Guilherme balançou a cabeça e virou as costas, parecendo satisfeito com o que o pai havia feito. Ainda com a mochila nas costas, entrou pela porta principal, pelo visto decido a ficar desta vez.
- Ponha uma coisa na sua cabeça: eu gosto dele. – Mariane quase gritou.
- Assim como gostava de Colin? – ri debochadamente – Por que não ficou com meu noivo depois que lhe deixei os restos? Não é disso que você gosta?
- Sabemos que há uma grande diferença entre Colin e Charles.
- Sabemos? – Arqueei a sobrancelha.
- Você sabe que sim...
- Claro que sei... – me aproximei dela e olhei nos seus olhos – Charles daria a vida por mim... E não vai tocar num fio de cabelo seu, enquanto eu estiver por perto. E você sabe o motivo, não é mesmo?
Ela me olhou confusa.
- O motivo é que ele me ama... E sempre me amou.
- Fique longe do meu caminho. Eu sou louca por este homem... E capaz de qualquer coisa por ele.
“Inclusive colocá-lo injustamente na cadeia para depois soltá-lo e se fazer de salvadora?” Não, não tive coragem de dizer aquilo, porque ela saberia que eu e Charles havíamos nos falado e o passado tinha sido esclarecido.
Eu não tinha dúvidas de que ela estava envolvida até o pescoço na prisão de Charles. Só tinha que entender como e de que forma Mariane planejou tudo aquilo.
- É capaz de qualquer coisa por ele? – Enruguei a testa, saindo sem me importar com a indignação dela.
Voltei para dentro da casa e subi as escadas, indo para o meu quarto. Medy ainda dormia na cama, um soninho profundo.
Alguém bateu na porta. Era Yuna. Ela sentou-se na poltrona, de frente para a praia, mas do lado de dentro da porta que dava para a pequena sacada:
- O ar aqui é rarefeito. Me sinto presa... Como você consegue, Sabrina?
- Acho que vivi a vida inteira assim. E só agora me dei em conta do quanto a minha família “fede”.
- Eles deram folga para minha mãe, depois de anos... Creio que para afastá-la... De você, de mim... Não entendo.
- Também me pareceu que não queriam Min-ji por aqui.
- Sua irmã é uma pessoa horrível. Parece vilã de novela mexicana, que ri na sua frente e te esfaqueia por trás. Um ser humano que não demonstra qualquer tipo de sentimento... Nem com a pequena Medy.
- Medy a odeia.
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