Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 57

Pisquei repetidas vezes, tentando acordar. Mas não acordei... Porque sequer estava dormindo.

Tudo que vi foram os rostos pasmos de meus pais e Mariane.

- Grávida? – Minha mãe perguntou, parecendo não acreditar.

- Vocês... Não sabiam? – O médico olhou-me.

- Não... Eu não sabia. – Confessei.

- Então vamos aproveitar que está aqui e fazer todos os exames necessários. Vou encaminhá-la para um obstetra.

- Sim, faça isso, doutor. Por favor. – Meu pai pediu e se eu não estava ficando louca, tinha um sorriso nos lábios dele.

- Então peço que aguarde, senhorita Rockfeller, pois as enfermeiras virão buscá-la novamente para vermos como está este bebê.

- Obrigada, doutor.

Eu não tinha certeza sobre o que sentia naquele momento. Mas pensava como cuidaria de uma criança se recém começava a deixar de ser uma. Dependia de meu pai financeiramente e de minha mãe psicologicamente. Eu não daria conta sozinha.

- Um filho! – J.R exclamou.

- Ou uma filha... Não sabemos. – Minha mãe ficou empolgada.

- Eu vou ser tia. – Mariane sorriu.

Olhei-a com vontade de gritar algumas verdades, do tipo: “Irmã, você dormiu com o meu noivo, como pode fingir que está tudo bem entre nós? Acha que sou tão insossa a fim de esquecer a sua traição?”

- Meu Deus! Eu sempre quis ter um filho homem. E agora... Talvez tenha um neto. – J.R estava digerindo bem a ideia, o que me deixou pasma.

- Vou ligar agora mesmo para minha amiga. – Calissa pegou o telefone.

Como assim ligar para uma amiga? Por que ela precisava contar para outras pessoas sobre o “meu” bebê?

No mesmo instante, papai também pegou o celular. Olhei para Mariane e não consegui visualizar qualquer tipo de sentimento no rosto dela.

Toquei meu ventre, deixando uma lágrima escorrer. Eu ainda tentava assimilar que teria um filho de “el cantante”... Uma única vez sem camisinha. Mas o suficiente para fazermos um bebê. Como ele se sentiria quando soubesse?

Eu tinha noção do quanto ele sofria por não ter podido ver o filho crescer e sua luta pelas visitas. E agora nós teríamos o nosso bebê. Ele ficaria feliz com a notícia? E se não ficasse? E se achasse que fiz se propósito, para que ficasse comigo? E se casássemos e com o tempo descobríssemos que não tínhamos nada a ver um com o outro? E... Se eu nunca mais conseguisse encontrá-lo novamente?

Olhei no relógio e já passava das nove horas. Eu precisava chegar até a praia... Agora mais do que nunca.

- Parabéns, meu rapaz! Acabo de saber que você vai ser papai. – Ouvi a voz do meu pai ao telefone, um sorriso largo no rosto.

Levantei da cama, sentindo tudo girar novamente e vontade de vomitar. E eu podia apostar que não era da gravidez... Era do que eu estava vendo naquele momento. J.R estaria ligando para...

- Amiga, vamos ser avós! – Ouvi minha mãe do outro lado do quarto, um sorriso de orelha a orelha.

Eles pensavam que o filho era de Colin?

Meu pai olhou para o celular e disse:

- Eu acho que a ligação caiu... Colin ficou completamente sem palavras.

- Sim, sim... Que acha que já começarmos os preparativos do enxoval? Podemos fazer apostas sobre o sexo. As meninas do clube iriam amar. – Minha mãe falava com a mãe de Colin do outro lado da linha.

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