- Você precisa entrar de volta no palco. – Disse meu assistente, furioso.
Aquele garoto era os olhos e ouvidos da minha empresária, que não conseguiu vir naquele show, devido a outro compromisso. E eu pouco me importava do que ele diria para ela.
- Não! – Falei, parecendo um garoto mimado.
- O que você está pensando? Estas pessoas pagaram para vê-lo cantar e não para que arrancasse uma fã do palco e a fodesse no camarim, seu imbecil. Pode muito bem fazer isso depois que acabar o show. – Agora era Otávio quem falava, furioso.
Ele era o homem que organizava os shows na prática e estava comigo em todos os lugares que eu ia. Era sério e dedicado e graças a ele eu tinha evoluído muito enquanto artista. Antes eu só era um cantor.
Olhei para Sabrina e depois para ele:
- Ela não é uma simples fã...
- Não, claro que não! – ele riu de forma irônica – Arruma a porra da sua roupa e volte para o palco agora antes que destrua sua breve carreira em menos de quinze minutos e se arrependa para o resto da vida.
- Vá... – Sabrina disse imediatamente, com o rosto ruborizado, ainda coberta pelo robe branco.
- Me prometa que vai esperar aqui.
- Sim, estarei aqui quando você voltar. Eu prometo. – Ela garantiu.
Arrumei minha roupa rapidamente e dei um passo em direção à porta, parando. Eu esperei por aquela mulher por cinco anos e agora virava as costas e a deixava ali, sendo que tudo que mais desejei foi ela.
Voltei imediatamente até ela, encarando seus olhos escuros e os cabelos lisos e brilhosos, que emolduravam o rosto parecendo esculpido em porcelana. Os lábios dela estavam rosados e o batom levemente borrado. E ela continuava linda.
Peguei seu rosto entre minhas mãos, aspirando profundamente seu cheiro de perfume misturado com sexo e desejo. Passei o nariz sobre a pele lisa de sua bochecha, fechando meus olhos e tentando acreditar que não tinha sido um sonho, que ela estava realmente ali, junto de mim.
Me afastei e vi seus olhos ainda fechados e um meio sorriso no seu rosto. Beijei seus lábios levemente, sabendo que aquele tipo de contato era praticamente impossível com ela. Quando me dei por conta, estava com a língua dentro da boca da minha garotinha, querendo consumi-la novamente, tomá-la nos meus braços e não fazer nada mais a não ser fodê-la enquanto aguentássemos, como fizemos há anos atrás.
- Charles! – Otávio estava impaciente.
Soltei-a e repeti:
- Não saia daqui... Me espere.
- Esperei você por cinco anos, “el cantante”. Acha que eu arredaria meus pés daqui agora que o encontrei?
Me veio aos lábios “eu amo você”, mas segurei, para falar quando estivéssemos nós dois sozinhos novamente. Eu tinha a necessidade que ela soubesse que era amor que eu senti e que não a esqueci um dia sequer. Era a minha garotinha... Ela estava de volta.
Fui andando vendo os seguranças na porta, Otávio e o assistente esperando pelo meu retorno ao palco, os gritos da plateia histérica esperando pelas próximas músicas. Não conseguia desvencilhar os olhos dos dela. E fiquei seguindo com o olhar no dela até voltar à entrada do palco.
POV SABRINA
Enquanto ele partia, minha vontade era correr atrás dele e pegar sua mão, implorando para que não fosse. Espere, “el cantante”... Nem deu tempo de lhe dizer que nós temos uma filha e que ela é a coisa mais linda e perfeita do mundo inteiro.
Assim que Charles desapareceu, o garoto que foi ríspido com ele minutos atrás me disse, com seriedade:
- Vista-se, por favor.
Ele fechou a porta e fiquei ali, sozinha. Retirei o robe de cetim que estava sobre meu corpo e pus minha roupa, esquecendo que estava completamente cheia de esperma dentro de mim. Puxei a calça, junto da calcinha e pus minha blusa.
Meu telefone tocou na bolsa. Peguei e vi o nome de Yuna. Fiquei apreensiva de imediato. Ela não me ligaria se não fosse algo sério.
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