Eu estava a remexer a comida, sem muito apetite, quando a porta de vidro automática se abriu e vi minha mãe, radiante e linda, como sempre, num belo vestido preto e sandálias da mesma cor.
Calissa Rockfeller era uma mulher alta, morena, de pele clara e cabelos longos e sedosos. Os olhos eram castanho claros e ela tinha seios fartos e pernas longas. Eu e Mariane nos parecíamos com ela.
- Mãe! – Nem cheguei a levantar da cadeira e ela deu-me um beijo na testa, sentando junto de mim, enquanto largava a bolsa pequena, com o enorme logo da marca, sobre a mesa.
- Não pensou que eu fosse deixá-la almoçar sozinha no seu último dia de solteira, não é mesmo?
- Pensei que sim... – Confessei, sorrindo feliz com a presença dela.
Não demorou nem cinco minutos e foi trazido um prato para ela e a mesa foi reposta para duas pessoas. Ela logo serviu-se, elogiando a comida:
- Adoro este tipo de comida, com a preocupação de uma dieta balanceada.
- Como se não fosse assim na nossa casa. – Comecei a rir.
- Sei muito bem que Min-ji dá comidas calóricas para você, mesmo eu dizendo que não deve fazer isso.
Comecei a rir e ela tocou meu rosto, carinhosamente:
- Precisa cuidar sua alimentação agora que vai estar longe de casa. Se comer tudo que tem vontade, ficará gorda e com a pele feia.
Me recostei para trás na cadeira, pondo novamente meus óculos escuros, pois a claridade do sol atrapalhava um pouco minha visão:
- Penso em fazer isso de cuidar a alimentação... Depois que passar um mês comendo tudo que tenho vontade.
- Não... Por Deus, não posso permitir tal absurdo. – Ela fingiu pânico, arregalando os olhos.
- Eu ainda não me conformo de vocês não me cederem Min.
- Eu também não vivo sem Min-ji, meu amor. Mas sei o quanto ela mima você... E sempre que for nos visitar, a deixarei me enganar e lhe dar doces e chocolates.
- Mãe, promete que vai me ligar todos os dias?
- Eu prometo, meu bem.
- Eu vou sentir saudades.
- Só durante a lua de mel, que nem é tão longa assim, afinal, cinco dias passam rapidamente. Depois estaremos próximas. Você poderá usar seu próprio carro, pois não terá seu pai medroso e protetor por perto.
- Como se Colin não fosse quase uma cópia do meu pai. Já disse que devo trocar o carro por um blindado ou só me deixará andar com o motorista. – Revirei os olhos.
- Fico feliz que ele se preocupe com você.
- Sim, ele se preocupa.
- Você será feliz com Colin, minha filha.
- Serei? – Perguntei seriamente, retirando os óculos escuros e a encarando.
- Tem dúvida? Vocês se dão bem... São um casal perfeito. Colin jamais a fará sofrer... Ele faz tudo por você.
- E... É isso que devo levar em conta, mamãe?
Ela arqueou a sobrancelha:
- Como assim?
- Acha que a questão de ele ser bom comigo e nunca me fazer sofrer é suficiente?
- Você o ama, não é mesmo?
- Eu... Amo... Acho que amo.
- “Acha” que ama?
- Eu... Sempre achei que amava... Mas... – fiquei insegura de conversar com ela sobre o que eu realmente sentia, pois nem eu sabia ao certo – Acho que estou nervosa porque logo mais estarei casando. – Finalize, sem coragem.
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