Resumo de CAPÍTULO 27- MELISSA – Capítulo essencial de INTENSO DESEJO por Canli pop
O capítulo CAPÍTULO 27- MELISSA é um dos momentos mais intensos da obra INTENSO DESEJO, escrita por Canli pop. Com elementos marcantes do gênero Erótico, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.
Sua mão direita aperta meu punho, fazendo com que a pressão exercida diminua a circulação do sangue e a deixe com o aspecto esbranquiçado. A foto ainda presente na sua mão esquerda está amassada.
Daniel Matoso leal.
Eu conhecia esse nome, estava em vários comprovantes de depósito nas coisas de titia, mas quando a questionei sobre quem era o sujeito, ela me disse que era só um pobre velhinho, um ex vizinho seu e de mamãe que passava necessidade e não tinha ninguém para pedir ajuda.
As coisas começam a se ligar no meu cérebro.
As fotos grávidas de titia.
O homem na porta.
Minha cabeça lateja mais forte, meu tornozelo protesta quando forço meus pés para fora da cama e tento ficar de pé. Vacilo, me desequilibrando e quase caio de volta. Consigo notar agora que minha panturrilha está inchada e por isso o desconforto para ficar de pé é tão gritante.
— Era você na porta da minha casa no outro dia, não era? — Mantenho o tom baixo, ainda processando todas as informações.
— Eu pretendia te contar as coisas naquele dia, mas eu não queria ser interrompido por ninguém, por isso te trouxe pra cá.
— O que você queria me contar?
— Que eles te roubaram de mim.
Meu coração palpita forte com um filme de toda a minha vida passando bem na minha frente, mesmo tendo ciência de que eu não quero ouvir a resposta, pergunto:
— Quem me roubou de você?
— Seus pais e sua tia.
Meus pais.
Era a primeira vez que ele se referia aos meus pais.
— Como?
Ele toma um tempo, parecendo analisar se deve ou não revelar o que esconde.
— Eu namorava com sua tia desde que éramos muito jovens, ela tinha treze e eu dezessete, não éramos as pessoas mais fáceis do mundo, mas éramos perfeitos um para o outro. Fomos vizinhos por muito tempo, mas ninguém apoiava nosso namoro, principalmente sua mãe.
Suspira, fazendo uma pausa dramática em sua fala, mas não o questiono. Dou-lhe o tempo necessário, levando o meu próprio para absorver todas as informações que me deu até agora.
— Gostávamos de experimentar qualquer coisa que nos fizesse bem, começamos com a maconha, cigarros, bebida e daí, só piorou.
— Você a apresentou para o mundo das drogas. — Falo, com raiva inflando meu peito.
— Não, ela que me convenceu a experimentar cada uma daquelas merdas.
Não pode ser.
— Você está mentindo, ela não...
— Ela não era quem você imagina. — Me interrompe, presumindo que eu falaria algo em defesa dela.
Não o contradigo. Apenas me mantenho parada, encarando a parede.
— Continue. — Peço.
— Ela engravidou. — Declara sem rodeios e é como um soco no meu estômago.
Não é como se não estivesse esperando por isso, eu já sabia de alguma forma o que essa conversa revelaria, eu tinhas as fotos dela.
As fotos.
— Você enviou as fotos pra mim. — Concluo.
— Sim, eu precisava que você começasse a questionar.
— Eu não fiz isso.
— Eu sei, mas aquele verme do Lorenzo fez. — Arregalo meus olhos na menção de seu nome.
O homem está dizendo que Lorenzo fez algo, mas o quê exatamente?
Ele parece notar a confusão em meu rosto, pois começa a explicar com um sorriso zombador no rosto.
— Lorenzo descobriu faz uns meses que sou seu pai e desde então, está tentando me manter longe.
As ligações.
A conversa com a advogada.
Ele sabia sobre Daniel e não me falou nada, ao contrário disso, escondeu e arquitetou para que eu nunca soubesse.
Meu peito dói em decepção, todo aquele discurso para que eu nunca o deixasse independente de qualquer coisa começa a fazer sentido.
AS FOTOS.
Ele queria que eu questionasse.
Não.
— Solange...
— Ela não é sua mãe. — Ele se adianta mais uma vez e me perco na história.
— Mas, ela estava grávida. — Afirmo, dizendo muito mais pra mim do que pra ele.
— Ela o perdeu com cinco meses de gestação, o consumo de drogas aliado com sua pouca idade a fizeram sofrer um aborto. Era um menino. — Declara, parecendo verdadeiramente triste.
As informações são como um bombardeio no meu coração, luto com a falta de ar.
— Você está bem? — Pergunta, demonstrando preocupação.
Analiso sua resposta.
— De volta?
— Quando sua tia saiu da clínica e estava bem melhor algo tinha mudado, eu sabia que ela ainda me amava, mas de alguma maneira colocaram na cabeça dela que eu era um problema. Então, ela me disse que a inseminação não tinha funcionado e era melhor seguirmos por caminhos diferentes. — Ele dá uma risada sarcástica. — Ela disse que éramos tóxicos um para o outro. — Diz com desdém.
— Não quero ouvir mais nada, Daniel.
— Aquela merda não podia ser coisa da cabeça dela, Melissa. Persisti e jurei que largaria a droga por ela. Só que minha mãe ficou doente e tive que me ausentar.
— Mas a minha mãe já estava grávida de mim. — Concluo.
Ele assente.
— Elas mentiram pra mim e só descobri meses depois, quando sua mãe já estava perto de dar a luz. Mais uma vez elas tentaram me persuadir, só que ameacei contar toda a verdade para o marido da sua mãe, Thiago era certinho e não aceitaria criar a minha filha.
— Você contou?
— Sim, mas ele já estava apegado com ideia de ser pai e também tentou me convencer a ir embora e te deixar para trás. Minha mãe tinha câncer e piorou muito na época, então, eles me ofereceram dinheiro e com toda a pressão acabei aceitando.
Daniel me aperta mais forte em seus braços quando diz as últimas palavras, mas estou me desvencilhando antes que ele possa me prender com mais força.
— Eu preciso de ar. — Digo, o empurrando para longe. Ele nega e tenta me puxar de volta, mas continuo o afastando até que me solte por completo.
— Eu não queria te deixar. — Fala, começando um choro.
— Você não me deixou. Você me vendeu. — O corrijo, mais calma do que realmente estava.
— Eu voltei um tempo depois, a intenção era só te espiar de longe e ver como te tratavam, mas você era a criança mais linda que já vi na vida e parecia tanto com a minha mãe que eu quis você pra mim, mas Thiago me viu e ameaçou chamar a polícia. Haviam passados poucos meses da morte da sua vó e eu estava abalada emocionalmente, ele tinha dinheiro para me manter longe.
— Ele te deu dinheiro para ir embora novamente?
— Sim, mas eu não fui. Não era justo que você não soubesse quem era seu pai verdadeiro, então eu fui atrás de Solange e exigi que ela te contasse a verdade, mas ela não era a mesma menina que conheci e estava tão arrogante quanto sua irmã e me mandou embora. Eu estava com raiva, magoado e ouvir minha filha chamar outro homem de pai foi demais.
— O que você fez?
— Me perdoe, Melissa. Eu não estava pensando direito quando fiz aquilo, só queria você e Solange de volta, era o certo.
— Do que está falando, Daniel?
— Ele queria te roubar de mim.
— Ele quem?
— Thiago.
— O que aconteceu entre vocês dois?
— Eu mexi no freio do carro deles, provoquei o acidente, mas está tudo bem agora. Eu sou o seu verdadeiro pai.— Tento me levantar, mesmo sentindo a tontura piorar e minha cabeça pesar. Minha vista escurece assim que finco meus pés no chão e tudo que escuto antes de cair de volta no colchão é o estrondo alto de algo sendo quebrado e meu nome sendo chamado, mas está muito longe para que eu consiga identificar a voz.
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