Resumo de Eu sou a garotinha – Uma virada em Lembranças das noites quentes de verão de Roseanautora
Eu sou a garotinha mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de Lembranças das noites quentes de verão, escrito por Roseanautora. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.
Seguimos em silêncio até a cafeteria do Hospital. O local era no terceiro andar e tinha um teto em vidro, de onde podia-se ver a luz do sol e o tempo lá fora. Claro que escolhi sentar sob a luminosidade, sabendo o calor que fazia na rua, com a temperatura ambiente ali dentro.
A atendente veio trazer o menu e enquanto eu escolhia, Colin disse:
- Para mim café expresso, sem açúcar. Para ela chocolate quente e panquecas de chocolate com calda.
- Eu não quero chocolate quente... Tampouco panquecas com calda. – Levantei os olhos na direção dele, o rosto escondido atrás do cardápio que mais parecia um livro de tantas páginas.
- Mas... Você sempre gostou.
- Quero um café com leite. Creio que eu deva começar a beber bastante leite... – falei mais para mim mesma – Um croissant com creme de baunilha... E outro de queijo.
- Não temos croissant com creme de baunilha, senhorita.
- Providencie imediatamente o que ela pediu. – Colin sequer olhou na direção da mulher – Dê um jeito.
- Mas...
- Encontre um creme de baunilha e faça o que minha noiva pediu. – Ele se alterou.
- Eu não sou sua noiva. – Falei imediatamente.
Ela ficou nos olhando, confusa.
- Se não tem creme de baunilha, pode ser qualquer outra coisa... – Dei de ombros, mesmo minha vontade sendo o creme de baunilha.
- Goiabada, doce de leite... – Ela começou a listar.
- Ok, pode ser os dois.
Ela saiu e Colin fez a observação:
- Atendente incompetente.
Enruguei a testa, sabendo que se ainda estivéssemos noivos, talvez eu nem me preocupasse com a forma como ele tratou a atendente. Estava acostumada com ele ditando regras e querendo que se jogassem aos seus pés. Mas naquele momento percebi que a vida era tão difícil para preocupar-se com um simples creme de baunilha.
Olhei para a atendente preparando os cafés e fiquei me perguntando qual a história dela. Porque sim, ela era um ser humano e estava ali por algum motivo. E ela não sabia que eu estava grávida, que Colin era meu ex-noivo e que dormiu com minha irmã... E que eu esperava um filho de um homem que mal conhecia e pelo estava completamente apaixonada.
E se ela também estivesse grávida? E se trabalhasse para sustentar o filho? E se fosse mais de um? O que era um creme de baunilha frente à tudo?
- Seu pai me falou que você está grávida. E acha que o filho é meu.
Respirei fundo e disse:
- Não, ele não acha mais que o filho é seu. Eu contei a verdade.
- Meu Deus, Sabrina, este filho não é meu?
O encarei e ri, debochadamente:
- Como eu teria um filho seu se jamais transamos sem preservativo?
- Mas...
- Não é seu. – Garanti.
- Isso que dizer que você dormiu com outro homem... Sem preservativo? Que tipo de mulher você é?
- O tipo que transa sem camisinha, mas não trai ninguém.
- Este seu papinho está ficando chato.
- Está falando sério? Eu não preciso de um pai para a minha filha... Ela já tem um, ele existe.
- Você sabe que se não for eu, seu pai jamais aceitará.
- Eu pouco me importo.
Ele tocou minha mão com a ponta dos dedos, certamente receoso de encostar no açúcar:
- Eu estou disposto a passar por cima de tudo e assumir a criança.
Levantei rapidamente, sem querer derrubando a cadeira para trás, chamando a atenção de todos. Ele abaixou o corpo levemente, tentando não ser o centro das atenções.
- Nunca mais repita isso na sua vida. A minha filha tem um pai e ele não é você. E quer saber? Não, eu não o conheci antes. Mas serei eternamente grata por ele ter cruzado meu caminho na noite anterior ao casamento. E não, eu não dormi com ele na despedida de solteiro. Porque eu era uma idiota e tinha consideração por você. Mas assim que saí da igreja, foi para os braços dele que eu fugi. Foram horas que valeram mais que os quatro anos ao seu lado. E sei exatamente como fizemos nosso filho: quando ele gozou dentro de mim – fiz cara de espanto e pus a mão na boca – E só pra constar: ele não faz sexo... Ele fode. Ele não se cansa disso... Eu perdi as contas de quantas vezes gozei, em diferentes posições.
- Quem é ele? – Colin levantou, pouco se importando com a cena que estávamos fazendo.
Peguei o último croissant que estava no prato e disse, antes de sair:
- Você nunca saberá.
Sai sem olhar para trás, saboreando o croissant de queijo, que também estava maravilhoso.
E o encontro com Colin saiu melhor do que o esperado, afinal, eu nem queria falar sobre o passado, só precisava que ele me pagasse algo para comer, pois estava morrendo de fome.
Cantarolei “Star me Up”, enquanto sorria alegremente. Agora iria para a praia, encontrar Charles e...
- Quanta demora! – Disse meu pai, do lado de fora da porta do hospital.
Eu não falei nada. Simplesmente a minha voz não saiu.
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