Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 191

Yuna apareceu no corredor, recém acordada, ainda de pijama:

- Tudo bem? – Nos olhou.

- Não! – Falei imediatamente.

Ela fitou Melody:

- Que tal você vir tomar café da manhã comigo, no quarto?

- Não... Eu vou passear com mamãe e papai.

- Papai e mamãe não vão poder levá-la junto, meu amor. Mas prometemos que amanhã faremos um passeio bem legal.

- Ah, mas eu quero ir junto.

- Por favor... Amanhã.

Olhei para o relógio:

- Charles, já passa das dez. Precisamos ir.

- Vamos – Ele confirmou, dando um beijo na bochecha da filha.

- Cuida dela, Yuna... Por favor. – Pedi.

- Pode deixar.

- Como foi o encontro?

- Bem... Eu... Meio que ouvi os seus conselhos.

Sorri, feliz:

- Isso quer dizer que...

Ouvimos uma forte batida na porta. Nos olhamos imediatamente.

- Quem será agora? – Charles desceu os degraus da escada rapidamente. ¬

Fui atrás dele, acompanhada de Yuna e Melody.

- Monaghan? – Ele olhou para Colin, que trazia um buquê com margaridas.

- Olá... – Disse Colin sem jeito.

- Acha mesmo que vou deixar que você entre? Como ousa trazer flores para minha mulher?

- Não são para Sabrina. – Ele me fitou sobre os ombros de Charles.

Puxei Charles e deixei a entrada livre:

- Entre, Colin.

Ele entrou e entregou as flores para Yuna, que ficou completamente sem jeito:

- Obrigada... São lindas. Mas não precisava se incomodar.

- Imagine... Não foi incômodo. Só espero que você não seja alérgica.

- Não... Não sou.

Melody começou a gargalhar:

- Estão namorando! Estão namorando! – Gritava andando em volta deles.

Pus a mão na testa, tentando entender porque aquilo acontecia comigo. Parecia que tudo era um sinal para eu não sair de casa naquele dia.

Charles pegou Melody no colo e advertiu:

- Não é legal fazer isso.

- Mas eles estão namorando. Colin deu flores para tia Yuna. Eu disse que eles seriam namorados.

- Eu... Vim conversar com vocês dois. – Colin disse seriamente.

- Eu... Vou preparar algo para comer... E subir... Com Medy. – Yuna falou.

- Mas eu não quero subir... Eu acho Colin bonitão... Quero cheirar o perfume dele. – Melody reclamou enquanto Yuna a levava, junto das flores, completamente ruborizada.

- Se veio dirigindo até aqui e não foi simplesmente para trazer as flores para Yuna, creio que seja importante. E... Não é bom. – Charles sentou-se, indicando o sofá para que ele fizesse o mesmo.

- O juiz já assinou tudo e Guilherme Bailey receberá metade de tudo que é seu.

Charles respirou fundo e recostou-se no sofá:

- Eu sei que nada faz o tempo voltar. Tentei tudo que estava ao meu alcance para ficar com ele... Lutei o quanto deu. No fim, se tudo que meu filho quer de mim é dinheiro, que pegue com tudo.

- Já sabíamos o que ia acontecer. Você já havia nos alertado. – Falei.

- O que eu não imaginava é que... Mesmo sabendo de todo processo em tramitação, Charles havia colocado a casa no próprio nome.

Nós dois olhamos para Charles, que empalideceu.

- Me diga que não fez isso, Charles. – Pedi.

- Eu... Só queria comprar a casa. Não pensei nesta porra toda quando assinei. Que inferno! – Gritou, levantando, passando as mãos nos cabelos, nervosamente.

- Já estamos fodidos, Colin. Nada ficaria pior.

- Praticamente todos os meus shows foram cancelados. Eu estava tentando resolver tudo por telefone. Mas acho que o que me resta é ir até a J.R Recording e assinar o fim do contrato.

- Neste caso, saindo sem nada, conforme o contrato, que beneficia somente a eles mesmos. – Colin afirmou.

- Exatamente. – Charles o olhou.

- Caso Guilherme queira a sua parte da casa, em dinheiro, e não tivermos para pagar, podemos, de alguma forma, evitar a venda? – Perguntei.

- Teriam que resolver numa conversa. Mas ele tem direito a metade. Claro que caso Guilherme quisesse a venda, e vocês negassem, teria que entrar com um novo processo, o que daria um tempo a Charles. Eu não vou mais representar Guilherme.

- Obrigada, Colin. – Agradeci.

- O que vocês pretendem fazer? – Ele olhou diretamente para Charles.

- Bem... Eu fiz umas ligações. E consegui algo.

- O quê? – Perguntei.

- Precisamos ir para capital, Sabrina. Tentei não me envolver tão profundamente nisso tudo. Mas ao ver o seu sofrimento, é impossível.

Abaixei a cabeça, sabendo que tudo que queria era ouvir aquilo da boca dele.

- Eu... Gostaria de levar Yuna e Melody para passear. Posso? – Colin perguntou.

- Está pedindo permissão para qual das duas? – Charles riu.

Ele balançou a cabeça, tentando esconder um sorriso.

- Eu autorizo Melody – Charles consentiu – Mas tente não usar tanto perfume. Não quero minha filha cheirando você.

- E eu autorizo Yuna. – Tentei não rir, sem sucesso.

Charles me direcionou:

- Vamos, garotinha?

Sorri, pegando a mão dele firmemente:

- Vamos.

- Cuide bem da minha menina, por favor. – Charles advertiu, antes de sair.

Entramos no meu carro e Charles fez questão de dirigir. Ficamos boa parte do trajeto em silêncio, cada um com seus próprios pensamentos.

Depois de um tempo, perguntei:

- Acha que Guilherme vai querer parte da casa?

- Acho que Kelly vai querer até o par da minha meia velha e furada que pertence a ele.

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