Entre quatro paredes(Completo) romance Capítulo 55

Despertei com uma mão acariciando meus cabelos, abrir meus olhos na esperança de ser Dante, mas não o era ele. Guilherme e Daniel olhavam para mim com um sorriso nos lábios, eu me espantei e ele gargalhou.

— Ò céus — levanto bruscamente —, que susto!

— Não vai dizer que esqueceu que eu viria. — Ele diz.

— Não, claro que não! Você me assustou.

Ele tenta me beijar, mas eu desvio.

— A-ainda não escovei os dentes.

— Besteira. — Ele me dar um selinho mesmo assim. Os fleches da noite anterior surgiram em minha cabeça. — O que você tem? Parece que viu um fantasma.

— Nada, nada. Quem trouxe você?

— Anne foi me buscar, ela disse que você estava muito cansada da noite anterior. — Ele olha para Daniel. ─ bebeu demais, não foi?

Assinto lentamente. A culpa cai sobre meus ombros.

— Está bem, vou me arrumar para descer!

Visto minha roupa e nós descemos com Daniel. Se eu avistasse Dante agora, morreria aqui mesmo nessa escadaria. Hoje todos estavam agitados, amanhã de manhã seria o casamento e todos os empregados estavam ajudado os decoradores. Toda hora tinha alguém passando por nós com arranjos ou equipamentos. O jardim, aonde a festa iria acontecer estava ficando lindo, com um arco de flores e as cadeiras de cor branca lado a lado.

Comemos todos juntos, Dante não estava. Daniel estava feliz no colo de Guilherme e todos nos observavam, pareciam me julgar. Mais tarde, nós conversávamos no pátio com Beatriz, Anne estava ocupada demais com as coisas da festa.

— Tudo está ficando tão lindo. — Digo.

— Sim, eles estão gastando uma fortuna com tudo aqui.

Eu seguro minha taça de suco e Guilherme observa minha mão.

— Aonde está o anel que eu te dei? — Pergunta.

— Eu, eu ainda não me acostumei com ele. Todos estavam perguntando muito sobre.

— Era só dizer a verdade, que vai e casar comigo. — Ele diz aparentemente decepcionado — ou tem algo mais por trás disso?

— Todos estavam perguntando muito, tirando atenção do casamento de Anne. Ela fez isso pensando na irmã. — Beatriz tenta me ajudar.

Mesmo com Beatriz falando aquilo ele ainda parecia pensativo. Tudo piorou quando Dante apareceu no quintal, Daniel ficou atônito quando viu o pai. Ele veio até nós e encarou Guilherme, ambos confusos.

Daniel pulou do meu colo e correu até Dante, Guilherme ficou ainda mais desconfortável.

— Guilherme, esse é Dante, pai do...

— Pai do Daniel. — Dante me interrompe e olha Guilherme dos pés à cabeça — e você, quem seria?

Sentia meu rosto pegar fogo, queria me enterrar naquela areia.

— Noivo de Alice. — Ele passa seu braço ao redor de minha cintura. Pronto, o bolo de desconforto estava feito.

— Noivo? — Dante pergunta olhando para mim — não havia me falado nada sobre isso.

— É recente, ainda não nos acostumamos. — Guilherme diz com um olhar de seriedade.

Eles ficaram se encarando como dois alfas tentando defender seus territórios. Eu não queria ficar no meio daquilo. Para me salvar, Anne aparece no quintal.

— Eu estou muito chateada. — Diz ela.

— O que aconteceu? — Perguntei.

— A florista ficou doente, ela não trará meu buquê. — Disse.

— Tem tantas flores por aí, peça para alguém fazer um de emergência.

— Não é qualquer buquê, irmã. É uma cópia do buquê de nossa mãe, o que ela usou no dia do casamento dela. — Ela abaixa a cabeça.

Eu passo minha mão em suas costas.

— Todos estão dizendo que é bobagem.

— Irei buscar para você, sei que é importante. — Digo.

O sorriso dela disse tudo, confortou meu coração. Anne pulou nos meus braços.

— Obrigada, eu te amo.

Depois ela saiu correndo para resolver outra coisa.

Eu aproveitei para escorrer daquela situação, não desejava responder perguntas agora.

Pedi para Beatriz ficar com Daniel, eu iria rápido na cidade e voltaria no mesmo dia. Entrei no carro e lembrei que minha habilitação não valeria naquele lugar.

Bati a testa no volante e fiquei lá por alguns instantes, tudo menos ver aqueles dois perto de novo.

— Eu pensei que você esqueceria que não pode dirigir aqui.

─ Ah ─ exclamo desconfortável ─, eu sou uma tonta mesmo.

─ Estou disposto a ir com você. — Dante disse.

— Não precisa.

— Ah, não?

Saio do carro enfurecida, entro no banco do carona e ele no do motorista.

— É apenas uma viagem. — Disse.

— A maldade está nos olhos de quem ver. — completo.

Com meia hora de viagem não conversamos sobre nada, ele nem olhou para mim. Parecia mais inquieto que eu.

— Vai se casar, Alice? — Quebrou o clima.

Eu olhei para o outro lado. Não precisava responder, mas se eu deixasse ele com o meu silencio seria pior.

— Ele apenas me pediu em casamento, Dante.

— Mas isso já é um passo e tanto. Eu nem sabia que você tinha outro alguém.

— Isso não importa.

— Também não importava ontem para você, não é? Me julgou tanto por ter te traído e está fazendo o mesmo. Enfim, a hipocrisia. — Ele disse indiferente.

Dante estava certo, eu fui hipócrita. Minha consciência estava pesada, me sentia um monstro por ter ficado com ele não me arrepender disso.

— Temos que ser rápidos — eu olho para o céu que estava começando a ficar escuro —, o céu vai desabar logo.

— Você acha que isso vai acabar com o casamento?

— Não, a chuva está somente nessa área por conta do mar. Nunca chove naquela casa.

A viagem toda fiquei com a cabeça encostada no vidro tentando não encarar o Dante, até pegar no sono. Acordei quando chegamos na cidade. Fomos ao endereço cujo Anne me passou, uma mulher nos entregou uma caixa com o buquê artificial, era realmente lindo, uma cópia do de nossa mãe.

─ Podemos ir agora. ─ puxo o cinto e coloco a caixa em minhas pernas.

─ Tenho que ir a um lugar primeiro, se importa?

Balanço a cabeça. Dante dirigiu até o Brooklyn, assim que eu vi onde paramos senti o meu sangue esfriar.

─ O que estamos fazendo aqui? ─ pergunto.

─ Não vai demorar, me espere aqui.

Dante sai do carro, eu pude ver ele entregando alguma coisa para um homem que esperava por ele em frente ao mesmo prédio que ele se declarou por mim certa vez. Elevo meus olhos a fim de ver algo lá de cima, porém não consigo ver nada. Sinto meu peito esquentar e me pergunto se ele me levou ali de propósito.Dante reaparece e entra no carro.

─ O que estava fazendo?

Ele balança a cabeça.

─ Me trouxe aqui de propósito para eu me sentir pior?

─ Claro que não! ─ ele suspira ─ vendi esse apartamento.

─ Era o seu lugar favorito, por que fez isso?

─ Porque depois que você foi embora, todos os lugares do mundo que eu frequentei parecem um inferno.

Eu não tinha palavras, fiquei calada.

Quando estávamos voltando a noite caiu com a chuva forte, eu estava com leve medo de não chegarmos a tempo.

— Há quanto tempo estão juntos — perguntou Dante quebrando mais uma vez o silêncio —, você e aquele tal de Guilherme?

— Quase três Anos. — Digo.

Ele pareceu decepcionado mas esconder seus sentimentos sempre foi o forte do Dante.

— Daniel o ver como pai, não é?

Eu não respondo, ele sorrir sarcasticamente.

— Isso só me deixa mais frustrado com você, por não ter me contado antes.

— Agora você vai jogar sempre isso na minha cara?

O carro para inesperadamente, na chuva no meio da estranha escura. Apenas o farol iluminava a estrada densa.

— Ótimo — Dante aperta o volante com raiva. — Agora essa droga de carro resolve parar!

Ele tenta ligar o carro mas nada acontece, mais uma vez e nada de novo.

Dante bate o indicador repetitivamente no volante.

— Ficar com raiva não vai mudar a nossa situação. — Digo.

Ele segura firme o volante do carro.

— Agora teremos que ir a pé até a casa, pelo menos para buscar ajuda.

— Andando, nessa chuva?

— O que você acha?

— Não desconta sua raiva em mim! — Digo enquanto olho a chuva forte.

Ele não olha para mim.

— Eu sinto que ele pegou os melhores momentos com meu filho. ─ ele resmunga. ─ vou ver se tem alguma solução essa bosta de caro o velho.

Ele sai do carro e vai até a frente, abre o capo e mexe em algumas coisas, mas depois bate com força fechando de volta.

─ O carro morreu, não tem solução.

Dante me ignora totalmente e sai do carro na chuva.

Eu vou atrás dele.

— Você perdeu pois não sabe segurar seu membro nas calças! — Somos rapidamente molhados por aqueles pingos grossos.

Um trovão ilumina o céu e eu me assusto.

— Você sempre verá apenas o seu lado, uma completa egoísta. — Ele olha em meus olhos como se pudesse ver a minha alma — diferente de mim, você me esqueceu até que bem rápido.

— E você sabe?

Ele suspira e dá um soco no capô do carro.

— Eu não te esqueci em nem um segundo da minha vida em Londres. — Já estávamos encharcados.

— Você ter dito que me ama embriagada não vale de nada, Alice.

Ele começa a andar, e eu continuo parada.

— Eu te amo, sempre te amei, desta vez não estou embriagada, mas com medo de te perder de novo. ─ ele para ─ é isso mesmo, te amo tanto que me dar medo.

Ele volta na minha direção em passos pequenos, com aqueles olhos negros e seu cabelo grudado na testa. A camisa dele estava mais transparente que a minha.

— Dante, eu também sempre vou ser sua.

Não penso em mais ninguém, eu corro para os braços dele e junto nossos lábios.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Entre quatro paredes(Completo)