Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 133

- Você está bem, Sabrina? – Calissa perguntou.

- Sim. – Confirmei, olhando para trás, sem parar de caminhar.

- Está suja... A roupa por inteiro.

- Eu deitei no chão com Melody. – Expliquei.

De cada dez palavras que eles trocavam com Melody, cinco era perguntando se ela não tinha se machucado. Ah, eles podiam me odiar. Mas se gostavam dela, eu sinceramente pouco me importava. E não que eu quisesse que minha filha fosse aceita pelos Rockfeller. Mas eu não gostava quando qualquer pessoa, independente de quem fosse, a tratasse de qualquer forma que não fosse gentil ou carinhosa. Simplesmente porque Melody era um encanto, o amor em pessoa.

Não lembrava de o caminho ser tão longo. Mas foi o que pareceu. Quando chegamos perto da casa, vi Guilherme sentado na escadaria. Assim que me viu, veio correndo na nossa direção.

Ele me abraçou e eu não consegui mover um dedo na direção dele.

- Você está bem?

- Estou.

- Por Deus... Vocês sumiram por horas.

- Eu... Nem percebi. Estávamos esperando a chuva passar. Nos abrigamos na mata.

Ele passou os braços sobre meus ombros e encarou-me, enquanto me puxava para perto dele:

- É ele, não é mesmo?

Arqueei a sobrancelha, fingindo não entender o que estava tentando dizer.

- Você havia dito mencionada “el cantante” como o pai de Medy.

- Mencionei?

- Sim... E quando Charles chegou, você o chamou de “el cantante”. Meu pai... É o pai de Medy.

Abaixei a cabeça, não conseguindo encará-lo.

- Sabrina, isso não é justo com a gente.

- E desde quando a vida foi justa comigo, Guilherme?

Melody chegou correndo e pôs os braços para cima, pedindo colo. A peguei e ela ficou encarando Guilherme.

- Medy... – ele olhou-a ternamente – Eu sempre gostei tanto de você... – Vi seus lábios tremerem.

Guilherme tocou o rostinho dela, que o evitou, se escondendo no meu peito.

Peguei seu queixo e olhei dentro dos olhinhos verdes brilhantes:

- Gui só está tentando demonstrar que ele gosta muito de você, ok?

- Medy gosta de Gui... – ela olhou para ele – Mas gosta mais do papai. – Ela disse no meu ouvido.

Suspirei, imaginando quanto tempo ela aguentaria não revelar a verdade.

- Venha comigo, Medy. – Ele abriu os braços em direção a ela, que negou veementemente.

- Gui, eu vou subir e dar um banho nela... E tomar um também... Estamos horríveis. Dê um tempo para ela, por favor.

Ele assentiu, tristemente. Calissa e J.R estavam esperando no alto da escadaria. Enquanto eu andava até a casa, com Melody pela mão, Guilherme nos acompanhando, vimos Charles vindo. Porra, parecia tão claro que estivemos juntos.

- É um idiota... Passou por vocês e nem viu. – Guilherme referiu-se ao pai.

Parei e olhei-o:

- Não o chame de idiota. É o seu pai. E não quero que Melody aprenda coisas erradas com você. Precisa ser um exemplo para ela a partir de agora.

- E isso seria por qual motivo? Por que vamos partilhar uma vida?

- Gui...

- Que porra está acontecendo com você, Sabrina?

- Eu encontrei o pai da minha filha, Gui... E você sempre soube o que eu sentia por ele.

- Simples assim... “End game” para mim? Devo fazer check-out agora ou esperar para depois da Ceia?

- Me desculpe... Eu desejo que você fique aqui, Gui. Eu gosto de você... Medy gosta de você... E seu pai gosta de você.

- Não o chame de “meu pai”.

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