Resumo de Minha calmaria (II) – Uma virada em Lembranças das noites quentes de verão de Roseanautora
Minha calmaria (II) mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de Lembranças das noites quentes de verão, escrito por Roseanautora. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.
Charles pegou o notebook dentro da gaveta e ligou-o.
- Colin disse para... – Tentei explicar.
Ele abriu o Google e as notícias estavam espalhadas como ventania em dia de tempestade...
- “Charlie B. esteve preso por quatro anos acusado de estupro e roubo”... – Minha voz saiu fraca enquanto lia.
- A vagabunda da Mariane me destruiu... – Ele deu um soco na mesa ao lado da cama, estrondando a madeira.
Dei um salto, assustada, meu corpo automaticamente estremecendo de raiva.
- Me... Desculpe... – Olhou para a mão, que avermelhou imediatamente.
- Você disse que não poderíamos jogar as cartas primeiro... – levantei – Isso é injusto. Estão nos destruindo aos poucos... Não vai sobrar nada de nós, Charles.
- Não temos as porras das cartas, Sabrina. Qualquer passo que damos, eles nos têm na mão – Ele levantou, andando de um lado para o outro.
- Ela destruiu não só sua carreira, mas também a sua vida... A nossa vida. – Gritei.
- Porra... Como vamos sobreviver?
- Precisa ir a público, dizer que é tudo mentira.
- Quem vai acreditar em mim? Ela deve ter todo registro em mãos da minha prisão... Isso se não mandar a menina ir para imprensa e mentir de forma mais ardilosa ainda... Eu estou acabado.
Fui até o armário e comecei a me vestir.
- O que você vai fazer? – Charles perguntou.
- Vou fazer qualquer coisa, porra! Só não vou deixar isso barato... Ah, não vou mesmo.
Ouvimos batidas leves na porta. Senti meu coração bater mais forte. Sabia que era Medy.
Charles abriu a porta e ela entrou, jogando-se na cama. Me olhou e perguntou:
- Onde nós vamos?
Respirei fundo e a abracei, deitada preguiçosamente na cama:
- Mamãe vai sair... E já volta.
- Eu vou junto. – Charles afirmou.
- O que aconteceu? É muito cedo... Eu tive um pesadelo.
- Que pesadelo? – Charles perguntou.
- Eu sonhei que jogamos Solitário II no mar, para que ele encontrasse a família... Mas então veio um tubarão e o comeu.
- Isso é horrível. – Ele a pegou no colo, acalentando-a.
Peguei o rostinho dela e a fiz direcionar-se a mim:
- Você não precisa jogá-lo no mar se não quiser. Sabe disto, não é mesmo?
Ela assentiu, os olhinhos tristes.
- Se você quiser que Solitário II seja livre, precisa colocá-lo no mar. Mas sim, vai correr o risco de algum animal maior devorá-lo. Também podemos pensar que ele é esperto e nada bem... E tem grande chance de fugir e não ser pego, até encontrar seus parentes ou mesmo amigos da mesma espécie. – Charles lhe disse.
- Querida, sempre há tubarões... Em qualquer lugar, não só no mar. E eles tentarão devorar os menores sempre. Não podemos nos dar por vencidos, entende? Ou teremos que morrer dentro de nossas casas. Eu estou com vontade de caçar um tubarão. Que acha de vir comigo e com papai?
- Eu quero! – Levantou os braços, já contente, batendo as perninhas para fugir do colo do pai, correndo para seu quarto.
- Vou ajudá-la a pegar uma roupa. Tomamos um café e partimos.
Fiquei calada, enquanto ele servia minha xícara. O olhar foi tão gentil e carinhoso quando me entregou a xícara que aceitei, deixando o amor tomar espaço dentro de mim, mandando a raiva embora, temporariamente.
Sorri e deitei a cabeça no ombro dele. Charles conseguia me acalmar... E fazer tudo ficar mais leve. Éramos diferentes, mas este diferente era exatamente o ponto que nos unia e completava.
Quando eu subi para ajudar a escolher os detalhes do quarto do nosso bebê, junto da minha família, estava de barriga cheia e com menos raiva e desejo de matar meio mundo.
O telefone de Charles tocou e ele saiu para atender.
- Mamãe, como vamos escolher as cores se não sabemos se é menino ou menina? – Melody perguntou.
- Bem, a gente não precisa saber o sexo para escolher a cor. Afinal, eu amo quando seu papai usa rosa.
- Mas ele só usa preto. – Ela arqueou a sobrancelha.
Corei, ao lembrar que realmente ela tinha razão. De colorido, inclusive rosa, eram só as cuecas maravilhosas, que emolduravam o monumento perfeito por baixo delas.
- Acho que preto não vai ficar legal. – Sorri.
- E se for menino e puxar ao papai? Não vai gostar de rosa, só de preto e branco.
- E se for menina, e puxar à mamãe, vai gostar de vermelho, que é minha cor preferida.
- Mas eu gosto de rosa... E cores... Muitas cores.
- Então que tal usarmos o arco-íris como tema do quarto? Seria colorido e contemplaria as cores preferidas de todos nós. E como não sabemos qual vai ser a preferida dele ou dela, terá todas.
Charles estava demorando. Peguei Melody pela mão e o vi ainda no telefone, no topo da escada.
- Tudo certo? – Perguntei.
- Não... – Ele confessou.
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