Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 165

Melody apareceu na sala, andando com os olhinhos caídos, mas curiosa com o homem sentado próximo a mim. Veio diretamente para o meu colo. Toquei sua testa e percebi que a febre havia baixado.

- Está sentindo alguma coisa, docinho?

- Sono... – Ela sorriu.

A abracei com força. Ela olhou para Otávio:

- Oi.

- Olá. – Ele sorriu para ela.

- Sou Melody, mas pode me chamar de Medy. – Falou, sem mexer a cabeça, ainda escorada a mim.

- Você é muito parecida com o seu pai, sabia?

Ela sorriu, antes de dizer:

- Tenho os olhos iguais ao dele – olhou para os lados – Onde está papai?

- Ele foi fazer uma coisa... Já volta.

- Acha que ele demorará muito? – Otávio me perguntou.

- Eu... Não tenho certeza.

- Se importa se eu esperar? Realmente preciso falar com ele.

- Já tentou o celular?

- Cai na caixa... Desligado.

- Pode esperar. – Dei de ombros.

Otávio ficou esperando até o início da noite. Tentamos ligar para Charles várias vezes, mas sem sucesso. O telefone seguia desligado.

Yuna ficou comigo e Melody. E o homem permaneceu ali, até que Charles chegasse. Isso aconteceu em torno das vinte horas.

Assim que Charles entrou, ficou surpreso ao ver Otávio:

- O que... Você está fazendo aqui?

- Boa noite para você também, Charles. – Ironizou.

Charles veio até mim e deu-me um beijo nos lábios:

- Tudo bem por aqui?

- Sim...

- Como me encontrou?

- Por acaso não queria ser encontrado? – ele levantou – Acaba de cancelar um show muito importante. O que você está pensando?

- Eu... Vou ver Melody. – Falei, mencionando sair da sala.

- Como ela está? – Charles perguntou.

- Sem febre, mas ainda cansada e sonolenta.

- Yuna está com ela?

- Sim. Mas vou ver como estão.

- Ok.

Sai da sala e fui até o quarto. Yuna estava deitada na cama com Melody. Ambas estavam dormindo. Desliguei a luz e as cobri com uma manta. Verifiquei a febre de Melody, que seguia sem subir. Dei um beijo em cada uma delas e fechei a porta.

Estava me dirigindo ao outro quarto quando ouvi as vozes alteradas dos dois.

- Você é um irresponsável. E mau agradecido. Mariane fez tudo por você e é assim que paga?

- Eu não devo nada a ela. Foi mérito meu: trabalho, voz, letra, música.

- Mariane levou você ao topo. Se não fosse ela, ainda estaria cantando no bar de beira de estrada, bebendo cerveja barata no gargalo, vendendo bebidas entre uma música e outra, cantando covers, porque não lhe davam chance de tocar suas músicas.

- Eu paguei o preço pela fama. Fui obrigado a dormir com ela, várias vezes, e você sabe disto.

- Não deve ser tão difícil dormir com duas Rockfeller, meu caro. Ambas são gostosas e ricas. Então não se faça de coitado e azarado, porque você não é.

Corri imediatamente para a sala, sabendo o que aconteceria. Me pus no meio de Charles e Otávio, impedindo que “el cantante” o acertasse.

- Charles, não... – Pedi.

- Seu desgraçado. Está demitido. Não o quero mais comigo, com minha equipe, nos meus shows. Nunca mais quero vê-lo na minha frente.

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