Me parecia que eles estavam a fugir da confusão que estava se armando mais uma vez.
- Boa noite a todos.
- Boa noite. – Melody correu na direção deles, abraçando-os.
- Quem sabe sobe um pouco conosco? A gente pode lhe contar uma historinha. – Calissa sugeriu.
- Eu quero ouvir a música de Charlie B. – Ela olhou para o pai, sorrindo.
- Mas Charlie B. pode cantar sempre que você quiser... Ao menos enquanto estiverem aqui. – Calissa insistiu.
- Eu quero... Ele... – Ela sentou-se entre Charles e Mariane, separando-os.
Calissa falou no meu ouvido:
- Acho que ele tem uma fã fiel e daquelas muito tietes. – Sorriu.
- Só a melhor de todas. – Falei, enquanto observava os dois, junto da terceira pessoa que tentava entrar naquela situação: Mariane.
- Boa noite a todos. – J.R falou, subindo.
Yuna levantou:
- Eu vou tomar um ar na praia. Talvez dar uma corrida.
- Corrida à noite? – Gui perguntou.
- Sim... E acho que é seguro por aqui.
- Sim, é. – Mariane confirmou – Não há vizinhos num raio de quilômetros.
- Me avisa quando chegar, por favor. – Pedi.
- Para se certificar de que cheguei bem? – Ela riu.
- Claro... Você não é irmã de sangue. É de coração. E me preocupo com você... Porque a amo.
Ela deu um beijo no meu rosto:
- Sabe que não gosto de declarações em público. Se comporte.
- Pode deixar. – Comecei a rir.
Ela saiu. Ficamos nós quatro e Melody. E sinceramente, não sei como eu me sentia com relação àquilo.
- Quer dar uma volta... Tomar um ar? – Gui convidou.
- Acho... Que Melody pode estar cansada.
Realmente os olhinhos dela estavam demonstrando sono. Charles já estava na terceira música e ela tentando ser firme.
- Gostaria de ouvir uma música que eu compus, mas nunca cantei em público ou gravei? – Charles perguntou para Guilherme.
- Não! – Ele foi enfático.
- Eu... Acho que você pode gostar.
- Não! – Ele repetiu.
Deitei a cabeça no encosto do sofá, atirando-me para trás. Ouvi o som da porta batendo e olhei para ver quem era. Mariane não estava ali.
Melody estava praticamente dormindo recostada em Charles, que ainda tocava uma música lenta e cheia de amor. Guilherme estava imerso na sua raiva contra o pai.
Levantei e fui atrás de Mariane. Ela estava sentada na escadaria, acendendo um cigarro.
Sentei ao lado dela:
- Agora você fuma?
- Eu sempre fumei. Você que não sabia. – Ela deu uma tragada.
- Acho que eu não sabia muita coisa sobre você, não é mesmo?
- Creio que não... Sempre muito focada em ser a garota perfeita, no seu mundinho fechado.
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