Resumo do capítulo Itens de necessidade (II) de Lembranças das noites quentes de verão
Neste capítulo de destaque do romance Romance Lembranças das noites quentes de verão, Roseanautora apresenta novos desafios, emoções intensas e avanços na história que prendem o leitor do início ao fim.
- Eu acho que não sei muitas coisas.
- Você tem dinheiro, Sabrina?
- Um pouco... Meu ex noivo me deu.
- O que pensa comprar?
- Algumas mudas de roupa... Roupas íntimas... Um tênis. Itens de higiene... Perfume, hidratante, uns óculos de sol... Meus olhos são muito sensíveis à luz solar.
- Ok, siga esta ordem de compra: produtos de higiene, que incluem escova dental, escova de cabelos, desodorante. Depois roupas. Procure comprar mais quantidade por um preço razoável e não se importe com marcas.
- Mas... Não posso pegar qualquer coisa. Porque roupas baratas não tem boa qualidade.
- Não precisamos de qualidade. Queremos que você tenha opções de roupas. Logo sua barriga vai começar a crescer.
Enruguei a testa, tentando entender:
- Vou... Ver como faz isso.
- Perfume, hidratante, óculos de sol... Bem, isso você compra se sobrar dinheiro.
- Mas é extremamente necessário cobrir meus olhos da luz solar. Você não tem noção do quanto os raios solares podem ser prejudiciais. Aliás, esqueci de protetor solar facial e corporal na minha lista. Raios ultravioletas causam câncer de pele.
Ele semicerrou um dos olhos, não dizendo mais nada.
Assim que desci do ônibus andei pela zona central de Noriah Sul. O lugar era bonito e ao longe eu pude avistar as torres do castelo, onde moravam os ex príncipes Magnus e Dereck Chevalier, com seus respectivos parceiros. Tive vontade de conhecê-los. Talvez fizesse isso numa outra hora. Eles certamente receberiam um Rockfeller.
Percebi que estava na área mais movimentada do lugar e recheada de lojas de todos os tipos, desde as das marcas conhecidas, que eu usava no dia a dia, até as que nunca ouvi falar na vida.
Eu não tinha noção do quanto o dinheiro valia. Nunca fui privada de comprar nada que quisesse, não importava o preço. Mas era boa em contas e soube imediatamente que a quantia que Colin havia me dado não seria suficiente para tudo que eu precisava.
Então era necessário fazer escolhas. E assim o fiz, priorizando inicialmente itens básicos de higiene, como escovas de dentes, cabelos e creme hidratante de boa qualidade, especialmente para pôr na barriga e evitar estrias conforme ela crescesse.
Depois optei pelas roupas íntimas: tudo do mais em conta.
Estava indo para as roupas quando passei por uma joalheria e vi um cordão em ouro, extremamente fino. Toquei minha concha, já moldada como um pingente. Senti meu coração bater mais forte e fechei os olhos, vendo as duas mãos do “el cantante” fechadas, os olhos verdes dentro dos meus. Deus, como eu conseguiria esquecer tudo que vivi ao lado daquele homem? Onde estaria Charles naquele momento? A dor da perda e a tristeza era tão forte e intensa que chegou a embrulhar meu estômago. A concha e meu bebê era tudo que restava de nós dois.
Contei o dinheiro que restava e o valor da gargantilha. E entrei na loja. Sim, eu optei pelo cordão que levaria a concha.
Saí da loja sorrindo e me sentindo feliz, enquanto tocava o objeto adornando meu pescoço. Com a quantidade restante, consegui comprar um vestido simples, encontrado numa loja de departamentos.
Não sobrou para outros calçados. Óculos de sol? O que era isso? Perfume? Talvez passar bastante sabonete fosse a solução. Filtro e protetor solar? Será que era possível fabricar em casa, comprando os ingredientes?
Eu estava com fome. Encontrei um restaurante agradável e fofo próximo dali. Sentei-me e assim que recebi o menu percebi que não tinha como pagar a refeição. Levantei e menti que havia esquecido algo no carro e não voltei.
Passei por uma praça, simples, central, com um enorme playground e crianças brincando. Tinha também um campo de futebol gramado e algumas árvores no entorno, formando uma sombra gostosa e chamativa.
- Este é seu lado.
- Obrigada.
Olhei as quatro prateleiras e uma gaveta e poderia dizer que o lugar era pequeno e que se fosse há dias atrás não caberia sequer minhas calcinhas, que eram divididas por cores no closet. No entanto, na minha situação atual, sobrara duas prateleiras.
Fiz o processo inverso e escovei os dentes antes da refeição. Não importava o que acontecesse na minha vida, jamais iria para qualquer lugar sem uma escova de dentes novamente.
Assim que sentei à mesa, fiquei em silêncio e tentei não demonstrar o quanto estava morrendo de fome.
- Conseguiu comprar o que precisava? – Do-Yoon perguntou.
- Quase tudo. Levando em conta que o dinheiro foi dado pelo meu ex, estou feliz. Eu não teria absolutamente nada se não fosse ele.
- Não pode entrar na justiça e pedir sua herança? – Yuna perguntou.
Arqueei a sobrancelha:
- Eu não quero nada daquela família. Meu pai me pôs para fora de casa... Me fez escolher entre a família ou minha filha. Disse que se optasse pelo bebê, diria a todos que eu estava morta. Quando saí pela porta, ele disse que não teria mais uma filha chamada Sabrina.
O telefone celular tocou. Yuna atendeu.
- Minha mãe quer falar com você. – Ela me passou o celular.
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