Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 145

Tentei puxar os lábios dele com os meus, mas me vi sendo posta de costas.

- Acha mesmo que não vou me enfiar em você, meu amor? – Falou enquanto seu pau entrava na minha boceta, preenchendo-me por completo.

- Me fode, Charles... Forte... Gostoso...

- Sim... Não só hoje... Mas todos os dias das nossas vidas, “garotinha”...

As mãos dele pegaram meus quadris firmemente, enquanto ouvíamos o som dos nossos corpos se chocando um contra o outro, numa sintonia indescritível de prazer, enquanto a melodia dos nossos gemidos ecoavam pelo banheiro.

- Preparada para gozar junto comigo, meu amor? – Ele perguntou no meu ouvido, mordendo o lóbulo da minha orelha, a respiração ofegante, o hálito quente fazendo meu corpo arrepiar-se.

- Agora... – Minha voz saiu fina, baixa, quase um choro...

Ele gozou dentro de mim, sem deixar de me comer, até que não aguentássemos mais.

Fiquei ali, o rosto colado à parede gelada, sentindo a respiração dele no meu ouvido, enquanto descansava a cabeça no meu ombro.

- Eu amo você, Charles. – Falei, sentindo meu coração completo, numa paz e tranquilidade que há muito não sentia.

- Estou aqui, meu amor... E nunca mais vou separar-me de você... Eu juro.

Cheguei a pensar que era aquilo que tínhamos para a noite. Mas não. Fui fodida novamente, pouco tempo depois, no colo dele, de frente, ainda no box.

Depois do banho sem pressa, onde um lavou o corpo do outro, não se importando com o tempo, aproveitando cada segundo que tínhamos, nos enxugamos.

Pus um roupão e Charles somente a calça confortável, sem a cueca. Enrolei meus cabelos úmidos numa das toalhas e abri a porta. Melody seguia com seu sono profundo.

Fiquei observando-a quando senti os braços de Charles me envolvendo por trás, aconchegando o corpo ao meu:

- Ela é a coisa mais linda e perfeita que já vi na vida. – Falou.

- Também acho. – Sorri, pondo minhas mãos sobre as dele, que tocavam meu ventre.

- Obrigado por ter me dado ela...

- Eu posso agradecer também? – comecei a rir – Nossa filha... Fruto das noites quentes de verão que passamos naquela praia, na “nossa casa”.

Ele me pegou no colo, levando-me para a pequena sacada. Sentou-se numa das cadeiras arredondadas e me pôs no seu colo.

- Era verdade... Que ficaríamos aqui depois? – Perguntei, envolvendo meus braços em seu pescoço.

- Sim... Não posso mais ficar sem você, “garotinha”.

Olhei para a piscina iluminada. O ar fresco vindo da praia tinha cheiro de maresia. Ouvíamos o som das ondas se quebrando no mar, mas não víamos por causa da escuridão. Eu não tinha noção de que horas eram... Mas pouco me importava se alguém nos visse ali. Porque meu sonho estava se realizando, depois de tantos anos, exatamente da forma como eu imaginei.

- Como Melody sabia que era eu? – Ele perguntou.

- Sempre expliquei a ela que o pai apareceria... E que esperaríamos por ele. – Falei, sem levantar a cabeça do peito dele, onde eu descansava, segura e tranquila, depois de tanto tempo.

- Nunca pensou em voltar para Noriah Norte... E procurar por mim?

- Eu foquei por muito tempo nela... E nada mais. Vivi cinco anos por e para Melody. E esperando que o mesmo destino que me separou do pai dela pudesse nos unir novamente. Eu tinha duas fotos... Duas únicas fotos que salvei no celular. E ela o conhecia por ali.

- Ela é tão inteligente...

- Ela é perfeita.

- Eu não quero ficar longe de vocês. Não tenho certeza se consigo levar isso adiante.

- Acha que eu quero me separar de você? – levantei o rosto, encarando-o – Não tenho certeza se estou agindo certo. No entanto, quero saber o que houve neste tempo que estivemos longe... Quem o pôs atrás das grades. Eu não tenho dúvidas de que foi alguém da minha família, Charles.

- Vale a pena revirar isso depois de tanto tempo?

- Não quer saber quem está por trás disso tudo? Foram anos trancafiado... Por minha culpa...

Ele alisou meu rosto:

- Nunca foi culpa sua, Sabrina. E sempre dizia para mim mesmo que se fosse por você, valia cada segundo lá dentro.

- Só de pensar em tudo que passou... Eu... Sinto o ódio crescer ainda mais dentro de mim.

- Não sei se tenho espaço para o ódio... Quando meu coração é só amor depois que reencontrei você... Com uma filha de presente.

- O que você fez numa prisão por tantos anos, Charles?

Ele riu:

- Acho que compus músicas para toda a minha vida... E talvez a próxima, caso eu reencarne.

Não aguentei e comece a rir também.

- Claro que a prisão não é um bom lugar... Mas poderia ter sido pior, confesso.

- Charles, não acredito que está dizendo isso.

- Eu sabia que longe de você, a sensação não seria muito diferente da que eu tinha ali. Compus, cantei... Fiz até umas pequenas apresentações lá dentro.

- Jura? – Comecei a rir.

- Eu, um violão e tempo ocioso. Pude pensar muito na vida. E senti raiva a ponto de querer a morte de quem fez tudo que fez comigo. Depois eu percebi que não tinha outra alternativa a não ser esperar... E ver o tempo passar. O ódio não resolveria o problema.

- Me perdoa...

Ele tocou meu rosto carinhosamente:

- Nunca se culpe por isso, meu amor.

Olhei para o céu, que estava encoberto, completamente escuro:

- Teve vezes que olhei as estrelas no céu e me perguntei se estávamos vendo-as ao mesmo tempo. Jamais passou pela minha cabeça que você não via as estrelas...

- Eu via você...

Aconcheguei novamente minha cabeça no peito dele, tentando encontrar vestígios do mar à frente, enquanto escutava o som das ondas na areia:

- Charles, acha que fomos destinados a ficar juntos? Que nosso encontro estava escrito, desde sempre? Porque o que sinto por você é tão forte... Que não parece normal...

- O que eu acho? – ele ficou um tempo calado, pensativo – Eu acho que você veio para me provar que o amor existe... Que ele pode ser à primeira vista... Que sim, por mais que eu tenha me decepcionado anteriormente, a vida me deu uma chance de mudar tudo, provando que minhas crenças, baseadas no que deu errado, poderiam ser infundadas. Que do nada, poderia aparecer uma “garotinha” usando um véu, onze anos mais nova que eu, e abalar completamente o meu mundo... O deixando ainda mais desestabilizado do que sempre foi... A vida toda.

- Eu acho que amei você desde o momento que tropecei no fio, no meio da pista de dança...

- E eu tenho certeza que você foi o meu presente, embrulhado num tule branco, cheio de camadas... – Riu, ao mesmo tempo que escutei o coração dele batendo dentro do peito.

- Vou tentar pensar que o tempo que ficamos afastados foi necessário para eu amadurecer.

- E eu como um tempo para rever toda minha vida e as merdas que fiz ao longo dela.

- Fala de Gui?

- Eu errei... Fui imaturo. Não deveria tê-lo levado comigo para os bares onde eu cantava. Ele era só uma criança... Praticamente um bebê.

- E você um adolescente, com a responsabilidade de criar um filho sozinho.

- Não sei se ele vai me perdoar... Ainda mais agora, com você na jogada.

- Eu sinto muito... Mas eu não sabia.

- Eu também sinto muito... Por Mariane.

- “El cantante”... Acha que o destino “brinca” conosco?

- Acho que fomos postos à toda prova... E vencemos.

Ficamos ali, conversando sobre os anos que ficamos separados, até vermos os primeiros raios de sol nascendo no horizonte, iluminando o mar que passou a noite inteira na escuridão.

- Você precisa ir agora... – Falei, levantando do colo dele.

- Tem certeza? – Ele me olhou.

- Charles, precisamos fazer tudo com calma. E dizer a verdade a todos não vai resolver a situação. Eu tenho quase certeza de que meu pai está por trás disso também. No entanto, se assumirmos nosso relacionamento, teremos que ir embora. E jamais saberemos quem armou para você.

- Tem tanta certeza assim de que é um dos dois?

- Sim.

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