- Não, eu juro que não tenho nada a ver com isso. Mas creio que sua irmã e Rachel possam se conhecer. Ou o vídeo não teria vindo parar nas mãos de Mariane.
- Sim... Pensei nisto.
- Eu vou matar Rachel.
- Não... Não vai fazer isso. Eu não me importo... Vou agir rápido antes que este vídeo se espalhe. Somos nós dois nas imagens, mas por eu ser mulher, serei a única prejudicada.
- Infelizmente sim... É assim que funciona. Por mais que eu tente justificar que eu forcei a barra, só verão a professora mais velha, que se envolveu com o aluno.
Dei um sorriso triste, satisfeita por ele entender que, mesmo estando no mesmo vídeo nós dois, eu seria a única a pagar o preço.
Melody ainda estava acordada e Yuna lhe contava uma historinha para dormir.
- Peguem suas coisas, meus amores. Nós vamos embora daqui. – Falei firmemente, enquanto pegava minhas malas.
- Mas... Acabamos de chegar. – Melody reclamou.
- Hora de partir, meu docinho. Este lugar não está fazendo bem para mamãe.
- Mas eu quero o meu papai.
- Vamos, Medy. Obedeça a mamãe. – Yuna a pegou no colo, enquanto saía com ela para o outro quarto.
Joguei as roupas de qualquer jeito na mala, empurrando tudo para dentro até fechar. Estava cansada daquela gente, da porra daquele lugar.
Em menos de vinte minutos, quando saí do quarto para encontrar Yuna, Gui e Melody, eles estavam prontos no corredor, esperando por mim.
Minha filha ainda estava de pijama, com os cabelos soltos e esvoaçantes.
- Como iremos? – Gui perguntou – Não temos carro... Não é seguro sair com Melody esta hora... Andando pela praia. O vilarejo é longe daqui...
- Ele tem razão. – Yuna concordou.
- Não quero saber... Nem que a gente tenha que dormir na praia. Aqui eu não fico um minuto sequer.
Peguei Melody no colo, sob protesto de Yuna, que reclamava que a menina estava pesada para mim. Descemos as escadas e todos estavam na sala, certamente esperando para ter certeza se eu iria mesmo embora.
Dei um beijo em Calissa:
- Mãe, obrigada pelo convite. Mas não há mais reuniões de família.
- Eu sinto tanto, Sabrina... Não sabia... Eu juro.
- Eu sei...
- Papai... – Melody deu os braços para ele, mas ignorei o chamado dela e fui para a porta de saída, não olhando para trás.
Depois eu me resolveria com Charles sobre ele visitar a filha. Mas no momento não tinha capacidade para pensar ou decidir nada.
- Eu quero meu papai... – Ela chorava.
- Papai vai vê-la... Mamãe promete, ok?
Enquanto eu saía, dando a volta pela piscina, sem saber para onde ir, Charles pegou Melody do meu colo.
A minha menina agarrou-se a ele, cobrando:
- Você disse que seríamos uma família, papai. O que está acontecendo? Por que mamãe está chorando?
Segui andando, desnorteada, sozinha, enquanto Guilherme e Yuna pararam. Encontrei o caminho da praia, sentindo o estômago embrulhando novamente e a dor tomando conta do meu corpo e alma.
Charles me fez parar, virando-me em direção a ele e Melody:
- Pare, porra! – Gritou, fazendo eu voltar do poço no qual estava me jogando.
- Me desculpa... – Eu disse, aos prantos.
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