mais perto do trabalho. Coloquei meus fones de ouvido e encostei minha cabeça no acento. Como eu explicaria para a minha cabeça de adolescente apaixonada que ele não era meu? E que isso era apenas um acorde ─ muito peculiar diga-se de passagem ─. Eu não podia gostar dele, faria o máximo para isso não acontecer. [...]

— Uhm, parece que alguém está mais feliz que o normal hoje. Aconteceu alguma coisa? — Perguntou Beatriz.

— Eu só estou feliz.

— Eu percebi, está sorrindo até mesmo para o vento. Não pode me contar o verdadeiro motivo?

Pensei. Beatriz não me julgaria, eu confiava nela, Dante não ficaria sabendo que eu quebrei uma regra no nosso acordo.

— Posso, na verdade vou contar a você.

— As duas, de volta ao trabalho. Sem papo! — Nossa gerente fala.

— Desculpe senhor. — Volto para Beatriz — no horário de almoço conversamos.

Nós voltamos ao trabalho, após horas finalmente estávamos livres. Eu e ela fomos ao nosso restaurante de sempre, resolvi pagar a conta pois quase sempre ela pagava para mim.

— Então, como sua mãe está?

— Muito bem, agora ela foi para um hospital particular.

— Não é por nada amiga, mas de onde tirou dinheiro para isso?

— Tem a ver com que vou te falar agora. — Eu respiro fundo e ela arqueia a sobrancelha. — Estou namorando com Dante — disparo e logo em seguida viro o copo de suco em meus lábios, foi a primeira vez que eu falei isso em voz alta.

Beatriz quase se engasga com a comida.

— Namorando?!

— É isso que você ouviu. E eu não vou repetir outra vez.

— Mas você não me disse nada, só me disse que ele te deu carona uma vez!

— Me desculpa, amiga. Eu estava esperando para ver, faz uma semana ou menos.

— Você está brincando comigo? ─ ela me olha de forma estranha.

— Por que falaria algo assim se não fosse verdade?

Beatriz respira fundo, pareceu pensar. A reação dela foi diferente do que eu pensava.

─ não estou jogando negatividade encima, mas o Dante é safado, você é romântica, como isso vai funcionar?

─ estamos tentando, Beatriz. Pensei que você fosse ficar animada.

Ela relaxa sua expressão.

─ Desculpe, eu só estou preocupada com você mas acredito que dará certo. Me diga — uma expressão de malícia surge —, ele é bom de cama?

— Bem ─ coloco o copo nos lábios ─ melhor do que pensávamos.

Ela arregala os olhos com a boca aberta.

— Meu deus, Alice!

— Ele me deu esse cordão. — Mostro o cordão para Beatriz. Ela segura a medalha.

— Que lindo! Sempre pensei que ele fosse pão-duro duro.

— Como assim?

— Ele é lindo, rico e educado. Tem que ter pelo menos um defeitinho né. ─ ela se aproxima de mim ─ Me diz, o amiguinho dele, faz jus ao tamanho dele?

— Você não tem que falar nada, ratazana! — Vanessa fala rígida.

— Cale-se! Acho que vou contratar a Alice como minha assistente pessoal, porque você não sabe fazer nada sozinha. Tudo que diz respeito a mim é ela que resolve.

— O que?! — Ela interroga com raiva.

— Acho melhor você prestar atenção. Ou vai perder sua vaga. — Ele respira fundo — Alice, pode sair, vá para seu posto.

Eu saio da sala sem ouvir mais gritos do Dante com a Vanessa.

P.O.V DANTE:

Vanessa era complicada o suficiente para eu não a querer mais por perto. Me amaldiçoava sempre que lembrava, quem começou tudo isso fui eu.

— Dante, o que você disse é verdade, vai contratar essa rata?

— Você implicou com essa garota, não foi?

— Não é nada pessoal, eu só quis uma ajuda extra.

— Então contrate alguém, mas não mexa com pessoas como você. — Continuo — se coloque no seu lugar!

— Por que se importa tanto com essa ratazana, hein!? Por acaso estão tendo um caso?

Umedeço os lábios completamente impaciente.

— Isso não lhe diz respeito, não mais. Não me estresse, você vai acabar saindo daqui sem emprego.

— Eu fui a única pessoa que você amou, pense nos tempos em que nós namoramos, quando éramos felizes juntos — ela olha para mim com os olhos marejados.

— Você deveria ter pensado nisso antes de fazer o que fez. Não tem vergonha de falar isso?

Antes eu podia sentir, quando tocavam nesse assunto eu parecia retornar ao dia que a vi com outro na nossa cama, a mesma que fazíamos amor todos os dias. Cerro os punhos.

— Dante, vamos voltar — sua voz ficou embargada —, eu não aguento mais ficar sem você, eu te amo.

— Eu também te amava, mas agora... não temos mais nada.

— Eu não aguento mais, não consigo ficar sem você. — Pensou ─ eu me demito, Dante.

— Se você acha que é necessário, faça. Tenha uma boa sorte.

Ela sai da minha sala com os olhos vermelhos. O pior é saber que eu ainda sinto algo por ela, eu pensei que ela seria a mulher dos meus sonhos, mas tudo o que ela fez foi transformar meu coração em pedra. Maldita. Respiro fundo diversas vezes e volto a trabalhar.

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