Resumo de "El cantante" (II) – Capítulo essencial de Lembranças das noites quentes de verão por Roseanautora
O capítulo "El cantante" (II) é um dos momentos mais intensos da obra Lembranças das noites quentes de verão, escrita por Roseanautora. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.
Eu poderia ter dito não. Não sabia sequer para onde ele me levaria. Subiria naquela coisa assustadora e perigosa, que fazia um som horrível?
Mas em vez de negar, peguei a mão dele e levantei a perna, tentando alcançar o outro lado do banco.
Ele pôs o pé para trás, me mostrando uma espécie de pedal:
- Você coloca o pé aqui... Se equilibra e põe a outra perna para o lado de cá.
Subi no pedal, não conseguindo fazer o que ele explicou. Desci novamente, tentando entender como fazer aquilo.
Charles desligou o motor e desceu. Foi até uma porta e entrou, voltando com um capacete:
- Se importa se eu estragar o seu cabelo, senhorita? – O sorriso veio no canto dos lábios, debochado.
- Já estragou o vestido que custou uma fortuna, feito por um estilista que será o mais famoso do país futuramente. Um cabelo não significa nada à estas alturas.
Ele colocou o capacete na minha cabeça, sem preocupar-se em manter meus cabelos arrumados. Fechou a fivela abaixo do queixo e disse:
- Sou um cantor promissor que rasgou o vestido do estilista quase famoso. Creio que ele possa me perdoar no futuro, já que ambos seremos estrelas. – Pegou-me por debaixo dos braços, sem cerimônia, e colocou-me sobre a moto, pondo meus pés sobre os pedais.
- Obrigada... – Falei, enquanto ele se certificava se eu estava confortável. Se é que era possível ficar confortável e segura em cima daquela coisa.
- Dentre as tantas coisas que já fiz na vida, jogar uma garota em cima da minha moto é uma novidade.
- Pense pelo lado que pelo menos em alguma coisa eu vou ser diferente para você... E vai lembrar de mim vez ou outra... Ou sempre que colocar alguém na carona. – Sorri.
Ele colocou o próprio capacete e riu, divertidamente:
- Acho que posso lembrar de você cada vez que ver uma caixa de cerveja... Ou uma parede colorida... Quem sabe um palco ou um microfone... Ou um vestido de noiva...
- Hola, cantante? – Falou uma mulher saindo do nada, no meio da escuridão.
Aparentava mais de vinte anos. Vestia saia e camisa branca e um salto com o qual mal conseguia se equilibrar.
Charles parou, olhando-a confuso.
- He sido tu fan, desde entonces. ¿Podrías dejarme tomarme una foto contigo?
- De onde... Você saiu? – Ele olhou para os lados, confuso.
- Vi tus videos en internet. Y logré encontrarlo. Eres hermoso, cantante.
- Será que ela quer um autógrafo também? – Perguntei, furiosa.
- Precisa saber lidar com a fama do seu homem, garotinha. – Ele debochou.
- Termine logo isso, “cantante”. – Provoquei.
- Está com pressa, Sabrina? – Ele me encarou, divertindo-se com a situação.
Abri um pouco as pernas, colocando os braços para trás, apoiando-me no banco, sedutoramente, ignorando por completo a fã alucinada que saiu do escuro.
A mulher entregou a ele uma caneta e pediu, abrindo a camisa sem cerimônia, mostrando o sutiã com os seios grandes e fartos:
- Cantante, quiero que escribas tu nombre aquí... Justo aquí. Podría ser "a María Dolores, de tu amor, Charles"
Charles pegou a caneta, segurando na direção da mulher, sem saber o que fazer. Sim, a “oferecida” queria um autógrafo no seio.
- Quantas forem necessárias para mandar uma fã oferecida ir embora.
- Você está me surpreendendo, garotinha... Bem mais do que eu já imaginava. – Ele abaixou a viseira do capacete.
Eu sorri e perguntei, quando ele sentou na minha frente, tomando o guidão entre suas mãos:
- Isso é bom?
- Eu jamais falaria algo para você que não fosse bom, Sabrina.
- Então vamos embora, “el cantante”. Tenho pressa.
Ele ligou a moto e virou a cabeça na minha direção, abrindo o visor do capacete, perguntando:
- E impressão minha ou você disse a ela que era minha esposa.
- Na verdade eu não disse isso. Falei apenas que acabamos de nos casar. – Comecei a rir.
- Agora sofrerá a consequência de sua mentira, garotinha...
- Quer dizer que vai casar comigo, Charles? – Provoquei.
- Não... Mas vou usar os dias de lua de mel que o babaca jogou fora. – Ela falou, pondo a moto em movimento.
Charles não viu, mas eu sorri, feliz com seu comentário. Abracei-me a ele, envolvendo sua cintura com força e conforme ele ia acelerando e o medo tomava conta de mim, deitei a cabeça nas suas costas e fechei os olhos, sentindo o couro da sua jaqueta no meu rosto.
Jamais senti na vida o que sentia ao lado daquele homem. Era possível se apaixonar por alguém em exatamente vinte e três horas?
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