Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 43

Resumo de Faça a escolha: Lembranças das noites quentes de verão

Resumo do capítulo Faça a escolha do livro Lembranças das noites quentes de verão de Roseanautora

Descubra os acontecimentos mais importantes de Faça a escolha, um capítulo repleto de surpresas no consagrado romance Lembranças das noites quentes de verão. Com a escrita envolvente de Roseanautora, esta obra-prima do gênero Romance continua a emocionar e surpreender a cada página.

Enquanto dirigia, tentava em vão fazer com que Charles me atendesse. Mas a droga do celular dele seguia desligado.

Coloquei uma música em volume alto, tentando me distrair e conseguir não pensar tanto nele, a ponto de quase fundir o meu cérebro. Aquele homem tomava conta de todo meu ser. E o fato de saber que ele não tocava mais no Cálice Efervescente me preocupou.

O filho dele morava em Noriah Sul. E se algo o fizesse ficar lá para sempre? Se eu nunca mais o encontrasse?

Felizmente consegui avistar a casa onde ficamos, ao longe. Agora, prestando mais atenção no caminho, mesmo tensa por estar de carro e não na moto, vi que havia sim algumas casas pelas redondezas, embora não tão próximas.

Reduzi a velocidade e quando estacionei na estrada estreita e arenosa, percebi as luzes da casa acesas. Senti meu coração bater descompassadamente.

Estaria o “el cantante” ali, tendo planejado tudo que estava acontecendo naquele momento?

Mas não... Não tinha como ele saber que eu leria a carta e iria para a casa de praia, em busca de reviver nossas lembranças.

Ainda assim subi o caminho íngreme de pedra, com o salto fino quase quebrando a cada passo, até chegar no gramado, onde se enterrava. Já quase sem conseguir mover-me e com a pressa me consumindo, retirei-o e segui descalça, feito uma louca.

A brisa do mar era fresca e dei alguns passos de olhos fechados, aspirando o cheiro de maresia que vinha na minha direção, ouvindo as ondas quebrando na praia. Meus cabelos longos seguiam com o vento, tentando ter vida própria.

Subi os degraus até chegar na varanda e bati na porta. Embora as luzes estivessem acesas, não tinha nenhum som ou movimento vindo de dentro da casa.

Bati novamente, mais forte. Procurei por uma campainha, mas não encontrei.

Estava quase desistindo quando ouvi o som da maçaneta da porta. Dei de cara com um homem alto, aparentando uns cinquenta anos ou mais. Vestia um calção largo e camiseta branca. Os pés estavam descalços, como os meus.

Nos encaramos um tempo, certamente surpresos um com a presença do outro.

- O que deseja? – Ele perguntou.

- Eu... Acho que posso ter me engando de casa.

- Quem procura?

Pensei um pouco antes de responder:

- Charles...

- Charles? – ele ficou pensativo e respondeu em seguida – Sinto muito, não conheço ninguém com este nome.

- Devo ter me enganado mesmo... Desculpe incomodá-lo.

- Não por isso... Pode tentar a próxima casa. Fica a alguns quilômetros daqui.

Sorri e virei as costas, sentindo a grama debaixo dos meus pés.

Aquela cidade era minúscula e mesmo próximo da área central, era difícil encontrar alguém na rua. Talvez devesse levar em conta que era um dia de semana.

Parei no semáforo e peguei o celular, a fim de verificar se Charles havia retornado a ligação.

Ouvi um som no vidro no carro, na porta do motorista e deparei-me com uma arma apontada na minha direção.

Antes que pudesse fazer ou pensar qualquer coisa, o homem desceu da motocicleta, onde estava na carona e bateu de novo no vidro.

- Abre a porta, gatinha.

Fiz o que ele mandou: toquei o botão e liberei as portas. Ele sentou ao meu lado e pôs a arma na minha cabeça:

- Desce, devagar e deita na calçada. Conta até 50 e depois pode levantar. Nós vamos levar sua nave. E seu celular. – Pegou o aparelho da minha mão.

Desci com as mãos para cima e ele tomou meu lugar no banco, acelerando sem se preocupar com o sinal do semáforo em vermelho. O motociclista seguiu atrás dele.

Duvido que ele tenha saído a menos de 150 km/h em um minuto com a minha Ferrari.

Não vi se tinha alguém próximo. Simplesmente deitei na calçada, de bruços e descalça e pus a cabeça sobre meus braços, contando em ordem decrescente de 50 até 1.

Quando finalmente terminei a contagem, levantei, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Realmente não tinha ninguém por perto. E a rua tinha praticamente só alguns comércios, todos fechados, em função do horário. Na verdade, nem sei se em algum momento do dia aquela cidade funcionava.

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