Inspiro.
Paro estagnado na frente do quarto dela, posso escutar seus passos por detrás da porta e minha respiração começa a falhar, estou com tanta saudades que só de pensar no seu cheiro me dá vontade de arrombar essa merda e entrar com tudo, reivindicar sua boca gostosa e me perder no seu corpo perfeito. Só que eu conheço minha garota o suficiente pra saber que ela não aceitaria meu carinho tão fácil depois de tudo, ela precisa de explicações e eu não tenho o que falar. Escuto um barulho estranho vindo do seu quarto, volto do transe e concentro minha atenção nos sons que estão vindo de lá.
— Melissa, você está bem? —Bato, preocupada com que possa está acontecendo.
Outro barulho.
Nenhuma resposta.
— Droga, Mel. O que tá havendo aí dentro? — Aumento o tom de voz, tentando me controlar, esses últimos dias me deixaram extremamente estressado e com muita raiva.
—Nada, vai embora. - Seu tom parece choroso, talvez magoado, só que definitivamente decidido.
— O que tá acontecendo aí dentro? — Pergunto, insatisfeito com o fato de que ela ainda não veio abrir a porra da porta.
— Apenas não é da sua conta! —Grita.
Mas, o quê? Ela está me desafiando?
— Não teste a droga da minha paciência, estou no meu limite, você abre por livre e espontânea vontade ou vou ter que arrombar? —Rosno, quase explodindo.
— Você não se atreveria.
Sorrio.
Ah, princesa. Estou muito atrevido esses dias.
— Tudo bem, então saia de perto da porta e observe.
Mantenho um sorriso cruel no rosto. Dou três passos para trás ganhando distância, me apoio na perna direita e levanto a esquerda em direção a porta, chuto com toda a raiva e frustração que tenho dentro de mim, ouço o gritinho de surpresa do outro lado e meu íntimo infla com a adrenalina.
-— Seu ogro!
Gargalho, achando extremamente divertido a sua inocência.
— Estou mais para lobo mau, mas ao invés de soprar eu vou derrubar seu esconderijo com ponta pés e quem sabe no fim eu coma você, prometo comer bem devagarinho.
Ela arfa.
Eu sei que está afetada e instigada, merda, eu até esqueci o motivo inicial que estou chutando a merda da porta.
— Não seja um babaca, me deixe em paz! — Se exalta, ela deve achar que irá me impedir se começar com os xingamentos.
— Eu vou bater nessa sua bunda branca para aprender a me respeitar, Mel. Saia de perto da porta.
Tomo ar, Chuto com mais força e posso escutar a madeira quebrando por dentro e deixando de ser um empecilho. Seus olhos encontram os meus horrorizados e não contenho o maldito sorriso convencido nos lábios.
— Não vai me convidar pra entrar? — Pergunto, o escárnio puro escorrendo pelas minhas palavras.
Minha garota assiste enquanto adentro seu território e conquisto espaço, analiso o cômodo e encontro a razão para todos aqueles barulhos estranhos, tem muitas coisas jogadas pelo chão, cama e tapete.
— O que aconteceu por aqui?
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