- Não! – Gritei, pegando-a nos meus braços, sentindo seu corpo junto do meu, o perfume que eu nem reconhecia mais.
Nada mais importava. Que o mundo explodisse... Eu só queria ela... Nada mais.
Enquanto saia do palco com Sabrina, os braços dela passando pelo meu pescoço, as lágrimas a molhar minha roupa, vi tantas pessoas ao meu redor que quase não conseguia andar.
Todos falavam ao mesmo tempo. E eu não ouvia nada... Só queria ela. A prenderia numa corrente e não a deixaria escapar jamais.
Ouvi alguém gritando no microfone que eu faria uma pausa de alguns minutos. Não... Eu não voltaria para o palco. Talvez nunca mais... Porque eu já havia encontrado o que procurei incansavelmente, acho que por toda a minha vida.
Tranquei a porta do camarim e a larguei, observando-a. Temi que minha voz tremesse a ponto de eu não conseguir me expressar.
- Eu... Vim devolver a sua jaqueta. – Ela brincou, os lábios trêmulos ao pronunciar cada palavra, os olhos vermelhos das lágrimas que não cessavam.
- Você não é um sonho, garotinha?
- Não... E você? – Ela tocou meu rosto e peguei sua mão, dando um beijo, os olhos não se afastando dos dela.
- Garotinha... Eu pensei em você todos os dias... – Me ouvi dizendo, a voz embargada de emoção.
- Por que você sumiu? Por que não me esperou? Eu... Fui atrás de você... E o sol não havia se posto ainda... – ela limpou as lágrimas, emocionada, a respiração ofegante – Foi embora... E não me esperou.
- Se você soubesse tudo que aconteceu naquele dia, Sabrina... Eu mal consegui chegar lá. Acha que eu não teria esperado? Eu não teria ido embora, até que você chegasse, meu amor... – Toquei o rosto dela.
Eu tinha muito a falar. Mas não conseguia. Minha cabeça estava confusa a ponto de não pensar. O ar faltava nos meus pulmões, como se tivesse cantado e dançado horas sem parar. E meu coração batia mais do que o normal.
Peguei o rosto dela entre as minhas mãos e toquei com meus lábios os dela, sentindo a maciez de sua boca. Beijei o lábio superior e depois o inferior e em seguida pus minha língua dentro dela, sentindo a sua, doce, quente, molhada, entregue a mim.
Sentir os braços dela em torno do meu corpo de novo era como um sonho. A calma e doçura daquele beijo durou alguns segundos. Quando percebi, estava retirando a jaqueta dela (ou minha) e pegando-a pela bunda, fazendo-a sentar na mesa, de costas para o espelho.
Ela tirou minha jaqueta com habilidade, seus lábios desceram pelo meu pescoço, chupando-me, marcando-me como um dia a ensinei a fazer. Retirei minha própria blusa, enquanto as mãos dela passeavam pelo meu peito, ansiosas.
Eu não tinha certeza se queria só senti-la me tocando ou se desejava realizar todas as fantasias que tive com ela dentro de um camarim.
Sabrina jogou a pequena bolsa que trazia na transversal do corpo no chão. Nossas bocas se encontraram novamente enquanto as minhas mãos passeavam pelo corpo dela, sem seguirem um parâmetro, pois eu queria tocá-la por cada centímetro da pele macia e com a qual tanto sonhei.
Me afastei um pouco e vi a concha no pescoço dela, descendo num pequeno pingente de ouro, seguro na corrente que adornava seu pescoço.
Virei a parte de dentro na minha direção e vi as letras quase apagadas pelo tempo: C S.
Encarei-a e toquei seu colo, percebendo ela arrepiar-se. Retirei a blusa, observando seu corpo desnudar-se para mim. O sutiã preto que ela usava era simples, e tampava bem seus seios pequenos e perfeitos. Abri o colchete, deslizando-o para frente. A visão que eu tinha era da mulher da minha vida, usando uma concha que eu havia lhe dado há cinco anos atrás. Era ela... Sabrina estava ali... E toda nossa história não tinha acabado. Estava viva... Não só no meu coração, mas na concha que ela carregava. Sim, foi importante para ela. Eu não amei sozinho... Eu não sofri sozinho... Eu não procurei em vão...
Ela não tinha mais 18 anos. Os seios estavam levemente caídos... E por incrível que pareça, ainda mais apetitosos. Abocanhei um deles, enquanto abria minha própria calça, sentindo desconforto por meu pau estar latejando sob o tecido colado.
Sabrina era doce... E cheirava bem. Havia mudado o perfume, mas eu não tinha certeza qual era o novo aroma. Desci meus lábios pelo abdômen dela e deslizei a calça jeans para baixo, sem retirá-la do móvel. Ela apertou minha bunda com força e eu poderia gozar com o simples gesto daquela mulher.
Ela gemeu e parei tudo, encarando-a. Se ela soubesse o quanto sonhei com aquele gemido... Que eu havia feito uma música para o som que só ela emitia... Que tudo que eu compus ao longo de cinco anos foi pensado nela, cada letra, cada acorde, cada melodia...
- Nossa melodia... – ela disse, parecendo adivinhar meus pensamentos, novamente deixando as lágrimas invadirem seus olhos.
Beijei as lágrimas dela que caíam e disse:
- Sem choro... Chega de tristeza. Estamos juntos... Nos encontramos, garotinha.
- Mas... É a nossa Melodia... – Ela estava ofegante, ansiosa, tensa.
- Sempre vai ser. Eu sou completamente louco por você, garotinha.
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