Resumo de É só substituir uma Rockfeller por outra (II) – Uma virada em Lembranças das noites quentes de verão de Roseanautora
É só substituir uma Rockfeller por outra (II) mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de Lembranças das noites quentes de verão, escrito por Roseanautora. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.
- Claro... Imediatamente... – falei, deixando o altar – Continuem a cerimônia... Creio que a noiva pode ser substituída facilmente – gritei para ser ouvida por todos – É só substituir uma Rockfeller por outra. Aposto que Colin nem vai reparar a diferença.
Levantei meu vestido e saí apressadamente, evitando despencar no meio do corredor. E então o sapato pink, que sequer seria visto, já marcava presença no tapete vermelho.
Jamais, em toda a minha vida, imaginei deixar o meu noivo no altar. Especialmente pelo fato de ele ter me traído com minha própria irmã.
Naquele momento, tudo que um dia achei sentir por Colin Monaghan se desfez por completo, como se nunca tivesse existido. Se eu queria vingança? Não. O mal já tinha sido feito e por sorte eu fui informada a tempo, antes de dar um dos passos mais importantes da minha vida em direção ao precipício.
Assim que saí na porta principal, por onde havia entrado, alguém segurou com força meu braço, machucando. Olhei para trás e vi meu pai. Senti o coração ficar ainda mais agitado. Pior que deixar Colin Monaghan no altar era enfrentar a fúria de Jordan Rockfeller.
- Papai... – Implorei piedade enquanto olhava nos olhos dele.
Meu pai puxou-me pelos degraus, sem nenhuma delicadeza, abrindo a porta da limusine e me empurrando para dentro, fechando-a em seguida, com toda força, fazendo com que eu desse um sobressalto, assustada.
- Você vai agora mesmo beber uma água, arrumar esta maquiagem horrorosa e voltar lá para aquela igreja e dizer que usou drogas, a fim de justificar o que fez.
- Pai, isso só pode ser brincadeira!
- Somos Rockfeller... Eles são os Monaghan. O pai de Colin é o meu melhor amigo, a única pessoa que confio no mundo sem ser você, sua irmã e sua mãe. Os nomes das nossas famílias estão em jogo neste momento.
- Eu confiava nele... E na minha irmã. Tem noção do que houve, papai? Eles me traíram... Dormiram juntos horas antes de este casamento acontecer. Não sou capaz de perdoá-los. Eu sou uma Rockfeller, mas antes disso eu sou um ser humano. Eu tenho sentimentos.
- Foi só uma traição boba. Ela é sua irmã e nunca vai deixar de ser. Vocês têm o mesmo sangue. E ele? Bem, Colin é homem. Qual homem nunca fez isso? Se você não soubesse, teria casado e ele a teria traído da mesma forma. Que porra passa na sua cabeça de vento?
- Porra? – eu ri ironicamente – Não é correto falar palavrões, “papai”. – Imitei a frase a qual ouvi a vida inteira da boca dele, levantei e abri a porta, saindo da limusine.
Olhei para algumas poucas pessoas saindo pela porta da igreja e a cerimonialista tentando impedi-las, certamente na certeza de que eu voltaria atrás e casaria com Colin Monaghan, conforme o desejo de meu pai, passando por cima da traição em dose dupla.
- O velho discurso “Faça o que eu digo mas não faça o que eu faço”. Estou cheia disso tudo. Eu não aceito a traição de Colin... O fato de ele ser homem em nada lhe dá o direito de fazer isso. Aliás, obrigada por me confessar que traiu minha mãe. Assim eu ponho mais um item na lista de J.R, o homem que julguei perfeito por tanto tempo, e que agora exige que eu case com um homem infiel e sem valores e princípios, que me traiu com a minha própria irmã.
- Sabrina, volte lá agora e case com Colin ou não a perdoarei.
- Neste caso, “eu” vou tentar perdoá-lo um dia por tudo que está me falando, papai.
Levantei a saia do vestido e saí correndo dali, sem saber exatamente o que pensar, mas na certeza de onde ir.
Andei uma quadra, rapidamente, até ver um táxi na rua, andando na direção do fluxo de carros. Ataquei-o e assim que ele parou, embarquei pela porta traseira, puxando-a com força.
O motorista me olhou, surpreso:
- Pelo visto a senhorita não vai para a igreja mais próxima não é mesmo?
- Não... Estou justo fugindo dela. – Confessei, enquanto lhe dava as coordenadas de onde eu queria ser deixada.
Enquanto ele dirigia, eu fechei meus olhos, descansando a cabeça sobre o encosto desconfortável do banco. Parecia um pesadelo... Que eu iria acordar e nada teria acontecido. Ainda assim, quando eu voltasse a mim, não queria estar casada com Colin, o homem que me traiu da pior forma possível.
Não queria mais chorar. Estava farta de derramar lágrimas por alguém que não merecia. Não sei quem era pior: Colin, minha irmã ou meus pais, que queriam que eu fingisse que nada daquilo tinha acontecido e casasse com o meu noivo traidor, em nome da união entre as famílias e evitando assim o escândalo que sucederia o acontecido.
Eu tentava não pensar, mas minha cabeça era um turbilhão naquele momento.
Não demorou para nossos olhos se encontrarem. Por um minuto, ele perdeu-se no ritmo da música. A jaqueta preta de couro lhe dava um ar despojado e ainda mais perfeito.
Sentir o verde dos seus olhos sobre mim fez meu coração quase explodir dentro do peito e as pernas tremerem. Sim, eu estava ali por causa dele. E naquele momento me senti grata por Colin ter dormido com a minha irmã.
Empurrei as garotas que estavam na minha frente, abrindo passagem em direção ao palco e assim que cheguei ao meu destino, levantei o vestido e tentei subir o degrau, com certa de meio metro de altura. Como não consegui, Charles me deu a mão, ajudando-me a chegar perto dele.
Segui ali, sobre o palco, vestida de noiva, ao lado dele, encarando-o completamente encantada, enquanto ele seguia cantando confuso, fora do tom, sem entender nada.
Eu esperaria ali até a música acabar. Para minha sorte, ele encurtou-a, não cantando grande parte da letra. Assim que acabou, os aplausos vieram, fortes, seguidos de gritos histéricos.
- O que... Você está fazendo aqui? – Ele me olhou, com o microfone ao longo do corpo, na mão direita.
- Eu... Eu... Vim lhe dar o beijo que você pediu ontem.
Ele enrugou a testa, arqueando a sobrancelha, surpreso:
- O quê?
Fui na sua direção e passei os braços em volta do seu pescoço, aproximando meu corpo de dele.
- Garotinha... – Ele falou, semicerrando os olhos, a respiração acelerada.
- Eu não sou uma garotinha... E vou lhe provar isso. – Falei, aproximando meus lábios dos dele.
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