Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 161

- Sou curiosa... – Não lhe dei ouvidos, pondo o roupão branco atoalhado do Hotel, que estava no chão.

Charles procurou a roupa, jogada um pouco em cada canto. Achei a cueca dele, mas o vi enrolado na toalha branca, já saindo.

Fui atrás dele, que rapidamente abriu a porta. Guilherme entrou, arregalando os olhos ao nos ver, a raiva nítida em cada músculo do seu rosto.

- Bom dia, família! – Disse de forma irônica.

- Gui? – Foi o que consegui pronunciar.

- Onde está Melody? – Ele perguntou.

- No... Quarto.

- Ela sabe que ele está aqui? – Perguntou diretamente para mim.

- Sim... – Respondi, confusa.

- Quer... Tomar café conosco? É Natal! – Charles falou, enquanto ele não deu ouvidos ao pai, vindo na minha direção.

Seguiu, passando direto por mim, indo ao sofá, onde pegou um celular:

- Vim buscar isso... – Levantou o aparelho – Liguei umas vinte vezes, mas vocês estavam muito ocupados para atender, não é mesmo?

- Guilherme, eu acho que devemos conversar seriamente, nós três. – Charles sugeriu.

- Vai me dizer o quê? Que ficou com a minha namorada? – riu de forma irônica – Engraçado que Sabrina se preocupava que eu era muito novo para ela... E ele é extremamente velho para você. Isso não a incomoda?

Cruzei os braços, como se aquilo fosse impedir a mágoa e raiva dele de me atingir.

- É Natal, meu filho! Se dê uma chance... Me dê uma chance... Por favor. – Charles tentou mais uma vez.

- Eu tenho um presente de Natal para você, “papai”. Espero que goste.

Charles olhou-o e Guilherme deu um soco na cara dele, fazendo-o cambalear, tamanha força e violência que usou.

Dei um grito e me dirigi a eles. Charles pegou o filho pela roupa, aproximando-o de si. Ambos tinham quase a mesma altura e creio que Guilherme possuísse alguns poucos quilos menos que o pai.

Temi que Charles fosse revidar, mas não. Soltou Guilherme, afastando-o de si, e pôs a mão no rosto, gemendo de dor.

Abri a porta e ordenei:

- Vá embora!

Guilherme me encarou antes de sair furioso, sem dizer nada, sequer desculpando-se pelo que fez no próprio pai.

Charles sentou-se no sofá e toquei seu rosto vermelho:

- Este menino não tem noção... É bruto... Ríspido, irônico... Até quando ele vai fingir que você não é o pai dele?

- Até Kelly parar de encher a cabeça do garoto contra mim.

Fui até o frigobar e providenciei gelo, colocando no rosto dele, que reclamou:

- Ai... Está doendo!

- Sinto muito, meu amor... – Enchi de beijos o rosto dele, especialmente a parte que estava machucada, gelada.

Charles puxou meu rosto em direção ao seu e encarou-me:

- Eu amo você, garotinha... E levaria mil socos por sua causa.

- Assim como enfrentou quatro anos preso por minha culpa?

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