- Já temos problemas suficientes.
- Não... Já tivemos. Não temos mais. Podemos acabar com isso tudo e você sabe.
- Só mais um pouquinho... – Virei na direção dele e deitei a cabeça no seu peito.
Ele alisou meus cabelos:
- É difícil para mim... Não consigo olhar na cara dela.
- Só mais alguns dias... Precisamos saber o que acontece de fato entre esta família. E quem armou para você.
- Acha mesmo que ela não sabe sobre nós, Sabrina? Eu sinto que não consigo disfarçar... Chego a me conter para não tocá-la, meu amor... Ou chamar Melody de “minha filha”.
- Ainda estou enjoada... – Reclamei.
- Estou aqui... Nem que seja para segurar seus cabelos. – Ele beijou meu pescoço.
- Eu estou com sono... Quero papai e mamãe. – Melody falou, nos olhando da porta.
Começamos a rir e voltamos para a cama. Charles cantou e eu alisei o rostinho dela até que dormisse novamente.
Levantei e fui em direção ao banheiro.
- Onde vai? – Charles perguntou.
- Escovar os dentes. Ouvi dizer que há escovas e creme dental por aqui.
Escovei os dentes exaustivamente, sabendo que ele estava tão próximo e imaginado que poderia pelo menos lhe dar um beijo roubado, já que não conseguimos nos tocar desde que nos encontramos.
Saí na porta e procurei com os olhos pelo quarto e ele não estava mais ali. Fiquei chateada, me sentindo abandonada e posta de lado.
Até que ele entrou novamente, fechando a porta atrás de si e passando a chave. Me encarou e ficamos um tempo imóveis, em silêncio, experimentando a sensação de estarmos juntos, num mesmo ambiente, praticamente sozinhos.
- Estou tentando me conter. – Falei.
- Não faça isso. Eu menti que iria para praia.
- Acha... Que ela acreditou?
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