Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 42

O restante da semana eu me dividi entre a faculdade, fugir de Colin e tentar encontrar meu cantor na internet.

Charles tinha algumas fotos, uns poucos vídeos gravados por fãs... Mas nada além do Cálice Efervescente. Não tinha rede social ou perfil pessoal. O que eu queria? Encontrar o endereço e telefone dele num acesso mundial? A parte boa é que descobri que na quinta-feira o Cálice Efervescente abria.

E até quinta eu não vivi... Sobrevivi.

Recusei o motorista naquele dia e fui para faculdade no meu próprio carro. E não assisti a aula da noite. Fui para o bar de beira de estrada, com o nome escrito em letras neon.

Assim que estacionei meu carro na frente, chamando a atenção de todos que estavam próximos, meu coração acelerou.

Tentei fingir naturalidade e não me preocupei com os olhares curiosos da mulher saindo da Ferrari num bairro suburbano. Saber que eu veria o amor da minha vida fazia com que nada mais tivesse importância naquele momento.

Entrei no bar, sentindo o aroma já não mais tão estranho, de certa forma até familiar. Fui diretamente até o palco e não havia nenhum instrumento ali. Confusa, me dirigi até o bar, tentando identificar o barman que havia emprestado a casa para nós naquela noite.

- Sabrina?

Olhei para o homem claro, alto, de olhos mel, que sorria para mim. Sim, era um dos barman’s.

- Oi... Sou eu.

- Charles pediu para lhe entregar uma coisa.

Ouvir o nome dele me fazia acreditar que não havia sido um sonho e que ele realmente existia.

Enquanto o homem andava e eu o seguia, perguntei:

- Onde ele está? Não vai tocar hoje?

- Não... Ele foi demitido. Não toca mais no Cálice Efervescente.

Parei, sentindo meu coração bater descompassadamente e o chão como se estivesse abrindo naquele momento, me engolindo.

- Como assim demitido? – Gritei, para ser ouvida.

- Ele discutiu com o dono.

Fiquei muda, sem conseguir pronunciar uma palavra sequer. Ele me entregou um papel dobrado:

- Guardei... Ele tinha certeza que você viria.

- Sim, mas... Por que ele não veio? Tudo bem que não toca mais, mas poderia...

Enquanto ele me olhava eu percebi que de nada adiantava questioná-lo. Balancei a cabeça e sorri:

- Obrigada.

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