Entre quatro paredes(Completo) romance Capítulo 30

O escândalo na mídia estava formado, Dante e eu estampados em todas as capas de revista de fofoca. Por várias vezes fomos fotografados juntos em cafés ou até mesmo em passeios na rua, a mídia fazia um alvoroço encima de qualquer coisa, pareciam abutres.

Após anunciamos o namoro, fomos chamados por várias jornalistas para entrevistas, mas Dante queria pelo menos um mês de namoro para não parecer precipitado. Apesar de nosso relacionamento ter começado há bastante tempo. As pessoas já sabiam que ele estava saindo com uma mulher “misteriosa”, mas as pessoas queriam uma confirmação.

Nós fomos a um podcast e estava feito, alguém havia fisgado o coração do CEO Dante Angel. Nem tudo são flores, com a minha vida exposta na Internet, começaram a surgir pessoas me difamando pois ninguém sabia de que "buraco" eu tinha saído. Uma conta fake passou a comentar coisas ruins em tudo que era sobre mim, eu tentava não me abalar pois um comentário negativo não iria influenciar em nada na minha vida.

Embora fosse difícil.

Tudo estava em seu devido lugar, nós fomos um casal feliz durante esse tempo, ele me mostrava um lado que ninguém mais via. Desta vez, ele não me apresentava como sua secretária ou acompanhante, eu era sua namorada, Alice Cooper.

Beatriz me crucificou por ainda aceitar o namoro depois de tudo que aconteceu, Anne, por outro lado, adorou a ideia de estarmos namorando irmãos. Ela engatou um relacionamento com Ryan logo depois.

— Você tem uma reunião às treze. Os acionistas árabes já confirmaram. E o coquetel com os membros... — digo olhando para o tablet. — Espere, acho que vai ter um atraso de vinte minutos.

— Como você fica linda falando sério. — Ele me puxa para seus braços.

— E temos que continuar assim, sejamos profissionais. — Digo empurrando ele de forma delicada.

Ele beija meu rosto. Ouço meu celular vibrar em meu bolso, era o médico que cuidava de minha mãe.

─ Tenho que atender.

─ Tudo bem, mas não pode escapar de mim por muito tempo.

Reviro os olhos e sorrio.

— Olá, doutor.

— Senhorita, Alice. Não tenho boas notícias. — Disse ele.

— O que aconteceu?!

— Venha ao hospital, precisamos conversar seriamente.

Ele desliga a chamada, eu já estava aflita. Durante bastante tempo minha mãe conseguiu ser forte e responder bem ao tratamento, os médicos que cuidavam dela faziam o possível com os tratamentos mais inovadores porem ninguém me dava certeza de que ela realmente ficaria viva.

— Quem era? — Dante pergunta.

— O médico, ele disse que precisa conversar comigo.

— Vamos juntos.

— Não, você tem sua reunião. Eu vou lá e resolvo o que for.

— Está bem, me mantenha informado.

Saio da empresa às presas. O motorista me leva ao hospital, onde eu já vou direto para a sala do doutor.

— Ela não está mais recebendo bem o tratamento, ao invés de ajudar a paciente fazendo totalmente o oposto.

— E tem alguma forma de salvá-la?

— A cirurgia, mas é de alto risco.

— Doutor, faça o que for preciso para salvar minha mãe. É a única coisa que lhe peço. — Esbravejo com a voz embargada.

— Sim, vou marcar a cirurgia o quanto antes.

Ver ela por trás daquele vidro, ainda entubada me deixava triste. Eu nunca mais tinha ouvido sua voz.

Acho que ela teria orgulho de me ver assim, maquiada, com roupas boas e os cabelos bem penteado. Era tudo que ela mais queria, me ver feliz.

Dante estava em reunião e só voltaria a noite, eu aproveitei a tarde para pensar sobre tudo. Beatriz veio até minha casa após o expediente dela ter acabado, agora ela não era apenas uma atendente, ela era gerente, mandava em todas as outras e era muito boa no que fazia.

— Essa situação com a sua mãe é complicada.

— Eu já me acostumei, mas às vezes eu me sinto tão fraca.

Beatriz quase engasgou com o vinho.

— Fraca? Garota, olha tudo o que você fez por ela e por Anne. — Ela coloca a taça no braço do sofá. — Até hoje eu não sei como teve forças e estômago para isso tudo.

Solto um sorriso fraco.

— Tudo o que você podia fazer já foi feito. Agora é só esperar, e parar de se cobrar tanto.

— E você a respeito daquela garota?

Ela vira o líquido de uva todo em seus lábios.

— A Olivia é mais complicada que você, primeiro ela queria namorar comigo depois meteu o pé e agora me manda mensagem chorando. — Ela vasculha seu celular e mostra as diversas chamadas perdidas e áudios. — Por que eu simplesmente não consigo encontrar alguém sincero e que me faça feliz? Eu não gosto de nenhum pouco do Dante, mas ele te faz tão feliz, eu só queria um bilionário sexy louco por mim. — Ela faz voz de choro.

Eu gargalho.

— Estou falando sério, tenho o dedo podre pra pessoas. — Seu celular vibra — falando no diabo...

Enquanto Beatriz vai atender seu telefone eu volto a pensar em minha mãe, meu sorriso desmancha e eu desejo ser engolida pelo sofá.

Dante adentra o apartamento, ele joga as chaves para um lado e vem ao meu encontro tirando seu blazer.

— O que o médico disse?

— O mesmo que todos dizem: alto risco, cirurgia e — suspiro — a cirurgia dela vai ser o mais rápido que eles puderem.

Ele puxa minha cabeça para seu colo e deposita um beijo no local.

— Não posso perder as forças ainda, por mais pequena que a chance de ela ficar seja, ainda é uma chance.

— No fim tudo vai se ajeitar, minha querida. — Ele pareceu lembrar de algo — não precisa ir ao jantar comigo está noite.

— Ah, mas é claro que eu vou. Não posso te deixar sozinho, sou sua secretária.

— Mas antes de disso você é minha namorada e antes disso você não é de ferro. Use esse tempo para pensar, é ruim se forçar as coisas.

— Eu estou bem — ele me lança um olhar cético —, posso muito bem fazer isso. Estou confiante em relação a cirurgia.

Dante me puxa para seus braços novamente como se eu fosse um bebê. Ele me acalmava.

Beatriz sai de onde quer que ela estivesse e faz careta.

— Eca! Odeio casal feliz. — ela faz menção a vomitar e Dante gargalha.

[...]

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