Entre quatro paredes(Completo) romance Capítulo 9

Dante era uma incógnita, ele não falava muito sobre si, mas me ouvia muito bem, aquela fora a minha primeira conversa madura em anos, apesar de eu nunca conseguir olhá-lo nos olhos. Nós permanecemos sentados até as cores laranjas e amarelas tomarem conta do céu. Seu rosto estava sendo iluminado pelo cair da noite enquanto meus cabelos eram levados para trás com o vento.

— Você mora aqui faz muito tempo? — Perguntou.

— Sim, moro aqui durante toda a minha vida. — Respondo. — É estranho você andar pelo Queens tantas vezes.

Ele solta um "humpt" como se fosse óbvio, isso fez uma interrogação gigantesca aparecer na minha face.

Dante sorriu, sua gargalhada era gostosa de se ouvir.

— Negócios. Vamos? Está ficando tarde. — Ele levanta da areia.

— Sim — eu o acompanho.

Fomos andando em direção as pessoas. Eu ainda estava assustada, minhas bochechas ardiam em fogo ao imaginar o que nos levou a essa parte da praia. Dante era diferente, ele não fazia questão de mostrar aquele lado, eu estava vendo coisas.

— Seu namorado deve ser ocupado, já que ele não veio com você.

— Não tenho namorado, senhor Dante.

— Pode me chamar apenas de Dante, não estamos na empresa.

— Desculpe, Dante — corrijo. — A minha vida e só cuidar da minha mãe e da minha irmã, portanto, não tenho tempo para isso.

Passo as mãos ao redor dos braços. O vento estava forte, estava me tremendo de frio.

— Está com frio? — Perguntou.

— Sim. — Digo trêmula.

Seu maxilar se contraiu, minhas pernas ficaram bambas quando ele tirou a camisa e estendeu para mim. Meus lábios se abriram sozinhos, me forcei a não olhar para aquele abdômen não muito definido, mas era perfeito, assim como seu peitoral grande.

— Pegue esta camisa, se aqueça.

— O-obrigada. — Aceito a camisa e visto.

Seu cheio masculino estava presente naquela camisa, me embriaguei apenas de encostar o nariz rapidamente na gola.

Nunca mais quero tirá-la.

No local onde havia mais pessoas, fui a mesa que estava instalada, Anne e Charles estavam guardando as coisas, e quando me dei conta, Dante já não estava mais comigo.

— Onde você estava? — Anne pergunta preocupada.

— Anh, eu... estava pensando. — Digo.

— Vamos, já está ficando tarde.

Entramos no carro dos amigos de Anne e chegamos rápido em casa, durante a viagem eu levei mais uma vez a camisa as minhas narinas e inalei o perfume do Dante, agora eu tinha um pedacinho dele perto de mim.

Algumas horas depois a chuva começou, eu fiquei olhando da janela do meu quarto as pessoas andando de guarda-chuvas nas ruas e o outras correndo para suas casas. Também vi os amigos do Sean do outro lado da rua, ele me viu e olhou para mim, fechei a cortina já nervosa. Fui até minha cama e levantei o colchão, lá eu guardava minhas economias e o dinheiro que devia a eles, esse mês eu teria que pegar mais da alimentação, o pagamento do mês passado estava atrasado. Sean não era a melhor pessoa do mundo mas foi ele quem deu a ideia de todo o dinheiro ser pago em mensalidades, por outro lado, continuava sendo uma quantia exorbitante.

Apertei os olhos com força para tentar não pensar no Sean ou em tudo que eu devia a outros.

Olhei a camisa do Dante jogada encima da cama, peguei ela em minhas mãos e mais uma vez levei até as narinas. Deitei sobre a cama, abraçada com o pano branco, eu não consegui controlar, pensei em seu peitoral ou da vez que ele apertou minha coxa, mesmo que fosse sem querer, o mínimo de contato dele já era suficiente para me deixar em chamas. Um estranho calor emanou da minha intimidade, levei um pedaço do pano até lá apertando com força entre as coxas. Poderia ser ele ali, entre as minhas pernas, me devorando com aqueles lábios cativantes. Eu não sabia o que era aquilo, mas era bom. A camisa tocou na parte de dentro da minha perna, eu jurei sentir sua mão ali.

Segurei ela com as duas mãos, era grande para mim, mas nele ficava perfeita. Der repente, algo cai do pequeno bolso a esquerda, procuro pelo objeto e encontrei uma corrente. Provavelmente deveria ser cara, pois eu tinha certeza que era de ouro. E se fosse importante? Meu dever era devolver aquilo para não causar problemas para o meu chefe. Observei a corrente, eu queria devolvê-la ou ver ele?

Suspirei.

No fundo eu sabia o que queria e com certeza não era brincar.

— Vou levar para ele, não será justo ele procurar por isso e não encontrar. Afinal, o que pode acontecer?

Olhei meu reflexo no espelho enquanto me arrumava para ir lá, devolver corrente, um sorriso bobo surgiu em meus lábios apenas em me imaginar com ele novamente. Eu estava apaixonada por ele? Não, não estava, aquilo era apenas reflexo do que Beatriz insinuava, eu me sentia como todas as outras se sentiam perto dele, só estava indo devolver a corrente que parecia valer mais que o vestido que eu usava.

Fui para a empresa, lá vi que em dias de final de semana não são as mesmas pessoas, são outras totalmente diferentes.

— Boa noite. — Digo a uma mulher que parecia simpática.

— No que posso ajudá-la? — Ela olhou para mim com confusa. Decerto eu não estava com roupas adequadas, um vestido florido e uma jaqueta jeans, mas não era motivo de tanto desdém.

— Desejo falar com o Dante. — Digo sorrindo.

— Sinto muito mais ele não está no momento, a senhorita Vanessa pediu para que nós não o incomodasse durante esse fim de semana.

— Você sabe me dizer aonde é?

— Senhora, a menos que você me diga quem é não tenho a permissão para falar nada. — Ela sorrir.

Já não tinha mais o que falar. Fiquei com vergonha de dizer o motivo.

— Está bem — continuo —, obrigada de qualquer forma.

Talvez essa seria uma ideia ruim, eu poderia fazer isso na segunda-feira. Mas eu queria ver ele mais uma vez, de qualquer forma

— Eu posso levá-la. — O mesmo homem moreno elegante de ontem vem falar comigo.

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