—Você é real. — Sussurra, olhando-me com mais atenção.
—Sim. — Digo, não desviando os olhos dos seus.
Sem mais demora a sua boca toma a minha, mostrando que estava tão saudoso e necessitado como eu. Quero sorrir e chorar quando sua língua pede passagem e trava uma leve batalha com a minha, nós gememos juntos, fazendo uma pequena pausa para respirar.
Mordemos. Chupamos. Lambemos um ao outro.
Sua mão solta meu cabelo e se arrasta até a parte da frente de meu pescoço, acariciando com delicadeza antes de agarrar forte. A direita pressiona firme em minha cintura e me leva para mais perto do seu corpo, fazendo com que nossas intimidades fiquem quase roçando.
Senhor, senti tanta falta disso.
—Estamos...no corredor.— Digo, gemendo enquanto seus dentes mordiscam minha orelha e me agarro em sua blusa.
Então, como se acordasse de um transe ele se afasta, ainda mantendo sua atenção em mim. Nossas respirações estão alteradas e nossas bocas devem estar inchadas.
Coloco uma mão em seu peito, tomando um tempo para recobrar minha sanidade.
—Precisamos conversar. —Digo, ainda respirando com certa dificuldade.
Ele franze a testa, seus olhos escurecendo mediante minhas palavras.
—Eu voltei pra ficar com você. —Falo, afastando qualquer dúvida que possa nublar seus pensamentos.
Ele sorrir como um menino.
Ele me olha com um animal faminto.
— Tem certeza? — Pergunta, alegrando meus ouvidos com um pouco mais da sua voz.
— A única certeza que tenho é essa.
Suas duas mãos agarram meu rosto, fazendo com que fique mais próximo do seu. Ele me olha como se tentasse enxergar minhas palavras dentro de mim, então eu deixo, o encaro sem piscar da mesma forma que ele está fazendo.
— Não vou conseguir te deixar partir novamente, doeu muito da última vez. Não brinque comigo, Mel.
Meu coração pesa. Saber que o fiz sofrer dói, mas partir era inevitável e foi importante para que eu pudesse voltar aqui com toda a certeza que tenho.
— Não pretendo ir a lugar algum sem você. Sinto por ter feito com que sofresse, mas ir embora foi importante pra mim, dessa forma descobri que não importa onde vá, meu coração sempre permanecerá aqui com você.
Ele ruge, voltando a colar sua boca com a minha em um beijo mais suave e apaixonado.
Nos distanciamos em silêncio e ele pega minha mala, segura minha mão e me leva para dentro do apartamento. Solto seu aperto e dou mais alguns passos para dentro do apartamento, basta uma checagem rápida para perceber que nenhuma mudança gritante foi feita.
Sorrio com isso. Saber que as coisas continuam iguais me deixam mais segura.
—Você está diferente. —Ele diz, fazendo com que eu vire para encara-lo e o pegue dando mais uma olhada para o meu corpo.
— Você também.— Digo, deixando com que meus olhos examinem o peitoral corpulento, a barba mais evidente e os braços mais musculosos.
Mordo o canto da minha boca, passando a língua em seguida.
Ele larga a mala e segue para mais próximo, entrelaçando os braços a minha volta.
— Não é só o seu corpo que está diferente, sua forma de andar, vestir e olhar também estão. —Diz, mantendo seus braços firmes em minha cintura.
Analiso suas palavras, eu mesma não tinha percebido tais mudanças, mas aparentemente elas estão visíveis para os outros.
Dou de ombros.
—Foram longos doze meses. —Falo, acreditando que essa seja a resposta para o que ele diz.
—Sim.
—Você estava de saída? - Pergunto, reparando em sua roupa.
—Sim, um minuto.
Ele sai, pegando no celular para digitar algo, depois o leva até o ouvido e parece debater com alguém.
Suspiro, admirando sua imagem por trás.
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