Eu mal tinha estacionado quando ela deixou o carro e saiu batendo a porta, não me esperando pra pegar o maldito elevador.
— Quero ficar sozinha, Lorenzo.
Nego. Não aceitando sua declaração. Ela não ia fugir de mim.
— Porra, Melissa. Fala comigo e vamos tentar consertar as coisas. O que raios você estava fazendo naquele shopping, afinal? Achei que tinha te mandado ficar em casa segura.
Ela rir, mas é uma risada diferente das que ela costuma dá e não gosto disso. Soa como algo amargo e cheio de ressentimento.
— Você quer conversar? — Pergunta, parecendo não esperar realmente por uma resposta. — Tudo o que fazemos ultimamente é brigar e você não sou sua funcionária para receber ordens.
Diz, descendo os degraus para ficar mais próxima. Seus olhos começando a lacrimejar quando finalmente chega até mim.
— Você me esconde coisas, mente, recebe visitas e ligações misteriosas.
— Não é verdade. — Digo, tentando afastar a culpa e não ceder pra ela.
— Você sabe que é. — Declara, causando uma sensação amarga em minha boca.
Suas íris me fitam tristes.
— Sinto muito. — Digo.
— Me diga a verdade. — Pede, acariciando meu rosto, olhando-me com esperança e doçura.
Droga.
Ela acaba comigo.
Mas ainda não posso dar o que ela quer, não por agora, ao menos.
— Não posso. — Respondo.
— Vou dormir na Cíntia. — Diz, se afastando e voltando a escada.
O quê?
— Não vai!
— Sim, eu vou. Preciso de um tempo para pensar e ficar longe do senhor, titio.
Avanço em sua direção, agarrando-a pela cintura e forçando que me olhe.
— Não tenho nada com Sandra ou qualquer mulher, meu coração e corpo são seus. Eu sou inteiramente seu, Melissa.
Sinto seu corpo relaxar, sua respiração ficando mais perceptível aos olhos. Massageio sua barriga por cima do vestido e a vejo ofegar. Quase cedendo.
— Por favor, não vá. — Sussurro em seu ouvido.
— Me diga o que está acontecendo, sei que me esconde algo. — Pede.
— Falarei no momento certo.
Ela se solta em um movimento ríspido, pisando duro e rápido rumo ao seu quarto sem me dá qualquer chance de mantê-la presa em meus braços. Corro ao seu encalço, mas tudo que consigo é uma porta na cara.
Cacete.
Desço de volta para a sala, pegando o celular e ligando para minha advogada apressar o teste de DNA. Preciso resolver essa merda antes que seja tarde.
Ela foi embora. Aproveitou quando eu estava trancado no escritório tomando as medidas necessárias para não perder sua guarda e fugiu.
"Estou na Cíntia. "
Foi tudo o que dizia em sua mensagem. Eu rosnei como um animal faminto, mas minha fome era de compreensão. Precisei manter todo o meu controle para não pegar a chave do carro e ir buscá-la, se ela precisa de tempo então é o que darei, preciso lembrar que minha garota ainda é muito nova e passou por muita merda ao longo de sua curta vida. Como o adulto, sou responsável pelo seu bem estar e saúde mental, levando em consideração que minha cabeça está uma droga em confusão a dela não deve está muito melhor. Sopro o ar dos meus pulmões, acariciando minhas têmporas com as pontas de meus dedos tento afastar o começo de mais uma possível dor de cabeça terrível.
Engulo o comprimido para a enxaqueca junto com a cerveja gelada, ignorando o que a combinação dos dois pode causar ao meu organismo. Dane-se, nada mais pode me derrubar.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: INTENSO DESEJO