Entre quatro paredes(Completo) romance Capítulo 33

Já era noite, eu estava olhando para o teto casa da Beatriz. Lembrei da primeira vez que vi o Dante, seu jeito forte me conquistou de dentro para fora. Eu sentia que podia fazer qualquer coisa estando ao seu lado, e acreditei também que ele me amasse.

Um sorriso bobo escapa.

Como fui idiota, ele sempre pertenceu a Vanessa, por mais que o mesmo dissesse o contrário.

Ouço meu celular vibrar na mesa de centro da sala. Era uma mensagem de um número desconhecido, que dizia: "Oi, eu sou o Amon amigo do Dante, gostaria de conversar com você, não terá nada a ver com ele. Se quiser, poderíamos almoçar amanhã?". O que ele queria comigo? Fiquei relutante em aceitar um convite inesperado assim, mas no fim respondi com um "ok".

Suspiro e continuo olhando aquelas manchas no teto, abraço Anne e durmo.

No dia seguinte acordo antes de todos.

Olho para o lado e Beatriz estava roncando, Anne também. Gargalhei baixinho e fui para a cozinha. O sol ainda estava nascendo, observar a imensidão do céu lembrou-me do dia que Dante me pediu em namoro. Aquele fora um dos dias mais feliz em minha vida. Balancei a cabeça em busca de sair daquele devaneio.

Me sentindo culpada por estar encostada na Beatriz desde que saí da casa, fiz o nosso café-da-manhã. Servi uma caneca grande de café puro para mim e fiz muffins de mirtilo, seria perfeito se o cheiro não fosse tão ruim e forte. Meu estômago revirou.

— Bom dia. — Beatriz entra na cozinha colocando algumas coisas em sua bolsa. — Que cheiro magnífico!

Ainda fazendo careta eu tampo o nariz.

— Você só pode estar me gozando. Acho que os mirtilos estavam estragados, o cheiro está horrível! — Olho a embalagem e estava na data certa, nada de vencimento.

— Seu nariz está com defeito, amiga.

Minha pressão estava variante durante essa semana, parecia que do nada eu ia cair dura no chão. Beatriz levou a costa da mão até minha testa e franziu o cenho.

— Tem algo de errado com você, mas insiste em não ir ao médico!

— Estou bem, Beatriz. Eu não vou gastar milhões no médico só porque meu estômago está ru... — corro para o banheiro, o líquido sai rasgando minha garganta. Beatriz passa segura meus cabelos enquanto eu me desfaço no vaso sanitário.

— É amiga, estou vendo que você está ótima! — Ela murmura.

Eu passo uma água em meus lábios após. Beatriz me olha de maneira desconfiada, nós ficamos em silêncio. Para quebrar o clima, eu resolvo puxar outro assunto.

— Vou almoçar com o Amon hoje.

— O que ele quer?

— Eu não sei, disse que não tem nada a ver com Dante. Fiquei curiosa.

— Uhum — murmurou comendo o muffin com manteiga —, eu espero.

— Você tem visto ele na empresa?

Ela respira fundo e morde o lábio inferior como se não quisesse falar.

— Diga-me. — Pressiono.

— Sim, eu o vejo todos os dias. Para a minha surpresa, ele ainda não apareceu com nenhuma mulher, muito pelo contrário, não aparece com ninguém.

Eu fico nervosa só de tocar no nome dele, imaginá-lo com outra deixaria meu coração ainda mais arrasado.

— Não pense muito nisso, está bem? Deve ser todos esses pensamentos que estão fazendo mal a você.

Ela coloca suas mãos encima das minhas.

— Está bem, vou pensar apenas em minha mãe agora.

Ela abre um sorriso e levanta da mesa com sua bolsa no ombro.

— Deixe a chave embaixo do carpete e tente comer alguma coisa antes de sair.

— Está bem, mamãe. ─ digo.

Dou um leve sorriso e me pergunto o que comeria se ao meu olfato tudo parecia ter cheiro de estragado.

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