Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 111

Resumo de Uma visita (II): Lembranças das noites quentes de verão

Resumo do capítulo Uma visita (II) do livro Lembranças das noites quentes de verão de Roseanautora

Descubra os acontecimentos mais importantes de Uma visita (II), um capítulo repleto de surpresas no consagrado romance Lembranças das noites quentes de verão. Com a escrita envolvente de Roseanautora, esta obra-prima do gênero Romance continua a emocionar e surpreender a cada página.

- Ela matava animaizinhos de estimação quando criança?

Calissa arqueou a sobrancelha, confusa. Melody pegou a mão dela, levantando:

- Venha ver... Vou mostrar o cemitério.

- Cemitério?

- Medy... Não precisa... – Tentei contê-la.

Mas era tarde. Ela já estava com Calissa pela mão, levando-a por toda a casa até chegar ao quintal.

Enquanto ela falava sem parar com minha mãe, perguntei baixinho para Min-ji:

- O que é isso, afinal?

- Precisa ouvi-la, menina. Acho que já é hora. Sua mãe é uma boa pessoa.

- Eu não disse que não era... Mas ela não fez nada naquele dia. Foi omissa...

- Ela tentou ajudar do jeito dela. Você que negou. Não precisava ter sido assim. Por ela, a separação entre vocês duas nunca teria acontecido.

- E por que ela não veio antes?

- Ela tentou... Mas não achei que você estivesse pronta para o reencontro.

- Como assim, Min? Qual a diferença hoje?

- Você tem sua casa, que comprou sozinha. Está bem instalada com sua filha. Tem seu carro... Um bom trabalho. É independente e não precisa de ninguém. Você venceu, Sabrina Rockfeller. Sozinha.

- Não foi sozinha... Foi com sua ajuda. E de seus filhos.

- Não... Eles só foram o apoio. O resto você fez sozinha. Quando se tem vontade, tudo que precisa é de alguém que a impulsione para frente. Esta foi a função deles na sua vida.

Calissa veio correndo com Melody ainda grudada à sua mão e disse:

- Tem algo queimando no fogão... Mas não sei como desligar.

Saí correndo e desliguei a boca do fogão, com o leite derramado, cheirando fortemente a queimado.

- Mamãe... A gente não vai mais ter chocolate quente? – Melody me olhou.

- Eu faço outro depois, docinho. Não se preocupe.

- Você... Faz chocolate quente... Sozinha? – Calissa se impressionou.

- Sim. E depois vou limpar este fogão que ficou imprestável. – Falei, quase para mim mesma, lamentando o leite derramado.

- O que houve na sua perna? – Calissa ficou curiosa.

- Eu cai da escada. Mamãe tinha ido ver papai e tia Yuna ficou me cuidando. Mamãe sempre diz: “Medy, não corra na escada! Você vai cair!”

- E você não obedeceu. – Ela já imaginou.

- Não... Não obedeci. Então cai e quebrei um osso. Mamãe ficou nervosa e tia Yuna quase chorou. Mas ela é médica e me cuidou. Então não tinha quartos na ala da Pediatria. E nós ficamos no mesmo quarto do Gui. Eu acho que mamãe deveria namorar o Gui... Mas quando meu papai voltar, ela vai precisar deixá-lo. Gui é bem bonito. Minha mamãe disse que papai é mais. O Gui caiu de skate e machucou os braços... Porém ele não quebrou nenhum osso. Ele disse que somos uma boa dupla... – ela riu, balançando o corpinho, fazendo graça – Uma dupla de arteiros.

- Sim... Uma dupla de arteiros. – Calissa concordou.

- Se você é mãe da minha mamãe... Você é minha vovó?

Minha mãe não conteve as lágrimas e abaixou-se na altura dela, envolvendo-a num forte abraço:

- Pode dizer de novo?

- O quê?

- Pode repetir “vovó”?

- Eu posso... Vovó.

Melody a abraçou, sem que minha mãe pedisse. E aquilo de certa forma fez meu coração aquecer-se, ver as duas juntas, sangue do mesmo sangue. O passado de minha Medy tinha a ver com os Rockfeller, por mais que eu negasse meu próprio sobrenome.

- Min-ji... Você... Quer ver o nosso cemitério? – Olhei para ela, pedindo socorro.

Seria impossível falar com Calissa junto de Melody.

- Eu gostaria de conhecer o cemitério que há no quintal, Medy. Poderia me mostrar? – Pediu Min.

Melody soltou Calissa e aceitou, empolgada. Enquanto as duas iam em direção ao quintal, Melody disse:

- Você pode me dar colo? Eu cansei. Minha mamãe disse que este gesso pesa muito. Será que você consegue?

- Eu consigo. – Min garantiu, pegando-a no colo.

Olhei para Calissa. Estávamos frente a frente, depois de cinco anos. E minha filha, a qual meu pai exigiu que eu tirasse, estava ali, falando pelos cotovelos, tornando a vida mais alegre, leve e com sentido.

- Tiveram outro animal depois do hamster? – Perguntou-me.

- Eu quero você... Junto conosco.

Eu ri:

- Só pode estar brincando.

- Não... Eu preciso de você... E da sua filha. Não posso passar mais um Natal com a família incompleta. Seu pai está doente...

- O que ele tem?

- A J.R Recording não vai bem... Ele está depressivo... E está difícil vencer esta doença.

- Eu fiquei depressiva quando ele me mandou embora, com uma filha no ventre, sem dinheiro, sem roupas, sem celular...

- Ele se culpa por isso.

- E por que não veio ele mesmo se desculpar? Por que a mandou no lugar dele? Faltou coragem?

- Ele não sabe que estou aqui.

- Então você está querendo reunir a família, sem ter certeza de que ele aceitaria minha presença?

- Eu não tenho duvidas de que ele aceitaria, Sabrina. Sinto sua falta... Ele sente... Sua irmã sente.

- Como ela está?

- Bem... Trabalhando bastante. Mas nem com todo esforço ela está conseguindo reerguer a empresa.

- Quer dizer que destruíram minha herança? – Debochei.

- Há alguns imóveis... E isso não sairá do nome de vocês, jamais.

- Jura? Achei que quando eu saísse de casa, estava abrindo mão de tudo...

- Sabe que não é assim.

- Mãe, não há chance de eu me unir a vocês.

- Sabrina... Por favor. Será Natal... Perdoe. Ou mesmo que não perdoe, nos dê o prazer de desfrutar da vivacidade e alegria da nossa neta. Passe as festas de final de ano conosco, na casa de praia da família.

- Eu quero! Quero ir à praia! – Melody falou, enquanto voltava apressada, caminhando com o gesso, sem muita dificuldade, como se tivesse nascido carregando aquele peso, tamanha habilidade que seguia em fazer tudo como sempre fez – Acha que o Papai Noel pode deixar meu presente lá? Ou será que fica muito longe?

- Papai Noel passa em todos os lugares e realiza todos os desejos. E o meu é passar o Natal com vocês duas. – Ela pegou minha mão e depois a de Melody.

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