INDECENTE DESEJO romance Capítulo 57

Quando cheguei naquele quarto e a vi nos braços dele, aterrorizada por ter uma arma em seu rosto fiquei sem saber o que fazer por algum tempo. Minha mente estava perdida, cheia de medo. Então, quando finalmente disse alguma coisa e o desgraçado nos viu, a reação dele foi mais rápida que a minha e seu dedo deslizou pelo gatilho antes que o meu.

—Droga.— Esbravejo, me ajoelhando ao lado de Augusto ao chão, procurando pela capsula da bala. Isso foi perto demais.

— Pai! — Alguém grita, mas não olho para checar qual das duas mulheres é.

— Você não esperava por essa, hein. —O homem brinca, fazendo uma piada com seu ato estúpido de se colocar a minha frente, formando uma careta de dor quando tenta se sentar. Finco o cenho, Ignorando sua fala quando percebo o ferimento em seu ombro.

— Não atravessou, mas acredito que ficou alojada dentro de você. Isso foi estúpido pra caralho, no entanto, obrigado. — Ele solta uma risada seca, desprovida de humor e acrescenta.

— Obrigado é tudo que ganho por salvar sua vida? — Bufo, batendo no local quando percebo que o ferimento não é grave. Ele me xinga e o ignoro mais uma vez, contendo minha vontade de revirar os olhos e deixá-lo aqui mesmo no chão, sangrando até a morte. Cacete!

Eu não queria dever a algo ele.

— Você não deveria ter entrado no meio, a bala era pra mim.—Falo, voltando a ficar de pé.

— Minha filha não iria me perdoar e acho que isso paga minha dívida com você. Além do quê, isso nem chegou perto do coração.— Lhe dou um olhar feio, deixando claro que já estou cansando dessa conversa. Ele bufa, dando de ombros como se dissesse que ele é problema meu agora.

—Não foi, mas poderia ter acertado alguma artéria. O tiro pegou um pouco acima de onde fica seu coração. — Declaro, pegando sua mão e depositando em cima do sangramento. — Pressione. — Declaro, não desviando o olhar do de Pedro com a minha própria arma em punho.

— Solta ela.—Rosno, tomado uma fúria desumana.

Pedro tira os olhos do sogro caído ao chão e me encara, parecendo não acreditar no que acabou de acontecer bem diante dos seus olhos. Bem, não o culpo, nem mesmo eu entendi atitude de Augusto.

— Eu não vou errar dessa vez. — Diz, me dando um olhar mortal.

—Isso nunca passou pela minha cabeça, mas acredite, eu também não pretendo errar.— Meu foco está na cabeça, escondida pela de Amélia e me nego olhar nos olhos da minha garota nesse momento.

—Meu próximo tiro será na cabeça dela. — Volta a posicionar a arma na cabeça de Amélia e meu maxilar trava.

— Você estará morto antes que tenha a oportunidade. — Rosno e ele a aperta mais contra seu corpo.

Minha garota grita assustada e sou obrigado a encará-la. Meu peito aperta quando encontro seus olhos verdes inundados de lágrimas, aterrorizados pela sua situação e me odeio por ser testemunha do seu sofrimento.

— Você estará nos meus braços ainda essa noite, baby. —Tento tranquilizá-la, mas o maldito puxa seu rosto pra ele com hostilidade.

— Ele não vai salvá-la, querida. — Afirma, sorrindo de forma sombria. Vou matar esse cara.

—Pedro, por favor...—Aurora tenta chamar a atenção do homem e ganha a minha, fazendo meu coração doer pela segunda vez ao vê-la com os pés amarrados e visivelmente desorientada. Se ele fez isso com a próprio esposa o que fará comigo?

— Qual das duas você quer? —O homem joga a pergunta no ar, causando um clima tenso e meus olhos voltam de imediato para os dela. Amélia me encara de volta, observando meu rosto como se tentasse encontrar algo escondido.

— Você não vai responder?—Volta a falar, estalando a língua entediado. — Você quer as duas, não é? — Seus olhos parecem se iluminar quando faz a pergunta e me controlo ao máximo para não apertar a porra desse gatilho e estourar sua cabeça.

Foco.

Foco.

Foco.

Que porra!

—Eu mandei você soltar ela.— Grito depois de um silêncio, fingido não ter ouvido sua pergunta. Isso não importa agora. O homem rir baixo, parecendo ter ouvido algo extremamente engraçado.

— Viu, ele ainda a quer. — Diz, passando os lábios pela orelha de Amélia e isso é a gota d'água. Olho pra minha garota em busca de algum indicativo que ela está acreditando nele, mas tudo que encontro é pavor. Deixo nossos olhares se conectarem antes de voltar meus olhos para o desgraçado e me preparo para atirar, esperando que ela tenha entendido o recado. Aperto o gatilho ao mesmo tempo que Amélia dá uma cotovelada no estômago do homem, pulando para longe dos braços dele, então, ouço mais um estrondo e depois as sirenes da viatura. Estou descendo as escadas atrás de Pedro quando percebo que ele conseguiu fazer Amélia de refém mais uma vez e mesmo com um tiro na perna no desgraçado é rápido, a empurra para dentro do carro e atiro contra seus pneus, mas ele consegue ligar o carro e passar pelas viaturas.

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