Leiloada - Contrato de Casamento romance Capítulo 58

CAPÍTULO 58

Um Assunto Muito Importante

Narrado por Alyson

Se fores sincera contigo, serás sincera com todos os outros.

Olho para o Liam, aqui deitado ao meu lado na minha cama.

Eu não tenho nada sério com ele, mas no fundo sinto que o estou a enganar e eu não quero fazer isso, mas o que é certo na minha cabeça, é que eu amo o Liam e o Gael, com a mesma intensidade, e mesmo sendo errado, tenho estado ora com um, ora com o outro.

Não acho errado andar a foder com os dois, o que eu acho errado é eles não saberem da existência um do outro.

Nem todos os amores se podem concluir a apenas duas pessoas, porque não podem ser três?

Mas para isso, vou ter que contar a ambos o que se passa, se eles quiserem assim, muito bem, senão não posso fazer nada, mas não posso escolher nem o Liam nem o Gael, porque o que eu quero mesmo é os dois, não apenas um.

Sinto que o meu futuro amoroso tem que ser nós os três juntos.

Mas eles o vão aceitar?

Não sei, mas se não falar com eles, nunca vou saber, não é?

— Liam, — o chamo enquanto me sento na cama, virada para ele — tenho um assunto que preciso de falar contigo.

— Fala, estou a ouvir. — ele diz se sentando também, encostando as suas costas na parte de trás da cama — Deve ser importante, estás com cara de caso. — ele brinca.

— É importante sim. — falo séria — Tu pediste para eu ser sempre sincera contigo e por isso, quero falar sobre um assunto muito importante.

E conto então o que se passa, conto tudo desde o início, desde o dia que o conheci a ele, que conheci o Gael e tudo o resto, sem omitir nada.

Durante o meu desabafo, vejo o seu rosto mudar várias vezes de expressão, surpreso, assustado, confuso, intrigado e por fim, interessado.

Acabo de falar e ele fica em silêncio.

Um silêncio perturbador, que me deixa com o coração na boca, expectante com o que ele me vai dizer.

— Deixa cá ver se percebi. Estás a querer me dizer, — ele fala por fim — que queres ter uma relação comigo e com esse teu amigo Gael? — ele pergunta.

— Se vocês dois quiserem, sim, é isso mesmo.

— E isso funcionava como? Tu estavas connosco como tens estado, um de cada vez ou seríamos os três juntos?

— Podíamos ter uma relação a três, em vez de ser o convencional, duas pessoas. — falo sincera com o que eu quero mesmo.

Já que estou a falar, falo tudo o que eu quero, para não haver dúvidas.

Ele me olha profundamente, com os seus olhos extremamente verdes e eu não consigo perceber o que ele está a pensar.

Liam se levanta e começa a vestir-se sem proferir uma única palavra.

Vai até à porta do meu quarto, coloca a mão na maçaneta, abre a mesma e me diz, olhando para trás.

— Tenho que pensar no que acabou de acontecer aqui, depois falamos.

E sai do meu quarto.

Possivelmente não o voltarei a ver.

Ele não me pareceu chateado ou zangado, por eu andar a trepar com ele e com o Gael, me pareceu confuso e surpreso com a minha proposta.

De qualquer das maneiras, o Gael tem que saber também ele o que se passa.

Mesmo correndo o risco de perder os dois, mas o que não posso é andar a mentir ou andar a esconder os meus sentimentos e vontades.

Tenho que ser sincera com eles os dois, mas acima de tudo ser sincera comigo mesma e com o que eu quero, sem ter medo do que os outros achem ou não das minhas preferências.

UMA SEMANA DEPOIS

Tão Parecida

Narrado por Kevin

É muita saudade para pouco eu.

Desde que descobrimos sobre a gravidez da Sally, que o Liam a tem levado ao hospital veterinário que é da mãe de uma amiga dele. Acho que o meu filho está apaixonado por essa garota, April, é o seu nome.

Ele fala dela como se ela fosse uma Deusa, a maneira como ele fala dela é de uma maneira que ele nunca falou de nenhuma outra, aliás, ele nunca falou de nenhuma garota que tivesse envolvido.

Mas sinto que ele esta semana, está mais calado e pensativo.

Coisas dele, eu sei, mas fico preocupado, como é óbvio.

Liam já não é nenhuma criança, mas os pais preocupam-se uma vida inteira com os filhos, sejam eles bebês, crianças, adolescentes ou adultos, a nossa preocupação e sentimento de proteção não nos larga jamais.

Soledad entra de rompante no meu escritório.

— Menino Kevin, tem que vir depressa. — ela fala esbaforida.

— Mas o que se passa, Soledad? — pergunto, já me levantando da minha cadeira.

— É a Sally, eu acho que chegou a hora dos cachorrinhos nascerem!

— Oh caramba.

Saímos do escritório e entramos no anexo onde eles costumam ficar, mesmo ao lado da cozinha.

— Há quanto tempo ela está assim?

— Já amanheceu assim, pode ter estado toda a noite, não sei.

Sally está agitada, parece doente e desconfortável, ela parece querer se aninhar mas parece não ter posição sequer, parece estar com dores, mas eu não entendo nada disto, então decido ligar para o Liam.

Ele atende, mas está numa reunião e não pode sair já.

— Vou mandar a morada do hospital veterinário, tu levas a Sally lá e eu quando acabar a reunião vou logo direto para lá, pode ser? — ele me diz —Entretanto vou pedir à Abril para ver se ela pode estar à porta do hospital à tua espera.

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