INDECENTE DESEJO romance Capítulo 54

Meu sobrinho dorme tranquilo em sua cadeirinha no banco de trás, alheio as atitudes do pai e isso me deixa mais protetora. Coberta de coragem e decidida a não facilitar as coisas, tento distrair Pedro para descobrir nosso destino. Ele não baixa a guarda e me dá respostas evasivas.

— Aurora não desmaiou, não foi? —Faço a pergunta para Pedro, mas observo o rosto pálido e adormecido da minha irmã.

Ele me olha pelo espelho retrovisor e se mantém em silêncio, mantendo a arma em uma de suas mãos enquanto dirige em velocidade.

— O que você fez com ela?

— Fique quieta, Amélia. — Me repreende, checando a todo instante se alguém nos segue.

— Meu pai sabe sobre seus planos?

Silêncio.

—Minha mãe tentou me alertar, ela sabe algo de você. — Ganho sua atenção.

— O que você quer dizer?—Pergunta.

— Ela queria me manter afastada, achei que era por ela ter visto algum dos seus beijos, mas agora acredito que existiam outros motivos.

— Sua irmã está bem. Eu apenas lhe apliquei sedativo. — Confessa, mudando o rumo da conversa e me preocupo.

— Você a drogou? — Pergunto atônita.

— Ela não aceitaria vir de bom grado.

— Pra onde estamos indo?— Questiono.

Ele sai da avenida principal e entra em uma rua deserta com pouca visibilidade.

— Nosso novo lar, meu bem. —Sua voz me causa arrepio.

— Você está louco, Pedro. Precisa de ajuda.— Sinto as lágrimas voltarem a descer pelo meu rosto.

—Tudo o que eu preciso é de você, Aurora e Arthur. Minha família.

Céus, ele quer nós duas?

— Você não precisa fazer isso. Aurora te ama. — Tento persuadi—lo, receosa por estarmos nos afastando mais e mais da estrada.

—E você?

— Eu o quê?

— Você me ama, Amélia? —Engulo a seco, sentindo minha saliva descer rasgando pelas paredes da minha garganta.

— Eu...

— Você ama ele, não é? — Sua voz sai sarcástica, inundada de ressentimento e não preciso pensar muito para saber de quem ele fala.

— Sim. — Respondo, não me esquivando por um segundo da resposta.

Ele acelera o carro, fazendo com que eu salte do meu assento por não está usando cinto de segurança.

—É uma pena que você nunca mais vai encontrá-lo, querida. —Diz em tom sombrio, parando frente a uma residência antiga.

— Onde estamos? — Aurora pergunta sonolenta, acordando de sua inconsciência forçada.

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