- Eu quero nadar no mar antes de partir. – Falei.
- Seu pedido é uma ordem, minha garotinha! – Charles me pegou no colo, levando-me para dentro do quarto.
- Vou ficar mal-acostumada, “el cantante”. Não sei se recebi tanto colo assim nem quando eu era bebê. – Exagerei.
- Você é a minha garotinha... De mais ninguém, entendeu? Por isso só eu posso lhe dar colo... E beijos. – Me encheu de beijos pelo rosto, contemplando a boca, o nariz, a bochecha e os olhos.
Ele ainda me segurava em seus braços e seu olhar era sério.
- Eu entendi. E juro que não quero ninguém além de você, “el cantante”.
Os lábios dele encontraram os meus, doces, suaves, nossas línguas dançando como uma canção romântica. Quando o beijo acabou, falei:
- Vou acabar com as suas fãs que cruzarem a linha imaginária de um metro do palco.
- Ok, devo avisar que a linha existe, mesmo que ninguém a veja?
- O que acha? – Provoquei.
- A fidelidade é uma linha imaginária, não é mesmo?
- Vai deixar alguém cruzá-la?
- Jamais... Em hipótese alguma. Se isso for seu desejo.
- É meu desejo – afirmei – Você só meu e de mais ninguém.
- Nunca fui tão de alguém como sou seu, Sabrina. E isso relativamente em 48 horas. – Sorriu.
- Agora me ponha no chão que quero colocar o biquíni que você comprou. E acredito que se comprou é porque queria tomar banho de mar comigo, não é mesmo, “el cantante”?
- Claro que sim. Meu sonho sempre for ver você de biquíni. – Debochou.
Peguei o biquíni e coloquei rapidamente.
Descemos para o mar, que ficava a metros da casa. Os primeiros raios de sol começavam a aparecer no céu.
Toquei a água morna com os pés, sentindo uma onda mais gelada e forte quase me derrubar. Charles encontrou-me e foi andando de costas, me conduzindo para dentro da água, os olhos fixos nos meus, as mãos na minha cintura.
- Eu amo o mar. – Confessei.
- Eu também.
- Por isso escolhi a praia para minha lua de mel... – Parei de falar imediatamente quando me dei em conta.
- Uma pena que em algum lugar o mar ficou esperando por um casal que não apareceu. Sorte a minha que encontrei uma parceira para entrar exatamente neste local comigo.
Sorri e ele me ergueu pela cintura, girando-me sobre a água. Foi guiando-me de costas, para o fundo. Quando a água chegou na altura dos nossos ombros, grudei-me a ele, envolvendo as pernas na sua cintura. Charles descansou o queixo no meu ombro e disse, com a voz rouca:
- Eu estou completamente apaixonado por você, Sabrina!
Sorri e o apertei ainda mais com meus braços, o rosto não vendo o dele, meus olhos fixos para a imensidão do mar:
- Amo você, Charles. – Afirmei, sem sombra de dúvidas, pois o que eu sentia por aquele homem era algo que jamais imaginei.
Quando retornamos para a areia o dia já começava a clarear, sem as meras nuances de luz solar no meio do céu cheio de estrelas.
Sim, nosso tempo havia acabado. E nenhum de nós sabia como seria o depois.
Enquanto caminhávamos em silêncio, de mãos dadas em direção à casa, ele abaixou-se e pegou algo.
- O que você encontrou? – Perguntei, curiosa.
Ele me mostrou na palma da mão uma minúscula conchinha do mar, branca por dentro e um rosa terroso por fora. As listras parecendo medidas de tão perfeitas e iguais.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Lembranças das noites quentes de verão