Dizendo isso, Jordan Rockfeller saiu, deixando o aroma de seu perfume forte e imponente no ar.
- Sabrina, você precisa parar com esta rebeldia contra seu pai.
- Mãe, ele me trata como uma criança.
- Queremos o seu bem, Sabrina. Amamos você.
- Não... Ele não me ama. Ele mesmo confessou que ama a outra Sabrina. E ela não existe mais. Eu cresci...
- Não há dúvidas de que o homem é mais velho do que você... Embora não pudemos ver direito o rosto dele.
- Até você está metida nisto, mãe?
- Não vou deixar um qualquer tomar minha filha. Tivemos muito trabalho para criar vocês. E seu pai sempre deixou bem claro que jamais poderiam se envolver com alguém que não fosse do nosso nível social. Será que não entendem que qualquer um que se aproxima de vocês e que não tem condições financeiras quer algo em troca? Não podem aceitar serem usadas desta forma.
- Mamãe, o que você acha pior: se envolver com um homem que não tenha o mesmo nível social nosso... Ou com o noivo da irmã? – Perguntei, olhando na direção de Mariane.
Mariane levantou, jogando o guardanapo em tecido brilhoso sobre a mesa, em cima do jornal de nosso pai:
- Estou farta. Já pedi desculpas... Não posso fazer mais que isso.
- Mariane... Estou feliz por você. – Disse minha mãe.
- Feliz por ela? Por quê? – Perguntei, estufada.
- Sua irmã ganhou o próprio espaço dentro da J.R Recording e oficialmente receberá os próprios artistas para gerenciar. – Minha mãe disse, orgulhosa.
Olhei na direção dela, que usava um vestido com corte reto e clássico e um blazer da mesma cor. Sapatos pretos com solado vermelho embelezavam e davam vida ao look, que foi completado com um batom vermelho e argolas em ouro, de tamanho médio. Sim, ela estava com cara de empresária da J.R Recording.
Mariane Rockfeller podia ser empresária de artistas... Eu tinha que ser a porra de uma advogada, porque meu pai decidiu assim, sendo que nunca perguntou o que eu realmente queria fazer.
Levantei e joguei meu guardanapo sobre a mesa. Eu estava farta de tudo. Era hora de dar a virada. E viver a minha vida.
Saí, encontrando Min no meio do caminho. Dei um beijo carinhoso nela.
- Onde vai, menina?
- Concretizar minhas decisões, Min.
- Não faça besteiras, querida.
- Não se preocupe.
Fui até o carro, onde o motorista me esperava. Sentei no banco traseiro e peguei meu celular novo na bolsa, com número atualizado, todas as informações anteriores perdidas, pois não salvava na nuvem.
- Para onde, senhorita Rockfeller?
- Faculdade, por favor.
Enquanto ele dirigia, eu comecei a printar as poucas fotos que encontrei de Charles na internet. Não havia nenhuma informação sobre ele que me ajudasse a encontrá-lo.
- Me diga uma coisa... O que faz uma pessoa que quer ser famosa e reconhecida nacionalmente não ter rede social e ser quase um fantasma na internet?
O motorista, e atualmente meu segurança, olhou pelo retrovisor:
- Está falando comigo, senhorita?
- Sim, com você.
- Bem... A senhorita não tem uma rede social.
- Meu pai não deixa.
- Talvez... Alguém não o deixe. Ou... A pessoa tenha medo de alguma coisa... Ou tente esconder-se de algo... Ou alguém.
Arqueei a sobrancelha, olhando a imagem perfeita do meu “el cantante” na tela do meu celular.
- O que você tenta esconder, meu amor?
- Falou comigo, senhorita?
- Não... Estou falando sozinha.
Assim que ele estacionou dentro das dependências da faculdade de Direito de Noriah Norte, a mais conceituada do país, desci. Antes que desse um passo, o motorista estava ao meu lado:
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