INDECENTE DESEJO romance Capítulo 55

— Eu só posso ter enlouquecido por acreditar em você! — Rosno, me segurando ao máximo para não pular em cima do homem e assumir a direção.

—Você está roubando minha concentração, rapaz. Mantenha sua boca fechada.—Augusto esbraveja ao meu lado, dirigindo como a porra de uma tartaruga. Chego ao fim da minha paciência e bato com meu punho contra o rádio do carro, silenciando a música dramática que toca desde que adentrei o veículo.

— Olha, não vou negar e dizer que não imaginei maneiras de te matar, mas nunca pensei que seria capaz de me matar no percurso, porém se você não acelerar a droga desse carro vou ter que tomar alguma atitude. — Ele bufa, me dando um olhar de esguelha e aumenta a velocidade, nos impedindo de pegar um sinal vermelho.

— De que maneira? — Questiona e o olho confuso. — De que maneira você me mataria?—Pergunta para minha surpresa.

Que raios de pergunta é essa?

Dou de ombros.

— Algo lento e doloroso. — Murmuro, sem o olhar diretamente.

—Seja mais específico. — Pede, chamando minha atenção.

— Não importa, percebi após um mês de prisão que a morte para pessoas como você é pouco.

—E o que você planejou?— Ele vira em uma estrada de terra, onde a vegetação é mais marcante e sibila, parecendo realmente interessado.

— Destruir o que você mais ama. — Esclareço, mas interessado onde essa estrada vai nos levar.— Você realmente sabe pra onde aquele maldito foi? — Questiono.

—Por isso você se envolveu com minha caçula? Amélia é um jogo de vingança pra você? — Suas perguntas me pegam de surpresa e viro todo o meu rosto para fita—lo.

— O quê?

— Ela não é como eu, Anna ou até mesmo Aurora.  — Ele faz uma pausa para pensar, pressionando os lábios finos um no outro como se fosse difícil encontrar a palavra que procura.— Ela é... frágil. — Diz por fim, me fazendo apertar o cenho em desagrado.

Frágil? 

É isso que ele pensa dela?

—Ela não é frágil.— Afirmo, me sentindo na obrigação de defendê-la do que acredito ter sido um insulto indireto. — Amélia é uma das pessoas mais fortes e intrigantes que já conheci, ela vem fingindo todos esses anos ser o que não é apenas para agradar você e Anna, mesmo que isso a machuque dia após dia.

Ele abre a boca, depois volta a fechar e faz o mesmo gesto duas vezes antes de formular alguma frase

— Eu não percebi.— Fala, parecendo realmente lamentar por nunca ter observado a filha com mais afinco e é o suficiente para que eu encerre o diálogo.

— Onde estamos? — Pergunto, observando que não temos mais a claridade do sol para nos guiar na pequena estrada faz alguns minutos.

— Eu não matei Ezequiel, embora tenha pensado nisso. —Confessa e o olho intrigado.

Eu não sei o motivo do homem acreditar que pode desabafar comigo, o fato de estarmos aqui juntos não nos coloca na zona da amizade, mas por algum motivo acredito em suas palavras.

— Você teria motivos. — Me pego falando e ele assente com a cabeça, afirmando de forma positiva.

— E eu teria feito se acreditasse que valeria à pena. — Diz, diminuindo a velocidade do veículo.

— Ele era o amante da sua mulher.

— Sim, mas eu tirei ela dele uma vez, tinha certeza que faria novamente. Anna é uma mulher gananciosa, gosta de luxo.

Não questiono, pois concordo com ele nesse quesito. A mãe de Amélia sempre me pareceu uma mulher sofisticada, aparecendo sempre muito bem vestida nas revistas e até ilustrando algumas capas de moda.

— E, qual outro motivo levaria Pedro a cometer o crime se não para agradar o estimado sogro?— Pergunto irônico e ele para o carro.

— Eu não sei, Henrico Zattani. Isto é o que me assusta, tenho duas filhas e um neto com ele nesse momento. — Ele olha fixamente para frente, apertando os dedos contra o volante do carro e faço a mesma trajetória com meus olhos.

Na nossa frente está uma casa coberta por mato aos arredores, demonstrando não servir de moradia faz um bom tempo e engulo a seco.

— Elas estão aqui?

— Ele comprou essa casa para...

— A parte ilegal do trabalho de vocês? — O interrompo.

— Está no nome de um pobre coitado que nem conheço, na verdade, eu mesmo só descobri sobre esta casa recentemente e acredito que ele a comprou para servir de refúgio.

— Esconderijo. — O corrijo, achando o termo mais adequado. Meus punhos estão fechados e não percebi que meu maxilar estava trancado até sentir dor na localidade, estou abrindo a porta do carro quando Augusto me intercepta. O olho com raiva, puxando meu braço do seu aperto.

— Pegue. — Me estende uma pistola no estilo de uma glock dezenove e ergo a sobrancelha esquerda em sua direção, mas pego a arma assim mesmo.

— Você não respondeu minha pergunta. — Diz, engatilhando sua própria pistola.

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