Leiloada - Contrato de Casamento romance Capítulo 59

CAPÍTULO 59

Desprazer

Narrado por Kevin

Tu és a dona da minha saudade.

Depois de estar ali na sala de espera, o que me parece uma eternidade, digo ao Liam e à April que venho um pouco cá fora, tenho que fazer um telefonema, ver uns emails e principalmente deixar eles dois um pouco sozinhos, a ver se falam entre eles e resolvem o mal estar que está instalado em ambos.

Fico cá fora sentado no carro, uns bons 40 minutos a tratar de todos os assuntos pendentes e decido então entrar de novo na sala de espera.

Ao entrar, vejo o meu filho abraçado a uma mulher que tem vestido uma bata branca e o cabelo preso num coque. Uma mulher ruiva e o seu cabelo parece comprido.

Ao me ver, o Liam com um enorme sorriso no seu rosto, me faz adivinhar que tudo correu bem com o nascimento dos mais novos membros da família.

April está junto a eles um pouco mais atrás dele e tem também um sorriso feliz no seu belo rosto.

Liam afasta-se um pouco da mulher a quem ele está abraçado e me informa todo contente.

— Pai, a Sally está ótima e teve três meninas e um menino.

Abro o meu sorriso, muito feliz com a novidade.

— Mas que bom filho.

A mulher que ainda agora estava abraçada ao meu filho, se vira devagar para mim.

O meu sorriso se transforma em completa surpresa quando os nossos olhos se cruzam.

Sinto que estou pasmo, boquiaberto e muito estupefacto por ver a minha adorada e saudosa Alyson aqui na minha frente, 22 anos depois e já sem nenhuma esperança de a voltar a ver, ela está aqui, mesmo na minha frente.

— Alyson?

Ela me olha espantada, claramente está tão surpresa como eu.

Mas o seu semblante de surpresa, passa depressa para um semblante de raiva.

— Kevin Macwire, — ela encurta o seu olhar para mim — que desprazer de te voltar a ver.

Eu me surpreendo com o que ela fala.

Desprazer? Mas porquê? Eu não fiz nada de mal? Sim, eu sei que não cumpri com o que lhe prometi, mas eu não fui culpado.

Caminho para perto dela.

— Desprazer? Mas porquê Alyson? Eu…

Ela me interrompe de imediato.

— Olha aqui Kevin, — ela me aponta o seu dedo na minha cara — não venhas com as tuas falinhas mansas para o meu lado, eu já não sou aquele menininha burra e assustada que tu conheceste há mais de 20 anos. Por isso nem te dês ao trabalho de me falares nada, porque eu não quero ouvir merda nenhuma que venha da tua boca.

Ela vira as costas e sai andando bem rápido, nem me dando tempo de eu falar mais nada mesmo.

Eu fico ali com cara de anta, com o meu olhar posto no corredor por onde ela desapareceu.

E só me lembro que não estou sozinho, quando ouço a voz do meu filho.

— O que foi isto que acabou de acontecer aqui, pai? — ele me pergunta muito surpreso.

Olho finalmente para eles e vejo os seus rostos muito confusos.

— O senhor Kevin e a minha mãe se conhecem?

Eu suspiro.

— Sim April, a tua mãe é quem eu te disse que tu eras parecida, agora entendo porquê, ela é a tua mãe, certo?

— Sim, é a minha mãe. — ela continua confusa.

— Mas de onde tu conheces a mãe da April, pai?

— Eu vou te contar toda a história, mas em casa. Estou cansado e sem saber bem o que aconteceu aqui. Vou para casa agora mesmo.

E saio dali, sem saber o que pensar, sem saber o que fazer.

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