Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 52

- Eu não sou Mariane. A começar pelo fato de que jamais dormiria com alguém com quem ela estivesse envolvida.

- Acha que eu concordo com a atitude de sua irmã?

Arqueei a sobrancelha enquanto ele esvaziou a garrafa no copo.

- Não... Concorda?

- Não. Nem com a atitude dele, nem dela. Mas aconteceu... As pessoas erram.

- Pai, eu estou apaixonada pelo homem que mal conheço.

Ele levantou, de forma agressiva.

Imediatamente me arrependi de ter dito aquilo. Mas ao mesmo tempo sabia que só ele poderia me ajudar. Então passou pela minha cabeça que contar que havia perdido Charles pudesse fazê-lo ter um pouco de compaixão e me ajudar.

- Nunca mais vai vê-lo, Sabrina. Eu mandei fechar o bar onde ele tocava.

- Você... O que? – Levantei, aturdida.

- Se depender de mim, nunca mais vai vê-lo. Farei o possível e o impossível para afastá-los para sempre.

- Mas... Como soube?

- Isso não importa.

- Que porra! O que você pensa que está fazendo? – gritei – É a minha vida... A merda de vida que eu quero e você não pode intervir.

- O desgraçado canta num bar fedido e decadente. Quando eu descobrir o nome dele, vou destruí-lo. E você vai voltar à sua porra de vida normal, onde sua única preocupação será qual sapato usar com a roupa que escolheu... Porque era isso que você fazia. Maldito dia que achei sua futilidade ruim.

- Eu não quero ser esta pessoa... – senti as lágrimas escorrerem – Quero ser mais que isso.

- Ponha na sua cabeça que você é uma Rockfeller e nada vai mudar isso.

- Nunca me senti tão amada e desejada do que nos braços dele... Foram os melhores dias da minha vida... Nada até hoje me deixou mais feliz, entende? Não foi só sexo... Foi amor.

- Você não entende de amor ou sexo. Só tem 18 anos. Quando crescer irá me agradecer por eu ter feito o que fiz por você.

- Jamais vou agradecer... Você é insensível, egoísta, só pensa em si e na porra do seu dinheiro. Que se foda esta casa, a empresa, a porcaria do nome Rockfeller.

- Vou pôr pimenta na sua boca. E acabar com o vocabulário “sujo” e impróprio que ele lhe ensinou.

- É tarde demais para pôr pimenta na minha boca... Eu não sou mais a porra da sua garotinha. Eu cresci... E o senhor está se recusando a aceitar isso.

Quando subi as escadas, furiosa, encontrei minha mãe e Mariane no corredor.

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